Escola Secundária da Ramada
www.esramada.pt

Escrita & Leitura


Ficha de Leitura


Título: Parabéns, Rita!

Autor: Maria Teresa Maia Gonzalez

Editora: Difusão Editorial

Local e Data: Lisboa, Fevereiro de 2008



Informações sobre o autor

Nasceu em Coimbra, em 1958. Licenciou-se em Línguas e Literaturas Modernas, variante de estudos franceses e ingleses, pela Faculdade de Letras da Universidade Clássica de Lisboa. Foi professora de 1982 a 1997, no ensino oficial e particular. Editou vários livros como Gaspar e Mariana, A Lua de Joana e é co-autora com Maria do Rosário Pedreira  da colecção de livros O clube das Chaves.

Resumo

Rita é uma adolescente que sempre sofreu de uma superproteção por parte dos pais, Irene e Henrique, que deram à filha uma educação bastante rígida, impondo-lhe diversas restrições, nunca a deixando ter muita liberdade para sair com os amigos, pelo que esta se tornou uma jovem um pouco rebelde e nervosa.

No dia em que a jovem completou quinze anos, um homem toca à porta e entrega-lhe um embrulho, dizendo  - Parabéns Rita! , desaparecendo, sem dar  tempo a que Rita lhe pergunte seja o que for. Ao abrir o embrulho, de dentro de uma caixa de cartão, saiu uma moldura  prateada com a fotografia de um bebé ao colo de um jovem muito parecido com o indivíduo que, pouco tempo antes, lhe dera os parabéns. É a partir deste dia que toda a sua vida sofre uma mudança completa que abalará todas as suas relações afectivas e familiares.

O homem que lhe entregou o presente  era o seu pai, de nome Fernando, que decidira, após quinze anos, reaparecer e contar toda a verdade, ou seja, que Rita era filha adoptiva de Irene e Henrique. Fernando conta-lhe que ele e a mãe biológica da jovem, Paula, tiveram um acidente grave após o seu nascimento e que deste  fatal acidente resultou a morte da sua mãe. Como Fernando era culpado do acidente, este foi preso, pelo que Rita teve de ser entregue para a adopção. Com efeito, a jovem foi entregue a Irene e Henrique, que prometeram cuidar bem da criança. Após Fernando ter cumprido a sua pena,  decidiu emigrar para a Suíça, voltando anos mais tarde e reconstituindo família, mas querendo sempre reencontrar a sua filha.

Quando finalmente conseguiu ver a sua aspiração realizada, ficou imensamente emocionado e feliz,  mas apreensivo com a reacção da jovem. A verdade é que Rita reagiu de forma muito negativa a esta crua realidade que se lhe deparou de uma forma tão repentina e inesperada.

Com efeito, a jovem começa a ter problemas graves de concentração nas aulas e começa a perder toda a confiança nos amigos, deixando estes de fora da sua vida. Para agravar a situação, o seu  namorado Filipe, que sempre fora odiado pelos pais de Rita , desaparece de um momento para o outro, deixando a jovem desamparada e sem qualquer apoio afectivo.

Os pais de Rita, ao verem a situação da filha, decidem levá-la a uma psicóloga, com quem a jovem acaba por estabelecer uma forte relação de amizade, acabando por abrir o seu coração e deixando fluir todos os sentimentos contraditórios que andava a sentir.

No entanto, outro problema se depara na sua vida: terá de escolher com quem quer viver – com os pais adoptivos,  com o pai biológico ou com a tia Rute.

Fernando decide convidar Rita para jantar, para que conheça os seus dois meios-irmãos e a sua madrasta. Nesse mesmo dia, também a tia Rute a convida para jantar. Rita, perante esta situação, fica indecisa e perdida, pedindo ajuda à  sua psicóloga, que a aconselha a ir jantar com o pai biológico,  com vista a conhecer a sua possível nova família.

Ao sair da psicóloga, a jovem decide telefonar para casa de Fernando, aceitando o convite para jantar. Seguidamente, chama um táxi e toda a sua determinação desaparece, pelo que a jovem não se importaria se o motorista pudesse escolher qual dos caminhos Rita deveria tomar naquela noite para jantar, pois o rumo que escolhesse nessa noite determinaria o rumo da sua vida.

Citações

“ Havia dias em que desejava tanto ter aquela liberdade que se revoltava interiormente, caindo, depois, num período de depressão que a fazia sentir-se a mais infeliz das criaturas.” (Cap. VIII , pág.59)

“Naquela noite, a Rita adormeceu feliz e nem precisou de sonhar para se sentir reconfortada.” (Cap. VIII, pág. 77)

“Só lhe apetecia pedir ao motorista que escolhesse”. (Cap. XIII, pág. 122)

Comentário

Este livro captou-me através da sua emotividade, na medida em que a descoberta de uma adopção na fase conturbada da adolescência normalmente resulta em profundos abalos para os jovens que a vivem, gerando emoções fortes e contraditórias. Estes adolescentes vêem-se subitamente adultos quando uma revelação como esta se abate sobre as suas vidas destruindo a harmonia da sua juventude e obrigando-os a crescer e a assumir uma nova postura perante a vida.

   Penso que é de realçar a capacidade da escritora de se colocar na pele de uma jovem, apresentando claramente os sentimentos vividos na fase da adolescência e conseguindo transmitir harmoniosamente, os sonhos e as aspirações, os medos e os desgostos da vida dos jovens contemporâneos.



Leitor:
 Mariana Almeida, N.º21, 10.ºD
 Abril-2008