Kits de Fotografia Alternativa

Em toda atividade de fotografia alternativa sempre indicamos locais para compra dos químicos, não apenas eu mas todos aqueles que fazem esse tipo de processo. Percebi ao longo dos anos que a quantidade acaba se tornando proibitiva, afinal, 500g de um  500g de outro e a casa de cada um viraria um arsenal de químicos, sendo necessária uma estrutura grande para comportar tudo. Por sorte eu disponho de um espaço bom para isso, mas confesso que tem mais coisas do que posso guardar. Penso que seria muito mais legal termos material de fotografia mais acessível, pois foi algo que levei muito tempo para conseguir.Pensando nisso resolvi montar kits para alguns processos. Já preparados, prontos para uso.

Atualização 02.06.2016 – resolvi dar uma parada com os kits. A minha intenção nunca foi de lucrar com isso, mas de tornar os processos que tanto amo mais acessíveis.

Só que me tomam um tempo pra fazer e agora estou com novos projetos pela frente. Nesse meio tempo entraram em contato pessoas de várias partes do país e fiquei feliz de saber que há um interesse sobre as técnicas. Hoje, depois de ver os resultados de uma turma numa escola fazer cianotipia  e ver que isso foi o resultado de um professor muito dedicado, acho que já valeu muito a pena. Já posso parar por aqui.

Estou partindo para novas pesquisas, então a quantidade de químicos que vou comprar vai diminuir. Penso que já fiz meus tributos a Herschel, a Poitevin, a Talbot. Falei tanto e tanto sobre cianotipia, sobre papel salgado, sobre goma bicromatada. Escavei Wedgwood e nas aulas dei meu reconhecimento sobre sua pesquisa, porque para mim a história da fotografia devia ser contada a partir dele sim. Só não falo mais sobre a história em aulas porque não tenho abertura para isso, mas eu teimo em olhar para aqueles que ficaram transparentes, escondidos embaixo das experiências sem reconhecimento que fizeram.

É o que eu preciso continuar. Arrastar o tapete e procurar o que ficou para trás.

Agradeço a todos que confiaram nos meus kits, sempre fiz com carinho.

Goma bicromatada – no limiar da resistência

Faz duas semanas que estamos produzindo gomas no Sesc Pompéia. Quando chegamos nesta etapa digo que é quando a relação com os processos alternativos muda, porque incrivelmente aqueles que se dão bem com o cianótipo e van dyke por exemplo não curtem muito a goma, e aqueles que não tiveram bons resultados com as outras técnicas, conseguem fazer uma goma bonita. Não é uma regra, varia de acordo com cada um. Tem aqueles que se dão bem com qualquer tipo de químico.

Não é como a fotografia preto e branco, existem muitas variáveis extras, como qual o papel que utilizamos, o negativo que fazemos, a fonte  de luz, às vezes até o espaço onde trabalhamos influi. Se há muita umidade ou é muito quente, pois papel absorve umidade, alguns químicos também.

Com a goma entra uma diferença que é esticar a goma, para ficar mais uniforme. E a maioria das vezes o erro é na quantidade de pigmento também. Eu sei porque eu tive todas as dificuldades possíveis. E no final acabo conseguindo analisar o que dá errado justamente por isso, senão eu não saberia consertar.

Hoje faremos a goma mais uma vez e o vandyke. Só no final do semestre lembro de colocar alguns resultados aqui.

Goma

Enfim, terminamos mais um curso no Sesc Pompéia de Processos Históricos. Desta vez, juntamente com papel artesanal a proposta era adequar papel aos processos e verificar quais os melhores papéis para cada técnica.

Mas hoje experimentamos a goma bicromatada e como eu já imaginava a textura do papel muito enrugado nem sempre dá bons resultados para o início com goma. Não que fique ruim sempre, é que o processo, exige maior controle de início, sendo melhor aprendê-lo nas primeiras tentativas com papel mais liso.

Observação: explicando bem o que eu quis dizer, pensando na didática, para iniciar os primeiros experimentos com goma, não achei interessante usar papel artesanal porque como eu já imaginava, fica mais difícil obter bons resultados. Digo isso porque a maioria erra justamente quando chega na goma, independente do papel, é um processo delicado e qualquer variação faz com que fique um pouco mais difícil de aprender e tende à frustação. Não estou pensando nisso à toa. Meus primeiros testes foram com um papel artesanal e pra aprender realmente foi mais penoso, porque não sabíamos como o papel reagiria.

Mais para frente irei postar as fotos dos processos, não consigo fazer mil coisas ao mesmo tempo e tenho que terminar um projeto agora.

Segue a fórmula:

PREPARO DA GOMA
70ml goma arábica
200ml água destil.
-Algumas gotas de formol para conservar. Alguns dizem que deixar na geladeira conserva bem.
nota: tem gente que prepara a goma diluindo-a em água morna. Eu coloco a goma numa gaze como um saquinho, como ensina no Keepers of Light e deixo pendurado num pote com água. Aos poucos ela dilui, deixando as impurezas dentro do saquinho de gaze. Depois é fechar bem. Se guardar por muito tempo é bom adicionar o formol. Deixei uma vez na geladeira, mas ficou com cheiro forte mesmo assim. E quando começa os odores é ruim…

PREPARO DO DICROMATO
13g dicromato de potássio
100ml água destilada
(já vi fórmula com metade da quantidade de água para a mesma quantidade de químico, testei mas não cheguei a grandes conclusões.)

Partes iguais da solução de goma e de dicromato para uso. A quantidade de pigmento de aquarela depende de cada cor. Pode ser o pó ou em tubos.

Mistura-se primeiro o pigmento com a goma. De preferência bem macerado num pote áspero. Depois, o dicromato.

Expor: trinta segundos num sol quente de inverno de SP capital são suficientes. Na mesa de luz do lab dá uns 3 minutos em média. De acordo com a cor escolhida, não dá pra ver se o tempo foi suficiente ou não.

Revelar:
Bandeja de água limpa, deixe a cópia com o verso para cima. O dicromato se solta, junto com a goma que não foi endurecida caindo aos poucos.
Depois de alguns minutos esqueça a cópia em outra bandeja. Ela se revela lentamente.

O interessante da goma é fazer mistura de cores, até tricromia, separando os canais de cmyk para produzir uma fotografia cor.

Segue uma imagem do Edison Angeloni de Tricromia.

Curso de Processos Fotográficos Históricos

Começa em outubro o último curso de Fotografia alternativa no Sesc Pompéia.

Inscrição pessoalmente a partir das 10h do dia 1/10, sábado, nas Oficinas de Criatividade.

O aluno aprende a fazer as técnicas de Anthotype, Cianotipia, Marrom Van Dyke, Papel Salgado, Albumina e Goma bicromatada. São 11 vagas.

Maiores detalhes acesse http://www.sescsp.org.br/sesc/programa_new/mostra_detalhe.cfm?programacao_id=204377

Oficinas De Processos Históricos de Fotografia

Quando acontece uma oficina nos Sescs a procura é tão grande que nem consigo fazer grande divulgação dos cursos, e acabo anunciando em apenas um canal, como no Facebook. (me procure como Elizabeth Lee)

Esse mês tivemos uma oficina de Processos Fotográficos Históricos no Sesc Pompéia, hoje é a última aula.
Foi muito bacana e é muito prazeroso trabalhar lá.

Para os que esperam uma nova oficina, em maio-2011 teremos mais duas novas turmas, mesmo local,
e as inscrições iniciam no começo de maio.

Em agosto a previsão é de oficinas de Anthotype comigo e Cianótipo com a fotógrafa e professora Patrícia Yamamoto no CCJ. Não está fechado, mas quase certo.

Fiquem atentos à programação.