Mata do Buçaco em dia de nevoeiro

Acho que no meu imaginário, sempre desejei visitar a Mata Nacional do Buçaco (ou Bussaco na grafia antiga) num dia de nevoeiro. Achava, eu, que a bruma era capaz de lhe dar um toque ainda mais bonito. E, não é, que foi isso mesmo que aconteceu, visitei este magnífico lugar num dia de neblina.

A Mata do Buçaco é uma área protegida localizada na Serra do Buçaco, freguesia de Luso e concelho da Mealhada.

Foi plantada, no século XVII, pela Ordem dos Carmelitas Descalços, que, também, ergueu os murros que constituem os seus limites. Possui cerca de 700 espécies de árvores, exóticas e indígenas, importadas pela Ordem dos Carmelitas Descalços numa área de 105 hectares, com cerca de 5 km de perímetro.

Aquando da primeira visita à Mata, os Carmelitas ficaram logo deslumbrados com a variedade de árvores e fontes naturais, com a beleza dos seus montes e vales, chegando, mesmo, a afirmar “isto é já um conversar com Deus… porque se agora inculto, rude e tosco é o que admiramos, cultivado, será um paraíso real”. E foi nisso que transformaram o Buçaco, numa paisagem sagrada, após a autorização do Bispo de Coimbra, em 1630, para aí construírem o seu convento.

Existem várias portas pelas quais é possível entrar para a mata. Pode-se entrar com o carro, a entrada é paga se o levarmos mas dá para percorrer alguns percursos com ele.

O bilhete custou 5 euros, mas deu para todo o dia, podendo entrar e sair as vezes que pretendermos.

Estacionamos o carro junto ao palácio e fomos apreciar os pormenores da sua arquitetura manuelina no exterior. Não entramos, pois o edifício agora é um hotel e não sabíamos se era permitido.

Ao fundo do jardim, numa casa, onde, se podem comprar lembranças do lugar, mas que funciona, também, como receção, solicitámos um mapa da mata, que é oferecido aos visitantes, mostrando o bilhete de entrada.

Começamos pela visita ao Convento de Santa Cruz do Buçaco, ou melhor, o que dele resta, pois foi parcialmente destruído aquando da construção do palácio.

É um lugar de paz, aproveitei para me sentar no interior e apreciar os detalhes de um dia de nevoeiro, através dos seus pormenores arquitetónicos.

Os jardins em forma de pequenos labirintos, de lado do hotel, são uma boa opção para visitar pelo seu aspeto original.

Mas a Mata do Buçaco é muito mais do que o Palácio ou o Convento, pois é uma zona de enorme beleza onde se recomendam passeios por entre os vários monumentos, a flora e a fauna.

Nos percursos existentes é possível ver quais as plantas/árvores plantadas por várias celebridades, através de pequenas placas com essa indicação.

Só ao percorrer os diversos trilhos disponíveis é que se entende porque é que a mata do Buçaco foi classificada por poetas como o “altar da natureza”. A descoberta é fantástica.

Já em direção ao Luso, a água sai de uma nascente na montanha e desce os 144 degraus da escadaria da magnífica Fonte Fria até ao lago. Uma obra impressionante.