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Série Diplomacia & Relações Internacionais: Revoltas ocorridas na Primeira República

Período de suma importância para os historiadores brasileiros, a Primeira República, também conhecida como República Velha, ocorreu entre os anos de 1889 a 1930. 

A primeira fase da República no nosso país é lembrada como uma época de conflitos na política, economia e na sociedade. Marcada por diversas revoltas, a Primeira República é um assunto indispensável àqueles que buscam entender a história brasileira como um todo. 

Para te ajudar, preparamos um resumo com tudo o que você precisa saber sobre as principais revoltas ocorridas durante esse período. Vamos começar os estudos? 

Índice

Guerra de Canudos (1896-1897)

O que foi? 

Durante a presidência de Prudente de Morais (1894-1898), ocorreu na Bahia, o que viria a se tornar uma das maiores e mais conhecidas revoltas do Brasil, A Guerra de Canudos. O movimento social aconteceu quando os habitantes do arraial chamado de Belo Monte entraram em guerra com o exército brasileiro. Popularmente chamado de Antônio Conselheiro, Antônio Vicente Mendes Maciel, um homem considerado como um fanático religioso e monarquista pelo Rio de Janeiro, foi o responsável pela formação e a liderança da revolta sertaneja contra a República. 

Principais causas

A Guerra de Canudos iniciou quando Antônio Conselheiro abrigou a população oprimida da Bahia às margens do rio Vaza-Barris, transformando o arraial, chamado de Belo Monte, em uma comunidade. O lugar era conhecido como centro da promessa e esperança de uma nova vida para a população formada por ex-escravos e pessoas desprovidas de bens e terras. 

Visto que a população do sertão baiano era pobre em sua maioria, Canudos logo se tornou uma cidade, sendo uma das mais povoadas do estado da Bahia. E, aos poucos, a comunidade foi se erguendo. Por meio de um sistema comunitário o povo começou a plantar e colher frutos, que eram repartidos entre todos os moradores. Os fazendeiros e coronéis começaram então a temer a perda de suas terras e trabalhadores, e começaram a enxergar Antônio Conselheiro e seus seguidores como uma ameaça ao poder.  

Consequências da Guerra de Canudos

A Guerra de Canudos, incitada pela repressão do governo à revolta social do Arraial de Canudos, é recordada como um símbolo de resistência, visto que a comunidade baiana conseguiu enfrentar três expedições militares. Belo Monte apenas sucumbiu quando o exército brasileiro reuniu 7 mil de seus homens para travar a batalha que destruiu toda a comunidade de Canudos, matando toda sua população, que defendeu sua terra até o fim. 

Revolta da Vacina (1904)

O que foi? 

No Rio de Janeiro, sob o governo do Presidente Rodrigues Alves (1902-1906), aconteceu, entre 10 e 16 de novembro de 1904, a Revolta da Vacina. A população da cidade, que na época era a Capital do Brasil, passava por um período de insatisfação com o governo e a maneira violenta que processo de sanitização da cidade estava ocorrendo. Além disso, o povo temia a campanha de vacinação contra a varíola, que acontecia de maneira forçada pelo governo.

Principais causas

O movimento social teve início quando o estado do Rio de Janeiro, que vinha enfrentando graves problemas urbanos e sociais, propôs um projeto de combate às doenças epidêmicas, realizado através da vacinação e urbanização da cidade. A Reforma Pereira Passos, como era chamada a campanha de vacinação liderada pelo sanitarista Oswaldo Cruz, atingiu a população mais pobre, causando a expulsão da comunidade e a demolição de cortiços e casebres. 

Assim, a Revolta da Vacina, como ficou conhecida, aconteceu quando o povo, estimulado pela oposição e desconfiado do real motivo da lei da vacinação obrigatória em combate ao surto de varíola, decidiu derrubar o então governo.

Consequências da Revolta da Vacina 

Com o decreto da lei de vacinação obrigatória, a população que se recusava a tomar a vacina passou a ser impedida do direito de necessidades básicas como: realizar matrículas em escolas e ter atendimento médico. Com a exigência do cartão de vacinação e a violência do sistema, a população foi instigada a uma grande revolta. Durante 7 dias as ruas do Rio de Janeiro foram tomadas pelo povo. Como resultado do movimento, 30 pessoas foram mortas, mais de centenas foram feridas e a capital do país foi destruída materialmente. O povo só foi controlado por meio de tropas do corpo de bombeiros e da cavalaria. 

Revolta da Chibata (1904)

O que foi? 

Hermes da Fonseca (1910-1914) era o presidente do Brasil quando a chamada Revolta da Chibata aconteceu, no Rio de Janeiro. Como consequência da insatisfação diante da discriminação social, desigualdade salárial e castigos físicos sofridos pelos cargos mais baixos da corporação, os marinheiros rebelaram-se contra o governo, transformado seus atos em um dos principais movimentos sociais da Primeira República. 

Principais causas

Desde o ano de 1910, os marinheiros já manifestaram a insatisfação com as punições daqueles que descumpriam as regras da corporação, que eram realizadas com chibatadas violentas. O estopim para a Revolta da Chibata sucedeu quando Marcelino Rodrigues Menezes, um dos marinheiros, foi privado de receber tratamento médico após receber como punição 250 chibatadas. 

Liderados por João Cândido ou o “Almirante Negro”, como também é conhecido, os marinheiros assumiram o controle de quatro embarcações e exigiram o fim dos castigos físicos na Marinha. Além disso, os revoltosos redigiram um manifesto onde o presidente do país, Hermes da Fonseca, era ameaçado de sofrer um ataque ao Rio de Janeiro, caso não consentisse as reivindicações. 

Consequências da Revolta da Chibata

O movimento social, conhecido como a Revolta da Chibata, é marcado pela luta contra o racismo sofrido pelos marinheiros negros e mestiços nas embarcações da Marinha brasileira. E teve como consequência a repreensão de milhares de marinheiros, onde estes foram dispensados, presos, torturados ou enviados para a Ilha das Cobras. Outros revoltosos também foram enviados para trabalhar em seringais na Amazônia, sendo muitos deles fuzilados durante o trajeto. 

Guerra do Contestado (1912-1916)

O que foi? 

A revolta conhecida por Guerra do Contestado aconteceu durante a presidência de Hermes da Fonseca (1910-1914) e Venceslau Brás (1914-1918), na divisa dos estados Paraná e Santa Catarina. O movimento se deu após o governo iniciar um projeto de construção na região alvo de uma disputa territorial, conhecida como contestada, e habitada por uma comunidade que vivia da agricultura. Porém, mesmo ciente de que ali moravam pessoas, o governo entregou essa terra para Percival Farquhar, um grande magnata da época. O plano era realizar a construção de uma estrada de ferro que ligasse o estado do Rio Grande do Sul a São Paulo, e explorar a madeira da região. 

Principais causas

A Guerra do Contestado tomou impulso quando a empresa, que era responsável pela exploração da madeira na terra contestada, juntou-se a Farquhar e enviou uma tropa de jagunços para expulsar as pessoas que viviam naquela área. Além disso, diante da precarização dos trabalhos na linha férrea e a falsa promessa do desenvolvimento da região, a população pobre e desabrigada juntou-se a José Maria, líder religioso, e revoltou-se contra a República. 

Após a instalação de uma comunidade em Irani, região que era contestada pelos dois estados, o governo passou a considerar o povo uma ameaça ao poder. Dessa forma, o grupo de pessoas em Irani foi atacado por catarinenses, que alegavam uma invasão ao seu estado. 

Consequências da Guerra do Contestado

Durante o primeiro conflito da Guerra do Contestado José Maria foi morto, porém, sua morte serviu como motim. Os sertanejos continuaram sua revolta contra o governo, formando diversas comunidades autônomas pela região, o que resultou em sua coibição por parte dos coronéis locais. A Guerra do Contestado apenas foi encerrada em janeiro de 1916, com a destruição das comunidades autônomas e a morte de cerca de 10 mil pessoas. Após décadas do final do movimento social, a região passou por um processo de branqueamento.  

Greve geral (1917)

O que foi? 

O movimento urbano conhecido como Greve Geral aconteceu em 1917, na cidade de São Paulo, sob a presidência de Venceslau Brás (1914-1918). De acordo com historiadores, o evento teve início pela precariedade nas condições de trabalho nas fábricas do setor têxtil e pela reivindicação dos funcionários por um aumento salarial. 

Principais causas

A falta de boas condições de trabalho, o aumento da carga horária e a desvalorização salarial foi o que provocou a suspensão dos trabalhadores em suas funções por dias. Outro fato que teve extrema importância para que os grevistas expandissem o movimento, foi a difusão dos ideais anarquistas e socialistas trazidos pelos muitos imigrantes italianos que integravam as greves, mas, apesar disso, a mobilização não teve associação ou influência da revolução russa. 

Consequências da Greve Geral 

Diante do aumento de trabalhadores e fábricas participantes da greve, em 9 de julho, o Comitê de Defesa Proletária foi criado por lideranças sindicais anarquistas e socialistas, com o objetivo de organizar o movimento.

Logo em seguida, no dia 14 de julho, foi assinado um acordo entre os empresários e o secretário de segurança pública em prol da libertação dos operários presos nas manifestações, como também o aumento dos salários e a garantia do direito de reunião. Apesar da negociação, em 16 de julho, a Greve Geral chegou ao seu ápice, contando com cerca de 45 mil trabalhadores, após a revolta pela morte de um trabalhador pela polícia. Como consequência do auge do movimento, por meio da Lei Adolfo Gordo (de 1907), o governo puniu muito dos grevistas os expulsando do país. 

Conclusão

Como você pôde entender, as revoluções ocorridas na Primeira República do Brasil foram de suma importância para a evolução da política e sociedade do nosso país. Apesar de serem marcadas por opressão e violência, os movimentos sociais dessa época são lembrados até hoje como símbolos da luta por um país mais digno, sendo um assunto indispensável nos estudos daqueles que almejam o CACD.

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