Entenda o que é a Doença de Parkinson, quais são os sintomas, as opções de tratamento e a importância dos testes genéticos para o diagnóstico.

A Doença de Parkinson é uma doença degenerativa cerebral que afeta principalmente os movimentos de indivíduos acometidos pela condição. Outras complicações também podem ocorrer com a progressão do quadro, como comprometimento cognitivo, distúrbios na fala e no sono. 

A Doença de Parkinson é uma das principais causas de demência, afetando pelo menos 8,5 milhões de indivíduos no mundo, sendo que a sua prevalência dobrou nos últimos 25 anos de acordo com dados da Organização Mundial de Saúde.

O que é a Doença de Parkinson?

A Doença de Parkinson é uma doença crônica e progressiva que afeta o cérebro, ocasionando principalmente sintomas motores, mas também podendo levar a outras complicações (sintomas não-motores).

É causada pela perda de neurônios localizados na substância negra do cérebro, região crítica para o controle motor, o que leva aos sintomas característicos da doença.

O acúmulo excessivo de uma substância chamada alfa-sinucleína nas células nervosas da substância negra do cérebro leva à formação de corpos de Lewy, o que pode afetar a função normal dessas células e desencadear sua morte. 

A relação dos corpos de Lewy com a Doença de Parkinson ainda não foi totalmente esclarecida apesar de serem encontrados no cérebro de quase todos os pacientes com Parkinson. 

A perda de neurônios da substância negra leva à diminuição do neurotransmissor dopamina no cérebro, que é importante para o controle muscular. Pela redução da dopamina, passam a acontecer padrões anormais na comunicação entre os nervos, prejudicando o movimento.

O comprometimento de outros sistemas cerebrais, em estruturas que dependem de diferentes neurotransmissores, pode estar relacionado aos sintomas não-motores da doença.

Quais são as causas da Doença de Parkinson?

A Doença de Parkinson é considerada uma doença complexa e em muitos casos a causa pode ser desconhecida. O envelhecimento é considerado um dos principais fatores de risco para a condição: conforme se envelhece, é natural que aconteçam diversos processos celulares que levam à neurodegeneração.

Fatores genéticos e outros fatores ambientais também influenciam no desenvolvimento de Parkinson. Além disso, indivíduos do sexo masculino parecem ser mais acometidos pela doença do que indivíduos do sexo feminino.

A maior parte dos casos da doença de Parkinson são resultado de uma combinação complexa entre fatores de susceptibilidade genética e fatores ambientais.

Fatores genéticos relacionados à Doença de Parkinson

Fatores genéticos estão presentes tanto nos casos de Parkinson esporádico, ou seja, sem histórico familiar conhecido (que correspondem a cerca de 85% do total), quanto nos casos familiares (que correspondem a aproximadamente 15% do total, podendo estar relacionados a alterações genéticas). 

No quadro estão genes relacionados à doença na sua forma típica monogênica (que é mais rara), como os genes SNCA, LRRK2, VPS35, PRKN, PINK1 e DJ1, e os genes associados aos fenótipos atípicos/complexos de Parkinson, como os genes ATP13A2, DNAJC6, FBXO7 e PLA2G6

Quadro com genes relacionados à doença de Parkinson.
O quadro apresenta genes relacionados ao Parkinson típico e atípico, familial e de início mais jovem (ver detalhes no texto). Em alguns dos genes está incluída a nomenclatura antiga e a mais recente, já que a nomenclatura desses genes mudou ao longo dos anos e é possível encontrar as duas formas na literatura científica.

Com o avanço nos estudos de associação genética, foram identificadas variantes comuns que podem contribuir de forma aditiva para o desenvolvimento da Doença de Parkinson. Algumas dessas variantes estão presentes nos mesmos genes associados à forma monogênica da doença, como SNCA e LRRK2.

Doença de Parkinson em diferentes etnias

Com o aumento no número de estudos genéticos relacionados ao Parkinson, descobriu-se que variantes genéticas associadas à doença têm prevalência diferente entre as populações. Em algumas populações do Norte da África (Berberes), por exemplo, uma mutação específica no gene LRRK2 é responsável por cerca de 39% dos casos da Doença de Parkinson. Em judeus Ashkenazim, a prevalência de Parkinson causada por essa mutação é de aproximadamente 18%. Já em pessoas de ascendência asiática, são poucas as mutações no gene LRRK2 consideradas importantes causadoras da doença.

Tipos de alterações genéticas associadas à Doença de Parkinson

Diferentes tipos de mutações já foram associadas à Doença de Parkinson, como mutações de ponto e variações no número de cópias (CNV, do inglês copy number variation). 

Essas alterações genéticas geralmente resultam em mudanças em mecanismos moleculares diversos, com destaque para aqueles relacionados à formação e dobramento da proteína alfa-sinucleína (gene SNCA), reciclagem de proteínas nas células (gene PARK2) e regulação das funções mitocondriais (genes PARK7 e PINK1).

Fatores ambientais relacionados à Doença de Parkinson

No que se refere aos fatores ambientais que podem aumentar as chances de desenvolver Parkinson, o principal deles é o envelhecimento: globalmente, a doença pode afetar até 5% dos indivíduos com mais de 85 anos. 

Além disso, outros fatores como a exposição a toxinas, metais presentes em minas e indústrias, como manganês, defensivos agrícolas e solventes e, ainda, a ocorrência de traumas na região da cabeça podem aumentar as chances de desenvolver Doença de Parkinson.

Sintomas da Doença de Parkinson

Pacientes com Doença de Parkinson têm quatro principais sintomas: tremor nas mãos, braços, pernas e cabeça; rigidez muscular; movimentos lentos; equilíbrio e coordenação prejudicados. 

Além desses sintomas, a Doença de Parkinson também pode levar à depressão, dificuldade para falar, mastigar e engolir, problemas para urinar, constipação intestinal e problemas na pele.

A idade de início dos sintomas, as manifestações clínicas sentidas pelo paciente e a progressão da doença podem variar de acordo com a alteração genética, sua penetrância e expressividade, e de acordo com os fatores ambientais. 

Pessoas que começam a ter sintomas da Doença de Parkinson com idade entre 21- 50 anos têm a chamada Doença de Parkinson de início precoce. Em muitos desses casos, a progressão da doença é mais lenta. De maneira geral, casos de Parkinson de início precoce são raros e tendem a ter maior contribuição genética do que ambiental.

Diagnóstico e tratamento da Doença de Parkinson

O diagnóstico da Doença de Parkinson é essencialmente baseado em informações clínicas do paciente, na realização de exames neurológicos e físicos, bem como em seu histórico de saúde. 

Se alguns critérios são preenchidos pelo paciente, como início precoce dos sintomas, histórico familiar da doença ou presença de outras manifestações clínicas (que se apresentam em outras síndromes genéticas), um teste genético pode ser solicitado para verificar se o diagnóstico é de Parkinson familial.

Com base no resultado do diagnóstico genético, o médico pode traçar o melhor manejo da doença para o paciente (como definição do melhor tratamento, já que a resposta à medicação pode ser diferente dependendo da variante), orientar a família e recomendar exames e medidas de acompanhamento.

Algumas doenças causam sintomas semelhantes ao Parkinson, no que é chamado de Parkinsonismo ou Parkinson atípico. Assim, os testes genéticos são ferramentas importantes pois permitem um diagnóstico diferencial.

Não existe cura para a Doença de Parkinson, mas existem tratamentos disponíveis que podem ajudar com os sintomas motores e não-motores da doença. Alguns medicamentos são específicos para o controle dos sintomas motores, e agem aumentando a concentração de dopamina no cérebro, por exemplo. 

Em alguns casos, principalmente quando tratamentos convencionais falham, podem ser recomendados procedimentos cirúrgicos.

Pacientes com Doença de Parkinson podem precisar de acompanhamento multidisciplinar com médicos de diferentes especialidades, fonoaudiólogos, terapeutas, nutricionistas, educadores físicos, entre outros.

Existem critérios específicos que devem ser preenchidos para ser recomendado um teste de diagnóstico genético para Doença de Parkinson. Apenas um médico pode avaliar a necessidade desse tipo de exame, bem como recomendar o melhor tratamento. 

Diagnóstico genético na Mendelics para Doença de Parkinson

Para auxiliar médicos e familiares no diagnóstico da doença de Parkinson, a Mendelics desenvolveu o Painel de Demências e Parkinson. Utilizando a tecnologia de Sequenciamento de Nova Geração (NGS), o Painel analisa 60 genes envolvidos em formas precoces e/ou familiares de Doença de Alzheimer, Demência Fronto-temporal, Doença de Parkinson e Doença de Alexander. 

A análise da Mendelics faz o sequenciamento completo (éxons e regiões intrônicas flanqueadoras) desses genes e avaliação do número de cópias (CNVs).

Somente um médico pode avaliar os benefícios do exame genético para o paciente, converse com seu médico! 

Para saber mais entre em contato com a nossa equipe pelo telefone (11) 5096-6001 ou através do nosso site.

Revisão

O que é a Doença de Parkinson?

 

A Doença de Parkinson é uma doença degenerativa do cérebro que afeta principalmente os movimentos dos pacientes. Outras complicações também podem ocorrer com a progressão do quadro, como comprometimento cognitivo, distúrbios na fala e no sono. 

O que causa a Doença de Parkinson?

A Doença de Parkinson é considerada uma doença complexa e em muitos casos a causa pode ser desconhecida. O envelhecimento é considerado um dos principais fatores de risco para a condição, mas fatores genéticos e outros fatores ambientais também influenciam no desenvolvimento da doença.

Quais genes estão relacionados à Doença de Parkinson?

Dentre os genes relacionadas à Doença de Parkinson, existem os genes que causam a doença na sua forma típica monogênica, como os genes SNCA, LRRK2, VPS35, PRKN, PINK1 e DJ1, e os associados aos fenótipos atípicos/complexos, como os genes ATP13A2, DNAJC6, FBXO7 e PLA2G6.  


Referências

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