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Nicolau Breyner: morreu o estroina, o brincalhão, o amigo, o irmão…

A morte de Nicolau Breyner, esta terça-feira, aos 75 anos, foi apontada por políticos, amigos e colegas como “grande perda”, porque o ator era uma pessoa especial, que o público se habituou a ver como se fosse da família, como disse Ana Zanatti.

Simone de Oliveira afirmou que Nicolau Breyner, “foi o grande estroina, no bom sentido da palavra, que adorava uma boa gargalhada”.

“Era uma pessoa muito inteligente, culta, com um talento extraordinário para interpretar tudo o que lhe era pedido”, referiu por seu turno Maria do Céu Guerra.

Outra atriz, Alina Vaz, lembrou o “excelente colega, brincalhão, criativo, [um ator] extraordinário, multifacetado e muito criativo”, assim como seguro em cena.

Rita Blanco disse à Lusa que se curva em homenagem ao pioneiro que foi Nicolau Breyner e, apesar de não ser seu hábito dar testemunho nestas ocasiões, afirmou: “Mas gostava tanto do Nico, que é só [afirmar] que me curvo, em homenagem ao pioneiro, que, para além disso, estava sempre disponível para as pessoas”.

Herman José disse que perdeu “um irmão e um amigo”, manifestando “gratidão eterna”.

“Perdi um irmão e um amigo. Não imagino vida mais útil e mais profícua [do que a sua], a minha gratidão será eterna”, escreveu, na rede social “facebook”, Herman José.

A proximidade de Nicolau Breyner ao público e aos seus pares é igualmente recordada por Florbela Queiroz, colega do ator, no Conservatório e nos palcos: “Era uma pessoa de família”, disse à Lusa a atriz, muito emocionada.

Um “talento natural” como ator, foi assim que se lhe referiu, o realizador Joaquim Leitão. “Foi um dos atores com quem mais gostei de trabalhar, porque tinha um talento natural e fazia tudo com enorme facilidade. Apesar de ser uma figura muito conhecida e com uma grande carreira, nunca foi arrogante”, enfatizou.

“Era um ator único, que sabia muito bem interpretar todas as emoções – a tristeza, a alegria, a ironia – e doseá-las para cada cena”, disse à Lusa António-Pedro Vasconcelos, lamentando a morte do artista.

O encenador Filipe la Féria disse que a sua morte é uma “perda irreparável para o teatro português”

O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, disse ter tido “um grande desgosto” com a morte de Nicolau Breyner, “um grande artista, grande coração e grande amigo”, que teve uma “vida culturalmente e humanamente muito rica”.

O presidente da Assembleia da República, Eduardo Ferro Rodrigues, manifestou a sua “enorme consternação” com a notícia da morte de Nicolau Breyner, considerando que o país perdeu “um dos seus melhores criadores”.

O primeiro-ministro, António Costa, por seu turno, lamentou a morte do amigo, ator e realizador Nicolau Breyner, considerando que “deixa um vazio imenso”.

António Costa sublinhou que o país deve a Nicolau Breyner “alguns dos mais notáveis papéis representados em Portugal” e “grandes momentos de humor, em que ele era absolutamente exímio, desde a crítica política à crítica de costumes”.

O ministro da Cultura referiu-se a Nicolau Breyner como o “homem bom e de cultura” que, enquanto ator, realizador e produtor, foi um exemplo de profissionalismo e de entrega à Cultura e à Língua portuguesas.

O presidente da Câmara de Serpa, Tomé Pires, disse que Nicolau Breyner, natural do concelho alentejano, “nunca se desligou da sua terra natal, do seu concelho, das suas gentes e isso é de facto de louvar”, elogiou.

O PS lembrou o “grande ator” e um dos artistas “mais queridos dos portugueses”, e o presidente do PSD, Pedro Passos Coelho, considerou incontornável o contributo que o ator deu à arte de representar, enquanto a líder do CDS-PP, Assunção Cristas, recordou o amigo ao lado de quem travou combates políticos.

Também da área desportiva se sentiu o pesar pela morte do ator que encarnou “João Godunha”, na telenovela “Vila Faia” (1982).

O Benfica endereçou condolências aos familiares e amigos do ator, “um reconhecido e apaixonado adepto benfiquista”.

Segundo a Sociedade Portuguesa de Autores, Nicolau Breyner foi dos “poucos atores portugueses tiveram uma atividade tão diversa e rica, mas sempre valorizada pela componente autoral, de que não abdicou, e que fez questão de considerar essencial na sua vida”.

O ator, produtor e realizador Nicolau Breyner, morreu hoje, em casa, em Lisboa.

Protagonizou uma carreira de mais de 60 anos, tendo deixado uma marca nos palcos e na televisão portuguesa, sobretudo através de telenovelas muito populares como “Vila Faia” e “Cinzas”, assim como de programas de humor, como “Eu Show Nico” (1988) e “Nicolau no país das maravilhas”, de 1975, em que foi o “Senhor Contente”, com Herman José, o “Senhor Feliz”.

Trabalhou no teatro de revista e no de comédia, ao lado de nomes como Laura Alves, Paulo Renato, Eugénio Salvador.

Trabalhou igualmente no cinema, como ator e realizador, tendo colaborado com António-Pedro Vasconcelos, João Botelho, Joaquim Leitão e Leonel Vieira, entre outros.

Nicolau Breyner estava atualmente a participar nas gravações da telenovela da TVI “A Impostora”.

No “site” da escola de atores NBAcademia, que fundou, lê-se

“A missão do actor é simplesmente emocionar as pessoas. Levá-las ao riso ou às lágrimas. Fazer com que nos odeiem ou nos amem. Enfim…. É fazê-las sonhar. Quando isso acontece, a vossa missão está cumprida”. A frase, de Nicolau Breyner, possivelmente sintetiza o trabalho de uma vida ligada à representação.

 

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