Museu do Pão

O pão é símbolo universal da alimentação, primeira manufatura alimentar do homem e razão de ser do Complexo Arquitetônico do Museu do Pão enquanto espaço de registro da memória e patrimônio cultural imaterial da imigração italiana na região.

O caráter de preservação dos saberes e fazeres da arte branca e da molinologia, e também de sua forte atuação como ferramenta de promoção do desenvolvimento local sustentável por meio do turismo, da cultural, da aprendizagem, da gastronomia, da preservação ambiental e da arquitetura, conferem a este espaço de memória e aprendizagem, caráter de potente centro de irradiação de conhecimento e de formação de redes de relacionamento e transformação sociocultural junto às comunidades em que está inserido desde a sua inauguração, em 22 de fevereiro de 2008.

Numa união de tradição e invenção, dois novos volumes arquitetônicos foram erguidos em concreto, contaminados pela presença física e simbólica da construção centenária, sendo o conjunto reconhecido nacional e internacionalmente, tendo recebido o prestigiado prêmio Rodrigo Melo Franco de Andrade, na categoria “Preservação de Bens Móveis e Imóveis”, concedido pelo Iphan.

Restaurado com o patrocínio da Nestlé, em convênio com o IILA – Istituto Italo-latino Americano de Roma/IT e a Universidade de Caxias do Sul, o antigo Moinho Colognese, construído pelos migrantes italianos das famílias Tomasini-Baú, vindos da Primeira Colônia, que aqui se estabeleceram por volta de 1912, recuperou seus elementos e funções originais, produzindo farinha em pequenas quantidades em maquinário de madeira genuíno. O antigo depósito de grãos foi transformado numa acolhedora bodega, que proporciona a degustação de produtos elaborados na oficina de panificação e serve de espaço de recepção dos visitantes e de eventos para a comunidade.

No museu, uma pequena coleção de objetos utilizados pelos imigrantes italianos refaz a trajetória da produção do alimento “do grão ao prato”. Uma linha do tempo resume 12 mil anos da presença do pão na história da humanidade. No pequeno auditório, documentários, filmes e palestras discutem temas ligados ao pão e à imigração italiana. A Oficina de Panificação insere-se no resgate da culinária tradicional e na formação e aperfeiçoamento de jovens, profissionais e comunidade em geral para o exercício da nobre profissão da Arte Branca.

+ Fotos: Nelson Kohn