Bispo das Forças Armadas diz que discurso do Papa foi de «proximidade»

14 mar 2013, 00:11
D. Januário Torgal Ferreira

Januário Torgal Ferreira recorda «hábitos de simplicidade» de Jorge Mario Bergoglio

O bispo das Forças Armadas, Januário Torgal Ferreira, considerou esta quarta-feira que o primeiro discurso do novo Papa, Francisco, foi de «simplicidade, proximidade e fraternidade», sinais que devem pautar «uma nova imagem» da Igreja Católica.

O cardeal Jorge Mario Bergoglio, natural da Argentina e com 76 anos, foi esta quarta-feira eleito Papa, adotando o nome de Francisco e sucedendo a Bento XVI.

Pouco depois de ser eleito, o novo líder da Igreja Católica surgiu na varanda da basílica de São Pedro, apelou à fraternidade na Igreja e pediu aos fiéis para rezarem por si.

«Os sinais que ele neste primeiro contacto dá, em oposição a um perfil muito composto e muito pomposo, são de um homem extremamente simples, com uma sensibilidade de proximidade, de fraternidade», comentou à agência Lusa Januário Torgal Ferreira.

O bispo recordou, ainda, os «hábitos de simplicidade» do cardeal argentino, que não vivia numa casa episcopal, mas num apartamento, e que usava transportes públicos e táxis para se deslocar.

«Não significa nada que quem viva numa casa episcopal clássica esteja a fazer um contra testemunho da igreja. Mas acho que são esses sinais que deveriam ser muito bem pensados quanto ao aspeto de uma igreja num mundo cada vez mais pobre, mais miserável e mais marginal», apontou.

«Não basta parecer, é preciso ser», disse Januário Torgal Ferreira.

Citando Bento XVI, que afirmou numa entrevista que «não estava na linha de Constantino, mas na linha de um pescador, que é Pedro», o bispo das Forças Armadas considerou que são estas «pequenas impressões» que devem pautar uma «nova imagem» da igreja Católica.

«A igreja devia ser uma família, um espírito de comunhão, uma interdisciplinaridade. Devia ser uma casa onde ninguém ficasse de fora, e o papa faz parte dessa família, de que é o maior servo», defendeu.

Januário Torgal Ferreira disse que, quer perante as dificuldades interiores da igreja, quer perante um olhar novo sobre os problemas do mundo, «não se pode querer resolver todos os problemas de um dia para o outro».

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