Cultura

Paixão portuguesa por Tintin leva Gulbenkian a abrir portas de “Hergé” no feriado

Paixão portuguesa por Tintin leva Gulbenkian a abrir portas de “Hergé” no feriado
TIAGO MIRANDA

Aberta ao público desde domingo, a exposição “Hergé” está a ser um sucesso. Forte afluência de visitantes no fim de semana leva a Fundação Gulbenkian a abrir excecionalmente esta terça-feira, dia da Implantação da República Portuguesa

A exposição "Hergé", inaugurada na sexta-feira na Fundação Calouste Gulbenkian, em Lisboa, estará aberta ao público esta terça-feira (entre as 10h e as 18h). A decisão sobre a abertura excecional da Galeria Principal no feriado da Implantação da República Portuguesa foi tomada tendo em conta a afluência de público nos últimos dias. Até ao momento ainda não foi divulgado o número de visitantes que já visitaram a mostra, que pretende revelar o percurso e as influências de um artista belga para lá da sua maior criação, a personagem de banda desenhada Tintin.

Dedicada a George Remi (1907-1983), conhecido como Hergé, a exposição é uma iniciativa do Museu Hergé, na Bélgica, e tem estado a ser apresentada em vários países, tendo agora chegado a Portugal, na Fundação Calouste Gulbenkian, com curadoria de Ana Vasconcelos e Nick Rodwell, que gere o património do autor belga.

A mostra está dividida em nove núcleos, entre os quais um dedicado à coleção de arte moderna que George Remi foi construindo, provando que estava a par das correntes artísticas da altura. É neste núcleo que se pode ver um de quatro retratos de Hergé assinados pelo norte-americano Andy Warhol. Outro dos núcleos, mais pedagógico, explica como é que Hergé construía uma banda desenhada, revelando esboços, desenhos, estudos prévios e maquetas para o álbum "Tintin - Rumo a Lua". É ainda recordado o trabalho publicado na imprensa, no Soir ou no Le Petit Vingtième, as dificuldades passadas na Segunda Guerra Mundial, a vida de publicitário, de ilustrador e 'designer' gráfico.

A exposição apresenta ainda pinturas, fotografias, desenhos e outros documentos que registam a evolução no modo de trabalhar e que o tornaram, como afirmou Ana Vasconcelos, num "maníaco da documentação e do rigor, da verosimilhança, do rigor da transposição da realidade para a ficção". Entre as iniciativas programadas está uma série de debates em novembro, nomeadamente "Hergé e o Portugal do Estado Novo", com António Cabral e António Araújo, e "Hergé Global", com Carlos Gaspar e João Pedro George.

A exposição "Hergé" ficará patente até 10 de janeiro, o dia em que, em 1929, a personagem Tintin apareceu pela primeira vez no "Petit Vingtième", um suplemento do jornal belga Le Vingtième Siécle.

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