A pequena sala de aula da Escola Superior de Educação Viseu não teve espaço suficiente para receber todos aqueles que queriam ouvir um dos fundadores do Bloco de Esquerda, este sábado. A sessão “Seis imagens que levam da utopia à distopia” contou com uma audiência encavalitada que se estendeu pelo corredor fora. No final da espécie de aula de Francisco Louçã no Fórum Socialismo, o fundador explicou como o “sentido comunitário”, que faz parte das utopias e dos movimentos sociais, pode “mudar políticas”. Um dos exemplos que usou foi a crise da habitação, um tema que está a marcar a rentrée bloquista. “O primeiro-ministro nunca estaria a falar do problema da habitação oito anos depois de ter prometido resolvê-la, se não houvesse um grande movimento popular, se os jovens não estivessem indignados, se não se soubesse que Portugal se tornou num dos países mais caros da Europa em termos de habitação”.
Depois de Mariana Mortágua classificar esta crise habitacional como uma “pandemia” e uma “catástrofe”, também Francisco Louçã endureceu o discurso e colocou-a como causa de um “apartheid social em relação aos jovens”.
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