Sociedade

Carris Metropolitana. 61 motoristas recrutados em Cabo Verde aguardam visto para entrar ao serviço

Carris Metropolitana. 61 motoristas recrutados em Cabo Verde aguardam visto para entrar ao serviço

Escassez de profissionais em Portugal está a levar as empresas de transporte público de passageiros a recrutar fora do país

Os 61 motoristas de autocarro contratados em Cabo Verde pela Alsa Todi, empresa espanhola responsável pelo serviço da Carris Metropolitana numa parte da Margem Sul, estão apenas “a aguardar a emissão de vistos pelas autoridades portuguesas para entrarem de imediato ao serviço” das linhas existentes nos concelhos de Setúbal, Moita, Montijo, Alcochete, Palmela e Barreiro, indicou a empresa em comunicado esta terça-feira.

“O recrutamento foi feito com a colaboração de parceiros locais e acompanhado por responsáveis da Alsa Todi, que garantiram a aptidão para o exercício de funções com os standards da ALSA, num processo formativo que continuará nos próximos dias em Portugal”, acrescenta a empresa. A parte final da formação servirá para que os novos motoristas ficarem a conhecer as linhas onde vão atuar.

A contratação destes profissionais decorreu já depois da entrada em vigor do decreto-lei que reconhece os títulos de condução de alguns países membros da CPLP. O recrutamento em Cabo Verde, noticiada pelo Expresso na passada sexta-feira, acontece como resposta à falta de profissionais em Portugal. Os baixos salários, o elevado custo da formação e as condições de trabalho ajudam a explicar essa escassez.

“Devido à impossibilidade de conseguir recrutar mais motoristas em Portugal por uma falta geral de mão-de-obra, a Alsa Todi está também a apoiar a instalação destes novos motoristas no país, através de medidas de financiamento da formação, despesas de deslocação e habitação.”

Em comunicado, a empresa diz ainda que estes motoristas estão já vinculados ao novo acordo de empresa com os sindicatos, “que estabeleceu melhorias das condições de trabalho para estas funções, assim como folgas rotativas, seguro de saúde e prémios de assiduidade”.

Mais estabilidade em outubro

Para a Transportes Metropolitanos de Lisboa (TML), que gere a Carris Metropolitana, ganhar mais estabilidade no serviço de autocarros depende da contratação de motoristas pelas duas empresas que estão a operar na Margem Sul. Desde que o serviço entrou em funcionamento, no verão, têm sido registadas muitas queixas de utentes.

A Alsa Todi, responsável pela área 4 da Carris Metropolitana, lembra que o “incremento substancial de oferta” requereu “mais autocarros e motoristas”. O mesmo aconteceu na área 3, também na Margem Sul, e que é operada pela Transportes Sul do Tejo (TST), que está a recrutar em Portugal.

Para janeiro de 2023 ficou adiado o arranque nas restantes duas áreas, ambas na Margem Norte, e que serão operadas pela Viação Alvorada e Rodoviária de Lisboa.

A Carris Metropolitana abrange os 18 municípios da Área Metropolitana de Lisboa (AML), embora em três concelhos se mantenham a funcionar as empresas de transportes municipais que já operam agora. É o caso de Lisboa, onde a Carris não irá desaparecer. Também no Barreiro se mantém a TCB e em Cascais a MobiCascais.

Tem dúvidas, sugestões ou críticas? Envie-me um e-mail: ralbuquerque@expresso.impresa.pt

Comentários
Já é Subscritor?
Comprou o Expresso?Insira o código presente na Revista E para se juntar ao debate
+ Vistas