Procedeu-se, em 2015, à Certificação das Rendas de Bilros de Vila do Conde, cuja entidade promotora do processo é a Associação para Defesa do Artesanato e Património de Vila do Conde.

A cerimónia simbólica decorreu na abertura da 38ª Feira Nacional de Artesanato de Vila de Conde, a 25 de julho de 2015. Nesse dia histórico para Vila do Conde e para o Artesanato Português, foi certificado o primeiro produto após publicação do Dec. Lei 121/2015 que regulamenta o Sistema Nacional de Qualificação e Certificação de Produções Artesanais Tradicionais, tendo sidas certificadas peças de 4 rendilheiras.

No âmbito deste processo, foi concebida uma marca, com logótipo e denominação, que identifica as rendas como produção artesanal tradicional certificada, passando a figurar no mercado com uma imagem forte, facilmente identificada e reconhecida pelos consumidores.

Celebrando a conclusão deste longo processo e a chegada ao mercado das primeiras Rendas de Bilros de Vila do Conde com Certificado de Origem, a Associação para Defesa do Artesanato e Património emprestou, nesse ano, no âmbito da Feira Nacional de Artesanato, particular relevo ao Artesanato Certificado, trazendo ao certame todos os produtos artesanais já com processo de certificação concluído, na Exposição “Certificar o artesanato – valorizar a identidade portuguesa”, editando um desdobrável promocional sobre oArtesanato dos Açores, Bordados de Guimarães, Bordados da Madeira, Bordados de Viana do Castelo, Olaria e Figurado de Barcelos, Lenços dos Namorados, Tapetes de Arraiolos e Rendas de Bilros, os produtos que estiveram em destaque no pavilhão principal da Feira Nacional de Artesanato, numa clara homenagem às artes tradicionais portuguesas.

O objetivo foi não só promover e divulgar os produtos genuinamente nacionais, mas também contribuir para a consolidação e afirmação do artesanato português.

Ao longo das últimas quatro décadas foram várias as iniciativas promovidas com o intuito de revitalizar a produção das rendas de bilros e assegurar a sua preservação para as gerações vindouras.

Conjugar a tradição do passado com a modernidade do presente é um desafio permanente. Através de “Desfiles de Moda” onde a cultura popular se cruza na perfeição com os modelos mais arrojados. A título de curiosidade, refira-se que a primeira iniciativa teve lugar em 1992, contando com a colaboração da Comissão para a Igualdade dos Direitos das Mulheres, e aliou o design moderno com os tecidos, bordados e rendas tradicionais de produção portuguesa.

Aqui se lançaram as bases para a sequência de desfiles de moda, fazendo despertar os criadores nacionais para uma nova realidade e um mundo por explorar no que toca à aplicação das delicadas rendas de bilros nas suas colecções, desfiles que hoje continuam, integrados nas Festividades em Honra de S. João, padroeiro da cidade de Vila do Conde.