Por Sílvia Vieira, G1 Santarém — PA


Gravidez na adolescência é uma realidade que tem preocupado profissionais de saúde em Santarém — Foto: SBP/Divulgação

Na Semana Nacional de Prevenção à Gravidez na Adolescência, a Secretaria Municipal de Saúde (Semsa) de Santarém, no oeste do Pará, intensifica ações de orientação e prevenção nas unidades básicas de saúde, para chamar a atenção para uma realidade preocupante no município: o número elevado de adolescentes grávidas. Ao longo de 2018, foram 152 os casos de gestações entre adolescentes, registrados nas UBS’s.

Segundo levantamento realizado pela Semsa, entre adolescentes na faixa etária de 10 a 14 anos foram 12 casos de gestações, e 140 na faixa etária de 15 a 19 anos, de janeiro a dezembro de 2018.

A Semsa forneceu dados e guias para que os profissionais possam orientar seus pacientes adolescentes sobre a importância de se prevenirem adequadamente, não só para evitarem a gravidez em um estágio da vida em que as meninas ainda não têm estrutura física e emocional para cuidarem de uma nova vida, como também doenças.

A abertura da programação foi realizada segunda-feira (4), na UBS do bairro Uruará, que registrou 12 casos de gestação em adolescentes, em 2018. Para a coordenadora da unidade, enfermeira Merijane Rego, o diálogo aberto em casa sobre a gravidez, suas consequências e a necessidade de prevenção é essencial para evitar não só a gravidez indesejada, como problemas de saúde para mães e bebês.

“A gravidez na adolescência traz uma carga de responsabilidade que só deveria existir quando já há maturidade e por escolha, não por acidente, como temos visto na unidade de saúde. A conversa franca em casa, a orientação para a prevenção ainda são o melhor caminho para diminuir esses índices de gestações na adolescência”, observou Merijane.

Geralmente, as meninas que acabam não tendo o apoio dos pais de seus bebês, acabam abandonando os estudos, se veem obrigadas a trabalhar para ajudar nas despesas de casa, e em alguns casos, ficam grávidas outras vezes, em um curto espaço de tempo.

O médico do programa Saúde da Família, Karlisson Cunha, destacou que, há ainda uma preocupação com a saúde das garotas, que podem desenvolver problemas, como pressão arterial, eclâmpsia e pré-eclâmpsia durante a gravidez. Segundo ele, os bebês podem sofrer ainda com falta de espaço e prematuridade.

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