Quem foi Di Cavalcanti? Biografia e obras do ícone modernista

Junto com Tarsila do Amaral e Anita Malfatti, Di Cavalcanti é considerado um dos principais e mais famosos artistas da história da arte brasileira. 

Vanguardista e criar de tendências, ele foi uma das primeiras personalidades do cenário artístico a abordar temas da cultura tupiniquim, como o Carnaval, o samba e boemia carioca. Fez isso com um lirismo inigualável, sempre ressaltando a alma do povo brasileiro com cores vibrantes. 

Ele também exaltou a figura feminina como ninguém, retratando a sensualidade e as curvas da mulher brasileira. 

A relevância de Di Cavalcanti e suas obras é incontestável, o que pode ser comprovado pelo valor de suas telas, que são disputadas, até hoje, por grandes leilões do Brasil e do mundo. 

Sua peça “Bumba meu Boi”, por exemplo, foi arrematada por nada mais nada menos do que R$ 20 milhões. 

Crédito: JC 

O artista não foi só um grande pintor, mas também produziu um trabalho fascinante em desenho, caricaturas, ilustração e muralismo. 

Quer conhecer a biografia de Di Cavalcanti e suas principais obras? É só seguir lendo!

Biografia de Di Cavalcanti: conheça a vida do mestre

Emiliano Augusto Cavalcanti de Albuquerque nasceu no Rio de Janeiro no fim do século XIX, mais precisamente em 1897. De família tradicional, o carioca estudou piano e frequentou bons colégios. 

Ainda adolescente, entrou no mundo da arte por meio da ilustração na revista Fon-Fon. Essa publicação ficou famosa por explorar temas sociais e políticos, assim expressos por caricaturas. 

Pouco depois, aos 19 anos, mudou-se para São Paulo e, na terra da garoa, ingressou na Faculdade de Direito. Porém, o amor pela arte não foi deixado de lado, pois ele continuou a produzir suas ilustrações e, logo, aconteceu sua primeira exposição de pinturas. 

As obras de Di Cavalcanti dessa mostra contavam com traços impressionistas, simbolistas e expressionistas. 

Foi nessa época que conheceu outras importante personalidades importantes do modernismo brasileiro, os intelectuais Mário e Oswald de Andrade. 

O início da trajetória profissional do artista 

Em 1922, abraçando questões importantes e valorizando a efervescência de movimentos de vanguarda, idealizou e organizou a Semana de Arte Moderna, onde expôs 11 pinturas. 

Ele também foi o responsável pela elaboração do catálogo e do programa do evento. 

Crédito: Enciclopédia Itaú Cultural 

No ano seguinte, partiu para a Europa, onde se manteve até 1925. Lá, conheceu figuras emblemáticas da história da arte mundial, como Pablo Picasso e Henri Matisse, pessoas que influenciaram seu estilo. 

Em 1926, já de volta ao Brasil, envolveu-se com política, mas continuou produzindo suas ilustrações. 

Três anos depois elaborou seus primeiros painéis modernos, que apresentavam influências cubistas e barrocas, cujas temáticas envolveram o tropicalismo tupiniquim e suas festas populares. 

Já na década de 1930, fundou o Clube dos Artistas Modernos e pouco depois sofreu sua primeira prisão por expor suas ideias comunistas. Na mesma época, casou-se com a também artista Noêmia Mourão. 

Em seguida, retornou para Europa, ficando em Paris até 1940, voltando, depois, para o Brasil. 

O apogeu da carreira 

O apogeu da carreira de Di Cavalcanti aconteceu na década de 1950. Nesse período, a originalidade e a singularidade de suas obras chamaram a atenção pela criatividade, elevada qualidade técnica e traços únicos. 

Logo, nesse período foi considerado o melhor pintor brasileiro (junto com Alfredo Volpi), ganhando um importante prêmio na ocasião. Ele  também foi aclamado internacionalmente. Na itália, recebeu um prêmio de uma mostra de arte sacra. 

Na mesma época, foi homenageado pelo Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro, ganhando uma exposição que exibiu uma retrospectiva de suas pinturas. 

Nesse período, escreveu um livro de memórias: “Viagem da minha vida”, o que se repetiu anos mais tarde, em 1964, quando ocorreu a publicação de seu segundo livro de mesmo estilo: “Reminiscências líricas de um perfeito carioca”

O artista faleceu em 1976 no Rio de Janeiro. Porém, esse fato não cessou com suas homenagens. Isso porque Glauber Rocha, personagem central do cinema moderno nacional, produziu um curta-metragem para aplaudir esse grande mestre do modernismo. 

Di Cavalcanti: principais obras 

As principais obras de Di Cavalcanti receberam influência do cubismo, expressionismo alemão e da estética de muralistas como Diego Rivera. 

Suas peças buscavam valorizar a identidade nacional, assim, os temas mais explorados foram decorrentes desse universo. 

Confira, agora, as pinturas de Di Cavalcanti mais emblemáticas.

1. Samba (1925)

Crédito: Wikipédia 

2. Cinco Moças de Guaratinguetá (1930)

Crédito: Wikipédia 

3. Aldeia de Pescadores (1950)

Crédito: Secretaria da Educação do Paraná 

4. Nu e figuras (1950)

Crédito: Obvious 

5. Carnaval (1965)

Crédito: Enciclopédia Itaú Cultural 

Neste post, você ficou sabendo quem foi Di Cavalcanti, conheceu sua biografia e principais obras. Qual peça do artista chamou mais sua atenção? Por que? Compartilhe sua opinião aqui embaixo nos comentários!

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Crédito da foto de capa: Folha