O primeiro-ministro, Pedro Passos Coelho, apresentou na sexta-feira (9) condolências à família de Urbano Tavares Rodrigues, um «grande vulto» que marcou, com a sua obra literária o contexto cultural e social dos últimos 60 anos.

«Expresso profundo pesar pelo falecimento hoje do professor catedrático, escritor, personalidade cultural de reconhecido mérito, Urbano Tavares Rodrigues, autor de uma obra literária em diferentes géneros e marcante no contexto cultural e social das últimas seis décadas», afirmou o primeiro-ministro.

Na mensagem divulgada pelo seu gabinete, Passos Coelho apresenta à família do escritor «votos de condolências» neste «momento de recolhimento e perda», afirmando junto dos seus familiares a sua «respeitosa homenagem, devida ao grande vulto» que faleceu na sexta-feira.

Urbano Tavares Rodrigues morreu na madrugada de dia 9 aos 89 anos. Escritor, jornalista, militante do Partido Comunista, nasceu a 08 de dezembro de 1923 e tinha completado recentemente 60 anos de vida literária.

Enquanto jornalista, trabalhou no Diário de Notícias (para onde entrou logo em 1946), Diário de Lisboa, Artes e Letras, Jornal do Comércio e O Século, entre outros órgãos, e enquanto escritor assinou uma obra em que quase sempre expressou preocupações sociais e políticas.

Preso pela PIDE em 1963 e 1968, usou o segundo período de clausura para escrever «Contos de Solidão», que passou clandestinamente para o exterior. Apesar da intensa atividade na oposição, só em 1969 Urbano Tavares Rodrigues se filiou no PCP, pelo qual chegou a ser eleito deputado, embora não tenha aceitado exercer o mandato.

Urbano Tavares Rodrigues foi distinguido com os galardões literários da Associação Internacional de Críticos Literários e da Imprensa Cultural, bem como com os prémios Ricardo Malheiros, Aquilino Ribeiro, Fernando Namora, Jacinto do Prado Coelho, Camilo Castelo Branco e o consagrado Prémio Vida Literária da Associação Portuguesa de Escritores (2003).

LUSA