Localizado a poucos quilômetros de Coimbra, o sítio arqueológico de Conímbriga abriga alguns dos mais importantes vestígios da ocupação romana na Península Ibérica. Entre as ruínas dos antigos palácios e seus riquíssimos mosaicos, é possível conhecer um pouco do que teria sido essa próspera cidade da antiga Lusitânia.
A arqueologia revela que Conímbriga teria se estabelecido como uma povoação pré-histórica ainda na Idade do Cobre, por volta do século IX a.C. Os romanos teriam chegado apenas na segunda metade do século I a.C., promovendo uma rápida “romanização” da população local e transformando o povoado em um importante centro urbano, que prosperou durante todo o Império.
Na Idade Média a região caiu sob domínio visigótico, até o início do século VI, quando houve a invasão muçulmana e a cidade começou a declinar, até esvaziar-se completamente por volta do século XI. No século XVI teria-se algum conhecimento sobre a existência das ruínas de Conímbriga, mas apenas no século XIX é que tiveram início os trabalhos de escavação arqueológica e pesquisa.
Atualmente a cidade está escavada em cerca de 17% de seu território, o que permite observar muito do urbanismo primitivo que a constitui. A maior parte das condicionantes desse urbanismo eram naturais, como a garganta do Rio dos Mouros, que servia como defesa natural para a cidade e acabou por delimitar as formas irregulares dos quarteirões do período romano e visigótico.
Os lindíssimos mosaicos, preservados in situ, constituem uma grande e importante coleção que ilustra um pouco da vida romana na antiguidade. A Casa dos Repuxos, um dos edifícios mais emblemáticos de Conímbriga, possui uma área pavimentada de mosaico com 569 m², além de importantes vestígios de pintura mural e um imponente peristilo central ajardinado, com um lago e fontes de água.
Hoje Conímbriga é classificada como Monumento Nacional e seu sítio arqueológico está aberto à visitação. O único porém é que não há muita facilidade de acesso por transporte público à partir de Coimbra. O mais indicado é ir de carro ou taxi, ou ainda encontrar alguma excursão que realize a visita.
Além do conjunto escavado da antiga cidade, o local conta com um museu monográfico, que contém o acervo de artefatos arqueológicos recolhidos nas escavações. A atual exposição permanente apresenta os objetos de uso quotidiano dispostos por tema e evoca o fórum monumental, a riqueza das domus (residências urbanas das famílias mais abastadas), a força do comércio, a religião e as crendices da população romanizada, além da presença suevo-visigótica. ~MV