terça-feira, 14 de junho de 2016

“Os Moinhos de Vento de Alburrica-Barreiro” - História e registo fotográfico



“Os Moinhos de Vento de Alburrica-Barreiro”
A zona da Ponta do Mexilhoeiro e de Alburrica constituem um conjunto patrimonial de interesse bastante relevante para a História do Barreiro, com uma ocupação que remonta ao epipaleolitico. É formada por uma pequena península, que se estende sobre a zona de ligação do Rio Coina com o Rio Tejo.
Na Idade Média, a zona ribeirinha do Barreiro foi aproveitada para o estabelecimento de salinas, reconvertida mais tarde em caldeiras para o estabelecimento de moinhos de maré.
Os Moinhos de Maré tiveram o seu fim anunciado com o aparecimento na zona dos Moinhos de Vento que foram 5 e dos quais agora restam apenas 4 todos propriedade da CMB. Em 1852 foram edificados em Alburrica três Moinhos de Vento, construídos pela família Costa que também havia sido proprietária de moinhos de Maré.
O moinho Grande, o central ou Poente e o último, o Nascente. Temos igualmente o moinho de vento “Jim”. 
A salientar que o Moinho Grande, como hoje é conhecido, com sistema de velas idêntico ao do Moinho de Vento do Jim é de tipologia holandesa. Enquanto que os Moinhos Nascente e Poente de tipologia comum. 


1 - O Moinho Grande ou Gigante, como hoje é conhecido, tem o sistema de velas idêntico ao do Moinho de Vento do Jim (tipologia holandesa). Dotado de sete casais de mós termina a sua actividade exclusivamente moageira cerca de 1892 quando aí passa a laborar a Companhia da Fábrica da Serração, de Orey Antunes & Cª., o que lhe valeu ser apelidado de Moinho da Serração. Nos anos 20 do século passado a firma Henry Burnay & Cª., com sede em Lisboa, instala uma fábrica de moer e de misturar diversos produtos de origem animal e vegetal e o imóvel passa a ser conhecido como Moinho do Burnay. Foi desactivado em 1919 sendo habitado por pescadores até 1998 quando passa a Património Municipal.
O recuo da linha de costa está hoje a por em risco as fundações do Moinho Gigante pelo que urge a sua consolidação e estabilização, a par da reposição das cotas da margem.

1A - Moinho Grande - Alburrica Barreiro
1B - Moinho Grande - Alburrica Barreiro



2 - O Moinho Central ou Poente de tipologia comum, possuí torre cilíndrica de dois pisos, cobertura móvel e duas mós. Ostenta um registo em azulejo dedicado a Nossa Senhora do Rosário. Foi desactivado em 1950 e adquiridos pela Câmara Municipal em 1973.

2A - Moinho Poente - Alburrica Barreiro
2B - Moinho Poente - Alburrica Barreiro


3 - O Moinho Nascente de tipologia comum, tem torre cilíndrica de dois pisos, cobertura móvel e duas mós. Foi desactivado em 1950 e adquiridos pela Câmara Municipal em 1973.
3A - Moinho Nascente - Alburrica Barreiro
3B - Moinho Nascente - Alburrica Barreiro


3C - Moinho Nascente - Alburrica Barreiro



4 - O Moinho do Jim mandado edificar em 1827 por James Hartley, funcionou até final do séc. XIX, sendo em 1926 adaptado para habitação e passando em 1960 para património municipal. O sistema de velas original era de tipologia holandesa: velas de madeira rectangulares com uma envergadura de 13 metros.
4A - Moinho do "Jim" - Barreiro

4B - Moinho do "Jim" - Barreiro
4C - Moinho do "Jim" - Barreiro


Há registo igualmente de outros moinhos na zona, tais como:
- O Moinho Pequeno, assim chamado por ter apenas 3 casais de mós, laborou até ao primeiro quartel do século XX, passando posteriormente a ter utilização de armazém de produtos que ao Barreiro chegavam do Ribatejo através das fragatas.
- O Moinho de Maré do Braamcamp foi edificado no séc. XVIII nos terrenos da Quinta Braamcamp, possuía 10 pares de mós. A partir de 1897 instalou-se no edifício a Sociedade Nacional de Cortiças que ali ainda permanece.


Foto retirada de http://www.artbarreiro.com/Barreiro_colorido/Album/moinho_braamcamp.html
  Fontes para o texto:

https://pt.wikipedia.org/wiki/Alburrica



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