“Os Moinhos
de Vento de Alburrica-Barreiro”
A zona da Ponta do Mexilhoeiro e de Alburrica
constituem um conjunto patrimonial de interesse bastante relevante para a
História do Barreiro, com uma ocupação que remonta ao epipaleolitico. É formada
por uma pequena península, que se estende sobre a zona de ligação do Rio Coina
com o Rio Tejo.
Na Idade Média, a zona ribeirinha do Barreiro foi
aproveitada para o estabelecimento de salinas, reconvertida mais tarde em caldeiras
para o estabelecimento de moinhos de maré.
Os Moinhos de Maré tiveram o seu fim anunciado com o
aparecimento na zona dos Moinhos de Vento que foram 5 e dos quais agora restam
apenas 4 todos propriedade da CMB. Em 1852 foram edificados em Alburrica três
Moinhos de Vento, construídos
pela família Costa que também havia sido proprietária de moinhos de Maré.
O moinho Grande, o central ou Poente e o último, o
Nascente. Temos igualmente o moinho de vento “Jim”.
A salientar que o Moinho Grande, como hoje é
conhecido, com sistema de velas idêntico ao do Moinho de Vento do Jim é de
tipologia holandesa. Enquanto que os Moinhos Nascente e Poente de tipologia
comum.
1
- O Moinho Grande ou Gigante, como hoje é conhecido, tem o sistema de velas
idêntico ao do Moinho de Vento do Jim (tipologia holandesa). Dotado de sete
casais de mós termina a sua actividade exclusivamente moageira cerca de 1892
quando aí passa a laborar a Companhia da Fábrica da Serração, de Orey Antunes
& Cª., o que lhe valeu ser apelidado de Moinho da Serração. Nos anos 20 do
século passado a firma Henry Burnay & Cª., com sede em Lisboa, instala uma
fábrica de moer e de misturar diversos produtos de origem animal e vegetal e o
imóvel passa a ser conhecido como Moinho do Burnay. Foi desactivado em 1919
sendo habitado por pescadores até 1998 quando passa a Património Municipal.
O
recuo da linha de costa está hoje a por em risco as fundações do Moinho Gigante
pelo que urge a sua consolidação e estabilização, a par da reposição das cotas
da margem.
1A - Moinho Grande - Alburrica Barreiro |
2
- O Moinho Central ou Poente de tipologia comum, possuí torre cilíndrica de
dois pisos, cobertura móvel e duas mós. Ostenta um registo em azulejo dedicado
a Nossa Senhora do Rosário. Foi desactivado em 1950 e adquiridos pela Câmara
Municipal em 1973.
3 - O Moinho Nascente de tipologia comum, tem torre cilíndrica de dois pisos, cobertura móvel e duas mós. Foi desactivado em 1950 e adquiridos pela Câmara Municipal em 1973.
4 - O Moinho do Jim mandado edificar em 1827 por James
Hartley, funcionou até final do séc. XIX, sendo em 1926 adaptado para habitação
e passando em 1960 para património municipal. O sistema de velas original era
de tipologia holandesa: velas de madeira rectangulares com uma envergadura de
13 metros.
4A - Moinho do "Jim" - Barreiro |
Há
registo igualmente de outros moinhos na zona, tais como:
-
O Moinho Pequeno, assim chamado por ter apenas 3 casais de mós, laborou até ao
primeiro quartel do século XX, passando posteriormente a ter utilização de
armazém de produtos que ao Barreiro chegavam do Ribatejo através das fragatas.
-
O Moinho de Maré do Braamcamp foi edificado no séc. XVIII nos terrenos da
Quinta Braamcamp, possuía 10 pares de mós. A partir de 1897 instalou-se no
edifício a Sociedade Nacional de Cortiças que ali ainda permanece.
Foto retirada de http://www.artbarreiro.com/Barreiro_colorido/Album/moinho_braamcamp.html |
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