Brasil

Mães adolescentes responderão por 15% dos partos na América Latina até 2020, segundo a ONU

Edição 2019 de relatório sobre a população mundial estima que, entre 2015 e 2020, mulheres com idades entre 15 e 19 anos darão à luz 62 milhões de bebês no mundo todo
Gravidez na adolescência: ONU estima que, entre 2015 e 2020, mulheres com idades entre 15 e 19 anos darão à luz 62 milhões de bebês no mundo todo. Foto: Gabriel de Paiva / Agência O Globo
Gravidez na adolescência: ONU estima que, entre 2015 e 2020, mulheres com idades entre 15 e 19 anos darão à luz 62 milhões de bebês no mundo todo. Foto: Gabriel de Paiva / Agência O Globo

RIO — A edição 2019 do relatório "World Population Prospects" (WPP) da Organização das Nações Unidas (ONU), que revisa a cada dois anos as projeções sobre a população mundial, chama a atenção para altas taxas de gravidez durante a adolescência na América Latina, no Caribe e na África.

A estimativa é que, até o fim da segunda metade da década, 62 milhões de bebês terão nascido de mães entre 15 e 19 anos em todo o mundo.

Segundo o organismo, 48% deles nasceram na África Subsaariana, região com os piores índices de desenvolvimento humano do mundo. Nações da Ásia Central e do sul asiático representaram 18% desses nascimentos, seguidos da América Latina e o Caribe, que somaram 14%.

A ONU alerta que, além das consequências sociais da maternidade precoce, o fenômeno implica graves problemas de saúde para as gestantes e os próprios bebês.

Ao todo, entre 2015 e 2020, o índice de gravidez na adolescência representará 15% da taxa total de nascimentos nos países latino-americanos e caribenhos, que lideram o ranking das Nações Unidas. São 105,2 nascimentos a cada mil mulheres nesta faixa etária, frente a 112,2 na primeira metade da década. Na África Subsaariana, que vem em seguida, é o caso de 104 a cada mil mulheres. Entre 2010 e 2015, a taxa foi de 113,2.

Embora os números tenham caído em ambas as regiões ao longo dos anos, as estatísticas continuam altas se comparadas à média global: de 2015 até 2020, serão registrados 42,5 nascimentos a cada 1000 mulheres, uma diminuição de 4,2 nascimentos a cada 1000 mulheres em relação à outra metade da década.

No Brasil, segundo o relatório da ONU, a taxa foi de 59,1 na segunda metade da década, pouco menos da metade do quadro da América Latina e do Caribe, que são computados juntos pelo organismo. A liderança fica com a República Dominicana, com 94,3 nascimentos a cada m mulheres, seguida de Venezuela e Nicarágua, com 85,3 e 85, respectivamente.