Fauna marinha: Água-viva

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Na linguagem popular, a água-viva também é conhecida como medusa, mãe-d’água, caravela, alforreca e vespa do mar, dependendo da espécie. Existe um enorme numero de espécies diferentes, cerca de 1.500 conhecidas, e habitam na Terra há mais de 650 milhões de anos. Na sua grande maioria são organismos marinhos existindo poucas de água doce. Geralmente flutuam na camada superficial dos oceanos na presença de luz, sem movimento próprio e ao sabor das correntezas marinhas e ventos. Contudo algumas espécies são encontradas nas profundezas dos oceanos e possuem bioluminescência (luz própria). O ambiente preferido delas são as águas quentes e locais de fundo arenoso, próximo do litoral.

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Água-viva, bioluminescência. Fonte: Theultralinx

A sua estrutura não é muito complexa, porém curiosa. A maior parte do seu corpo, cerca de 98%, é composto de água e seu formato radial, é similar a um guarda-chuva com longos braços, chamados de tentáculos. As águas-vivas tem diferentes tamanhos podendo medir poucos centímetros, mas podendo alcançar 2 metros de diâmetro com tentáculos de até 40 metros.

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Água-viva, escala. Fonte: Weheartit

Quanto maior forem os tentáculos tanto maior será o risco e a gravidade dos acidentes, podendo até ser fatais. Em seus tentáculos existem uma infinidade de ferrões os cnidócitos (células urticantes), utilizadas como mecanismo de defesa e ataque. A presa é envolvida por seus tentáculos e paralisada com milhares de dardos que liberam toxinas. Assim como ocorrem inúmeras espécies, também varia muito o grau de toxicidade do veneno existente nos seus longos tentáculos, algumas inclusive fatais.

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Juba-de-Leão, habitam os mares do México até o Ártico. Fonte: Chulapa

 Através destes filamentos a água-viva captura seu alimento inoculando seu veneno. As recomendações do Corpo de Bombeiros, quando for queimado por alguma delas, é não mexer na região pois os cnidócitos grudam na pele humana e ao passar a mão acaba por estoura-los, irritando a pele. O que se deve fazer é lavar a região com vinagre ou a água do mar e procurar um hospital mais próximo para que os cnidócitos possam ser retirados com instrumentos adequados. Não utilizar água doce porque estimula a liberação do veneno das minúsculas bolsas. O uso do vinagre é recomendado porque inibe a liberação do veneno.

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Bombeiro jogando vinagre no local da queimadura. Fonte: G1

Ao chegar o verão a reprodução de águas vivas aumenta e a quantidade de pessoas frequentando as praias também. A conjunção destes fatores aumenta o número de acidentes com águas vivas. Nesse período a temperatura da água do mar fica mais quente fazendo com que correntes marinhas levem as águas-vivas até o litoral. A identificação da presença delas pode ser feita com a observação da linha d’água nas praias, pois quando mortas as ondas as trazem até a beira da praia. Na água elas são praticamente transparentes e de difícil visualização, daí a ameaça invisível e de alto risco.

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Queimadura por água-viva. Fonte: Verywell

A cada ano que passa a tendência é o número de águas vivas no verão aumentar em decorrência do aquecimento global. Ao se promover o aquecimento da água dos oceanos forma-se um ambiente mais propício para a reprodução delas. A pesca indiscriminada e a poluição dos oceanos também influência pois o atum e as tartarugas são os seus maiores predadores. A alteração do padrão dos ventos marinhos também faz com que as correntes levem milhares de águas-vivas para as praias. A falta de conhecimento e de medidas preventivas potencializa-se os riscos de acidentes graves e fatais principalmente nas praias urbanas onde o aumento de matéria orgânica dissolvida nas águas costeiras (eutrofização) é outro fator agravante.

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Água-viva. Fonte: Giphy

Isadora Figueiredo

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