Organoides Derivados de Pacientes são uma alternativa inovadora para os testes. Foto: Reprodução / Internet

A recente resolução do Conselho Nacional de Experimentação Animal (Concea), do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), proibindo o uso de animais em pesquisa, desenvolvimento e controle de cosméticos, produtos de higiene pessoal e perfumes, teve um impacto positivo ao atender uma antiga demanda da comunidade em geral, das sociedades protetoras dos animais, indústrias e cientistas, aproximando a legislação brasileira da internacional.

De acordo com a Humane Society International (HSI), organização internacional que defende o fim da crueldade animal e humana, além da questão ética, muito se discute a necessidade desses “testes em animais”, levando-se em conta que os efeitos sentidos pelos animais não serão necessariamente os mesmos dos humanos. Com o aprofundamento dos estudos, os cientistas compreendem melhor como funciona a biologia humana e passam a entender a falta de confiabilidade dos modelos animais.

Considerando que menos de 2% das doenças humanas são observadas em animais e que os testes em animais, comparativamente aos resultados em humanos, concordam somente de 5 a 25% dos casos, os resultados apontam que 95% das drogas homologadas por este tipo de teste são imediatamente descartadas como desnecessárias ou perigosas para humanos.

A busca por alternativas se acelerou porque terapias inovadoras, baseadas em genes e células humanas ou mesmo personalizadas para pacientes, podem não funcionar em animais. Muitas drogas que são eficazes em camundongos não funcionam bem em humanos e vice-versa. No câncer, as estatísticas são particularmente duras: estudos mostraram que organoides derivados de tumores são cerca de 80% preditivos de quão eficaz será uma droga, superando em muito a taxa média de precisão de 8% em modelos animais.

Além do uso em pesquisa, é certo que o futuro da medicina depende, cada vez mais, de ações de precisão. Um exemplo deste avanço tecnológico personalizado para os pacientes é o uso dos PDOs (Organoides Derivados do Paciente) na prática clínica, que ajudam a analisar o desenvolvimento do tumor e sua resposta à exposição a medicamentos.

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