Alentejo, uma vasta região, com muito por conhecer

Um destino com uma extensa diversidade de património histórico, cultural e natural, o Alentejo apresenta-se como um destino não só para explorar mas também ser vivido, com alma e coração.

A sul de Portugal, o Alentejo encontra-se entre o rio Tejo e o Algarve, fundindo-se com o leste de Espanha e banhada pelo Oceano Atlântico, a oeste.

Com uma beleza paisagística e patrimonial, a região Alentejana é indescritível e inigualável, juntando o seu melhor na gastronomia e vinhos e na paixão da sua gente.

Numa extensão rural que ocupa um terço de Portugal, o Alentejo subdivide-se 4 regiões: Alentejo Central, Alentejo Litoral, Alto Alentejo e Baixo Alentejo.

Alentejo1

Maravilhas Alentejanas

Arqueologia ArteCanteFestas GastronomiaGolfeHistóriaNaturezaPatrimónioPraiasRaia

Alentejo Central

Na sub-região do Alentejo Central estão 14 concelhos: Alandroal, Arraiolos, Borba, Estremoz, Évora, Montemor-o-Novo, Mourão, Portel, Redondo, Reguengos de Monsaraz, Sousel, Vendas Novas, Viana do Alentejo e Vila Viçosa.

Evora

Litoral Alentejano

A sub-região do Alentejo Litoral compreende 5 concelhos: Alcácer do Sal, Grândola, Odemira, Santiago do Cacém e Sines.

Odemira

Alto Alentejo

Já a sub-região do Alto Alentejo encontram-se 15 concelhos: Alter do Chão, Arronches, Avis, Campo Maior, Castelo de Vide, Crato, Elvas, Fronteira, Gavião, Marvão, Monforte, Mora, Nisa, Ponte de Sôr e Portalegre.

Crato

Baixo Alentejo

Por fim, na sub-região do Baixo Alentejo estão 13 concelhos: Aljustrel, Almodôvar, Alvito, Barrancos, Beja, Castro Verde, Cuba, Ferreira do Alentejo, Mértola, Moura, Ourique, Serpa e Vidigueira.

mertola

O Alentejo é muito mais que um espaço aberto, é um espaço interminável e intemporal, em que as cores e os cheiros satisfazem as mentes mais curiosas, a arquitetura rural e natural, dos montes das herdades, as cidades, as vilas e as aldeias ou as ermidas e igrejas pintam a paisagem com o seu branco.

As gentes, as tradições e as artes renovam e conservam o ser único alentejano e o seu cante da alma e coração, que tanto seduzem pessoas ao viajar e viver na ruralidade do Alentejo do século XXI.

Pela diversidade e momentos da sua história, o Alentejo preserva até à atualidade os seus valores das suas pequenas dimensões e qualidade das envolventes urbanas, da sua escala humana, silêncio e paz, ar limpo e a liberdade vivida nesta região.

Castle of Valongo in the Alentejo Region of Portugal

A região alentejana só pode ser conhecida e vivida quando visitada em todas as estações, enquanto a paisagem muda alongo de um ano e as atividades rurais adaptam-se a estas alterações sazonais.

No outono, nos finais de agosto e inícios de setembro, começa a colheita das uvas visível em qualquer ponto da estrada em que exista vinhas, para aqueles que desejam participar neste momento é possível através de um programa organizado de um enoturismo, em que é aprendido a arte da vindima e provados os vinhos das colheitas anteriores.

Em outubro, o castanho espalha-se pela imensa extensão paisagística da região alentejana e o sol do “verão dos marmelos” surge e aquece as almas já frias e ansiosas pelo calor solar. Aos sortudos que estejam alojados ou conheçam anfitriões que tenham herdades com marmelos, é possível observar a confeção caseira da marmelada.

No mês de novembro, o São Martinho apresenta o vinho novo e mais uns dias de verão, uma excelente oportunidade para visitar cidades e vilas em festa, como Marvão, Cabeção, Borba e Vila de Frades. De novembro a janeiro, o Alentejo convida aos interessados e curiosos para participarem e observarem a tradicional apanha da azeitona.

Na primavera, a paisagem floresce em milhares de flores silvestres que são bastante procuradas por quem gosta de fotografar. E nesta altura do ano, quando os primeiros calores surgem, os pastores tosquiam as suas ovelhas. Na quinta-feira da Ascensão, quem visita o Alentejo pode juntar-se à gente alentejana e participar no ritual do Dia da Espiga, em que procuram nos campos o ramo do ritual e tradição com 5 espigas de trigo, 5 papoilas, 5 ramos de oliveira, 5 malmequeres brancos e outros 5 amarelos; seguidamente este é pendurado atrás da porta de entrada, durante um longo ano, ao qual irá atrair e julga-se que sim, para as pessoas, o pão (alimento), paz e muita alegria.

Na época do verão, entre os meses de junho e julho, inicia-se a ceifa das searas, um momento único de puro calor, em que na antiguidade, as gentes ceifavam à mão e de sol a sol, o que é feito hoje por ceifeiras-debulhadoras e máquinas de enfardar, compreendido melhor quando as gentes começam o seu canto alentejano.

Os meses de verão, os girassóis e as tremocilhas brilham e crescem ao sol e oferecem uma tonalidade amarela aos campos alentejanos quem rivalizam com o verde das vinhas e com o azul das albufeiras envolventes que alimentam esses campos das flores, vinha, milho e culturas hortícolas. No vale do Sado, é visível um momento mágico e majestoso entre as cores brancas dos arrozais e os tons de rosa e branco dos flamingos.

Ainda no verão, até aos finais de agosto, ocorre o descortiçar dos sobreiros e a cor ocre-laranja surge aquando os seus troncos são despedidos, sendo uma atividade bastante apreciada e interessante da região visto que exige um mestria e trabalhoso, algo que é feito apenas de 9 em 9 anos, é uma arte que requer uma observação.

Na costa alentejana, é aconselhável a visita a um porto de pesca para se presenciar a vida dos pescadores, gente corajosa que enfrenta o mar todos os dias, nos momentos mais calmos e agitados, procurando o que marca diferença na gastronomia da região alentejana.

Como Miguel Torga descreve:

A luz que te ilumina,

Terra da cor dos olhos de quem olha!

A paz que se adivinha

Na tua solidão

Que nenhuma mesquinha

Condição

Pode compreender e povoar!

O mistério da tua imensidão

Onde o tempo caminha

Sem chegar!…

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