UMA PALAVRINHA SOBRE OS PALAVRÕES

UMA PALAVRINHA SOBRE OS PALAVRÕES

Como funcionam os mecanismos que fazem a gente perder as estribeiras

Recentemente terminei essa leitura bem descontraída e quero compartilhar com você alguns dados divulgados pelo livro e que talvez sirvam de reflexão sobre a liberdade de comunicação no espaço de trabalho.

Seja qual for seu nível hierárquico ou função aposto que palavrões não faltam durante sua jornada semanal e isso não é algo ruim. Associamos esses termos chulos ao descontrole, ódio e irracionalidade, ignorando as vantagens que nos proporcionam.

[...] o psicólogo americano Timothy Jay escreveu que os palavrões estreitam nossos laços sociais. [...] É muito comum que, entre amigos, os palavrões sejam indicativos de proximidade [...] perceber o xingamento como agressão é algo que depende do contexto.

Longe de mim dizer que devemos tolerar aquelas pessoas grosseiras que tornam o ambiente de trabalho bad vibes, o ponto aqui é permitir, dentro dos limites do bom senso, a comunicação livre entre os colaboradores.

E qual o porquê? Um bom palavrão soltado no momento certo alivia o stress, estreita laços entre colegas e aumenta a tolerância à dor. Quem nunca em uma situação de cansaço e tédio soltou um palavrão bem alto e percebeu um ligeiro aumento de ânimo para concluir a tarefa chata? Ou, em um momento de agitação com batimentos cardíacos acelerados, teve a calmaria através de uma sessão de xingamentos pelo ar?

Homem primitivo com ráiva

Tudo isso tem a ver com o fato do estímulo recebido ao dizermos uma besteira vir do sistema límbico, a parte primitiva do cérebro. Responsável pelos comportamentos fundamentais à sobrevivência ao contrário do resto da linguagem falada. Você não diz esse tipo de coisa? Bem, uma palavra ou frase recheada de ironia e sarcasmo geram o mesmo efeito no cérebro.

Existe todo um mercado voltado para tentar contornar esse moralismo, os desk toys os famosos brinquedos de mesa ou antiestresses. Bolinhas de apertar, mini sacos de pancada, pêndulos de newton e até mesmo uma tecla enter gigante almofadada são vendidos a fim de evitar a pronúncia das palavras proibidas. Para darmos conta de nossos instintos vale quase tudo.

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Felizmente, existem regras que podemos seguir para termos o aproveitamento dessa ferramenta como a coisa natural e necessária que ela é.

  1. Nunca se xingue. Passamos a acreditar naquilo que dizemos sobre nós, o que causa terríveis consequências para nosso bem-estar.
  2. Não tolere que palavrões sejam utilizados para humilhar ou afastar as pessoas, esse é o jeito errado de utilizar esse instrumento tão rico e também é assédio.
  3. Não reprima a vontade de soltar um palavrão (quando for oportuno), é o seu corpo dando sinais e tentando te ajudar a sobreviver nessa selva de pedra.
  4. Alinhe com a equipe o uso e regras para usar essas ferramentas sociais: o que é tolerável e o que não é. Obviamente estamos falando do Back Office do ambiente de trabalho.

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