Lenços de Namorados, Escritas de Amor

lenços de namorados
1 escritas de amor
Lenços de Namorados
escritas de
aliança artesanal - vila verde

escritas de amor
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Ficha Técnica: agradecimentos:
Título: A todas aquelas pessoas que colaboraram com informações e

Lenços de Namorados - Escritas de Amor cedência de lenços para a edição desta obra.
Autores: Aliança Artesanal

Mário Vilhena da Cunha
Edição digital: Município de Vila Verde
Fotografias: Egídio Santos, Aliança Artesanal, Adelino Silva, Terraimagem
Design gráfico da edição digital: Terraimagem, Lda
Tiragem: 2 000 exemplares
Copyright: © Município de Vila Verde
ISBN: 978-989-99066-9-3
Ano da 1ª edição: 2002

Ano da 2º edição: 2005
Ano da versão digital: 2021

escritas de amor
aliança artesanal - vila verde

2021

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Nota à Edição Digital
Em 2021, o Município de Vila Verde entendeu avançar com a edição digital do

livro “Lenços de Namorados, escritas de amor”, produzido pela Aliança Artesanal
e que tem sido alvo de uma procura exponencial.
Aproveitou-se a oportunidade para proceder à inclusão de fotografias e
“histórias” de outros Lenços de raiz popular que não se encontravam na última
edição, assim como de exemplares de Lenços Contemporâneos, entretanto
produzidos com o propósito de assinalar novas “relações” e momentos
singulares.
Considerou-se, também, pertinente dedicar um breve capítulo ao Namorar
Portugal, enquanto marca identitária de matriz popular. Namorar Portugal
representa a reinterpretação da simbologia patente nas escritas de amor dos
Lenços de Namorados, através do design e da moda, da programação turístico-
cultural “Fevereiro, Mês do Romance”, assim como de um universo de produtos
que primam pela criatividade e inovação.
Vila Verde, abril de 2021
(Esta edição digital integra o projeto âncora PA4-Touring Cultural - Artes e

Produtos Tradicionais/Programa de Qualificação, Valorização, Inovação e
Promoção de Produtos Artesanais Certificados/Lenços de Namorados - EEC
PROVERE MINHO INOVAÇÃO)

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Índice
Introdução
Mário Vilhena da Cunha............................................................................................7
Testemunho
Maria Conceição Pinheiro Silva..............................................................................17
Lenços Populares.....................................................................................................19
Lenços Ricos de Originais Desaparecidos ou Inacessíveis.................................80
Lenços Contemporâneos..................................................................................... 103
Lenços Votivos / Casamento............................................................................... 135
Marcadores............................................................................................................ 149
Namorar Portugal................................................................................................. 153

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1. INTRODUÇÃO 2. SÍNTESE EVOLUTIVA
A Aliança Artesanal, cooperativa de promoção e comercialização do artesanato Os Lenços dos Namorados, ou de Amor e de Compromisso, como por
da região do Minho, sedeada em Vila Verde, vai proceder à publicação de vezes também se encontram referidos, são uma preciosidade da cultura
uma obra sobre os Lenços de Namorados. Esta edição é parte integrante de e do artesanato de Portugal, especialmente da sua região norte. Poucos
um projecto maior, que inclui um ciclo de Exposições dos Lenços, na cidade serão os portugueses, que ainda não terão ouvido falar do património
do Porto, neste ano do “Porto 2001 – Capital Europeia da Cultura”. É, pois, desta tradição popular.
objectivo desta obra apresentar os diferentes Lenços que foram expostos nas
referidas Exposições, com a indicação das suas características e respectivos Com efeito, a “prova de amor” e de “comprometimento” que as raparigas
dados técnicos. Não se pretende que seja, nem tão pouco o poderá ser, bordavam e davam aos seus namorados – ou que, em certas vezes, os
intitulada de Estudo, mais ou menos profundo, sobre a matéria. rapazes mandavam bordar para ofertar às suas amadas – já são hoje
um símbolo da tradição Minhota. Foi principalmente nessa província
Solicitaram-me que fizesse uma apresentação de todo este material, mais ao portuguesa que os Lenços cresceram e se espalharam. De igual modo,
modo de introdução aos diversos modelos de Lenços que constam deste livro, também foi aí, que durante o Século XX se começou a efectuar a pesquisa
que se poderá mais assemelhar a uma espécie de catálogo. Foi uma proposta sobre os mesmos, assim como a proceder-se à sua reabilitação.
com muita bondade, mas com uma grande responsabilidade. Só não a enjeitei,
porque senti sobre mim algum comprometimento nesta matéria. Com efeito, No início, foram as pesquisas do Professor Joaquim Cândido da Mota Leite,
o facto de ser familiar de pessoas que muito deram das suas vidas, sem nascido em Atiães, Vila Verde, que paralelamente ao seu trabalho como
esperar qualquer coisa em troca, para a recuperação e conhecimento desta professor primário em Palmeira, Braga, desenvolveu todo um estudo de
arte (penso que a podemos chamar assim), obrigou-me a que respondesse pesquisa sobre os Lenços de Namorados. Mais tarde, seguiu-se o trabalho
afirmativamente a este desafio, pois sempre fiquei um pouco ligado, por realizado pelas Senhoras D. Susana Lagrifa, coordenadora Regional da
essa via, a estas matérias das tradições, do artesanato, dos bordados e, Obra das Mães e D. Maria do Céu Vilhena da Cunha, responsável ao longo
consequentemente, também dos Lenços de Namorados. de mais de 30 anos do Centro de Vila Verde daquela organização, no qual
desenvolveram essas mesmas pesquisas e recolhas, solidificando assim, os
Tentarei pois, extrair do objecto e do conteúdo desta Obra, uma síntese do parcos conhecimentos que então existiam sobre a matéria.
seu espírito, bem como do relevo que tiveram os contributos significativos de
algumas pessoas, para que pudesse chegar aonde chegou. De igual modo, Posteriormente, pegando nos trabalhos já iniciados, foi, sobretudo, a
farei um breve resumo da história da recente pesquisa e evolução que em Vila Senhora D. Maria da Conceição Pinheiro Silva que deu o grande impulso
Verde, e não só, se verificou no âmbito dos Lenços dos Namorados. à continuidade da investigação sobre os Lenços de Namorados. Durante
vários anos, prosseguiu com as pesquisas e recolhas dos mais variados
modelos de lenços tendo, para tal, percorrido todas as terras do Concelho
de Vila Verde, bem assim muitas outras daquela região do Minho. Deste
modo, iniciou todo um processo que levou à constituição da Régie-
Cooperativa Aliança Artesanal que tem como objectivo executar todas as
acções conducentes à recuperação, reprodução e divulgação dos mesmos.
Foi, muitas vezes, um trabalho silencioso e de bastidores, que só mais
tarde a Sociedade pôde apreciar.
Para que o trabalho realizado não quedasse por aí, tornava-se

imprescindível proceder à sua reprodução. Assim, houve a necessidade
de criar as estruturas mínimas necessárias para a formação profissional
da nova geração de artesãs. Para tal, muito contribuíram os apoios da
Comunidade Europeia, através dos diferentes Programas então existentes.

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Concomitantemente à reconstituição e preservação de um artesanato perdido, organização, a continuidade da preparação das raparigas de meios urbanos,
contribuiu-se para a melhoria das condições de emprego e, em consequência, que por qualquer razão não continuavam os estudos liceais.
das condições económicas desta Região.
Com efeito, através dos cursos de formação veio dar-se a possibilidade a O trabalho social na Obra das Mães desenvolvia-se em três áreas distintas,
muitas mulheres, que não auferiam qualquer rendimento, de passarem a mas interdependentes, sejam a acção educativa, a acção familiar e a acção
desempenhar uma actividade que lhes aumentava os pequenos recursos dos social. Desta forma, era ministrada uma formação dirigida para o Lar, para
seus agregados familiares, vendo assim as suas condições de vida melhorarem. a Família e para Sociedade, nas suas mais variadas vertentes.
Obviamente, que em simultâneo com este trabalho, verificou-se um outro, O desenvolvimento da estrutura da Obra das Mães na região norte
não de menor importância: a divulgação dos Lenços. A única hipótese desta esteve a cargo da Sra. D. Susana Lagrifa, que era a coordenadora desta
actividade ter um futuro minimamente garantido e sustentado, era criar um organização, se bem que a directora distrital era a Sra. D. Teresa Afonso
mercado próprio, primeiro a nível regional, depois saltando para o âmbito Esquível. Assim, foi a D. Susana Lagrifa que, tendo vindo para Braga em
nacional, admitindo-se mesmo a hipótese de num futuro avançar para a 1942, procedeu à reorganização da Obra das Mães. No ano seguinte,
exportação. Consequentemente, seria imperioso que este mercado tivesse de em 1943, foi aberto o primeiro Centro Rural de Educação Familiar, em
ser solidificado e constantemente engrandecido. Palmeira, freguesia rural do concelho de Braga. Seguiu-se-lhe, em 1944, o
de Tadim, e em 1948 os de Vila Verde, Pedralva, Curvos e Parada de Tibães.
Ao longo dos últimos anos, o desempenho da Aliança Artesanal de Vila Verde, Em 1962, já existiam no Distrito de Braga 12 Centros Rurais.
uma Régie Cooperativa, com a participação de várias entidades públicas, deu já
os seus frutos. Indubitavelmente, hoje em dia é praticamente do conhecimento Paralelamente aos objectivos da formação que ali se efectuava, conforme
da grande maioria dos portugueses a existência dos Lenços dos Namorados. cima referimos, havia, também, a preocupação com o enraizamento
das pessoas. Com efeito, inúmeras vezes, diferentes programas de
Uma prova cabal do acima referido, é a quantidade de vezes que a formação, principalmente na faixa etária da juventude, provocam nos
Comunicação Social, especialmente o grande meio de comunicação que é a formandos uma tendência de desenraizamento. Este aparece como
Televisão, solicita a participação de responsáveis da Aliança Artesanal, para nos uma resultante desses mesmos cursos, e é consequência da abertura
seus programas falarem do artesanato, mas muito especialmente dos Lenços de novos horizontes e possibilidades. Se bem que respeitando a plena
de Namorados. legitimidade e compreendendo os válidos anseios da procura de melhores
condições de vida, nem que seja noutro local, procurava-se transmitir que,
Foi um longo caminhar, principalmente para quem no dia-a-dia lutou contra muitas vezes, na própria localidade onde se vivia, também se poderiam
todas as adversidades que os sistemas, e muitas vezes as pessoas, levantam encontrar alternativas de melhorar as condiçoes de vida, desde que se
a quem quer realizar obras fora do comum. Mas, quanto maior são as desenvolvessem iniciativas. Deste modo, tentava-se mostrar os valores
dificuldades e as incertezas, maior é o sabor do contentamento com a vitória de raiz de cada localidade, simultaneamente com o desenvolvimento de
alcançada. conhecimentos e da abertura de espírito, contribuindo, assim, para o
fomento do desenvolvimento local.
3. UM POUCO DE HISTÓRIA
Se bem que o objectivo fosse o trabalho com adolescentes, os Centros
Em 1937, surgiu a “Obra das Mães pela Educação Nacional – O.M.E.N.”, uma adaptavam-se às necessidades locais, abrangendo com as suas actividades
organização privada, que tinha o apoio do Ministério da Educação e, cujo os diferentes grupos etários necessitados. Assim, faziam-se também salas
objectivo se destinava a estimular e dirigir a habilitação das Mães para a de estudo, cantinas, actividades de educação familiar e de adultos, postos
Educação Familiar, tendo em conta as diversas circunstâncias de vida e de meios. materno-infantis, etc.
Assim, e tendo em consideração o peso que então tinham os meios rurais, estes
foram uma das áreas de actuação prioritária da O.M.E.N., possibilitando uma Com a permanente preocupação da melhoria dos serviços prestados, a D.
formação adequada às raparigas destes meios. Era também preocupação desta Susana Lagrifa esteve na base da criação, em 2 de fevereiro de 1957, da

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Escola D. Luís de Castro, em Braga, onde se passaram a leccionar os cursos, inúmeras iniciativas na vida da Comunidade, a Câmara Municipal de Vila
em regime intensivo, para formar as técnicas que trabalhariam nos diferentes Verde homenageou-a com a Medalha da Vila, tendo atribuído o seu nome
Centros, bem como no restante mercado de trabalho dessa área de actividade. a uma Rua da Sede do Concelho, uns anos antes da sua morte, que se
Assim, através do decreto-lei n.º 40.678, de 10 de julho de 1956, foi definido verificou em fevereiro de 1996.
o perfil da “Agente de Educação Familiar”. Esta Escola, pela alta qualidade dos
seus cursos e pela óptima preparação teórica e prática com que as alunas Uma das preocupações deste Centro de Vila Verde era a formação e a
saíam, granjeou um alto prestígio. consequente aprendizagem pelas alunas, dos assuntos do lar, desde as artes de
bordar, costurar e outras, até à economia doméstica, passando pela culinária,
Foi também a D. Susana que, no início dos anos sessenta, expandiu o seu higiene do lar, etc. Assim, e dentro deste espírito, uma das actividades ali
trabalho para o então Ultramar, tendo aí criado as primeiras pedras dum desenvolvida era a confecção do Enxoval de cada uma, para o seu casamento.
serviço social de apoio às mulheres e às famílias. Diversas das alunas da Escola
foram trabalhar para as ex-colónias e aí desenvolveram trabalhos de grande Foi aqui, neste Centro de Vila Verde, que se começaram a fazer as primeiras
interesse para as Comunidades locais, também sob a sua orientação. procuras e recolhas dos Lenços de Namorados no concelho de Vila Verde
tendo, inclusivamente, sido feitas naquele Centro algumas reproduções
Todo o trabalho desenvolvido pela Obra das Mães, naquela região do Minho, exactas de Lenços, que já se encontravam em estado bastante deteriorado.
tinha a marca indelével desta grande figura que foi a Susana Lagrifa, que
ainda hoje é recordada com saudade e como o motor que impulsionou toda Havendo a preocupação constante da valorização do património artístico e
uma caminhada realizada, muitas vezes em condições adversas e difíceis, mas cultural da região, e nomeadamente do Concelho, procurou-se ao longo dos
sempre com grande coragem e com um sorriso nos lábios. anos trazer aos olhos da população as suas raízes ancestrais, desde trajes
típicos, costumes antigos, usos tradicionais e mesmo actos culturais, tais como
Entretanto, tendo em 1948 sido criado o Centro Rural de Formação Familiar peças de teatro populares ou mesmo outras formas de cultura já esquecidas.
de Vila Verde, passou o mesmo a ser dirigido pela Sra. D. Maria do Céu Entre elas, contaram-se também a pesquisa dos Lenços de Namorados.
Vilhena da Cunha, do qual foi responsável durante algumas décadas, até à Esta era efectuada dentro das limitações da época, como as dificuldades de
sua reforma. Indubitavelmente, a sua forte presença, ânimo e valor deixou deslocação, de comunicações, e até de disponibilidades financeiras.
uma marca indelével nas gerações que por ali passaram. Durante a sua
vida, dedicada a esta Obra, entregou-se de alma e coração ao trabalho de Foi, ainda, neste Centro que se procedeu à reprodução, na íntegra, de um
preparação e formação de raparigas, procurando que estas crescessem na Traje de Noiva Minhota, rico e completo, que tinha como destino uma
plena harmonia do conhecimento e desenvolvimento pessoal, com os valores Exposição sobre Portugal no Reino Unido. Tal era a perfeição do mesmo,
morais que norteavam a sociedade de então. Foi aqui, neste Centro de Vila que o referido Traje de Noiva foi vestido pela Princesa Ana, filha de Rainha
Verde, que se começaram a fazer as primeiras procuras e recolhas dos Lenços Isabel, durante uma festa integrada na referida Exposição.
de Namorados.
Das muitas raparigas que frequentavam este Centro, diversas delas
Maria do Céu Vilhena da Cunha também passou pela Escola de Tenões (como encaminharam a sua vida profissional para esta área de trabalho, tendo
era conhecida a Escola D. Luís de Castro, dado localizar-se naquele lugar), realizado o Curso de Agente de Educação Familiar, da Escola D. Luís de Castro,
mas como professora de alguns cursos. O Centro de Vila Verde, dada as suas em Braga, passando depois a trabalhar na Obra das Mães, nos seus diversos
características, passou também a ser local de estágios para as recém formadas Centros, ou em outras organizações e serviços da área da Acção Social.
Agentes de Educação Familiar, da Escola de Tenões. Também aí, se lançavam
novas experiências de determinadas actividades, como espécie de laboratório, Em finais da década de setenta, com a extinção da Obra das Mães,
antes de serem estendidas aos demais Centros. procedeu-se a uma completa reestruturação, tendo os diversos Centros
desta Organização sido integrados nas Casas do Povo locais. Igualmente,
Por todo o trabalho efectuado pela D. Maria do Céu Vilhena da Cunha no foi-se adaptando o seu funcionamento, bem como os próprios programas
Centro de Vila Verde em prol da população, bem como no desenvolvimento de existentes, à evolução da sociedade entretanto ocorrida nos últimos anos.

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Com a descolonização, regressaram diversas técnicas das antigas colónias, que da escolha, não se tinha, de todo, a plena noção de até onde aquele
eram oriundas da Obra das Mães, e que tinham sido formadas pela Escola de trabalho poderia, e iria levar.
Tenões, em Braga. Uma delas, a Sra. D. Alice Pinheiro Marques ficou à frente
dos destinos do Centro de Vila Verde, até que a morte prematuramente a Conceição Pinheiro, como habitualmente é conhecida, além do seu
levasse. Esta Técnica teve um contributo importante no processo de pesquisa dinamismo na pesquisa dos Lenços, compreendeu desde logo que para
dos Lenços de Namorados, pois coube-lhe todo um trabalho de retaguarda manter vivo esse património cultural, seria necessário criar estruturas
de catalogação dos Lenços, bem como a colaboração na sistematização da adequadas que passariam, em primeiro lugar, por ensinar pessoas
pesquisa efectuada. Durante uma década serviu de elo entre o trabalho a bordar aquelas maravilhosas peças. Concomitantemente com a
de campo, de pesquisa e o de gabinete, onde se planeavam as coisas. Foi recuperação de uma arte, viu também a importância que os Lenços de
mais uma contribuição para a evolução do renascimento que os Lenços de Namorados poderiam ter na estrutura familiar de muitas mulheres ligadas
Namorados tiveram. ao meio rural, como uma mais valia económica.
Assim, com a mesma força, que lhe é muito própria, lançou-se
Uma outra técnica também regressada, a Sra. D. Maria da Conceição simultaneamente, no desenvolvimento de contactos com outras Entidades,
Pinheiro Marques da Silva, deu o contributo fundamental no processo de nomeadamente com a Autarquia, no sentido de sensibilizá-las para as
pesquisa dos Lenços de Namorados. Desde o início que se empenhou de potencialidades de desenvolvimento do Concelho, que os Lenços também
corpo e alma em tão grande tarefa. Dada a sua natureza e a sua grande poderiam trazer. Para tal, era importante promover-se a reanimação deste
facilidade de comunicação lançou-se para o trabalho de campo, tendo património cultural de cariz popular, os Lenços de Namorados, pois assim seria
percorrido muitas e variadas Freguesias do Concelho de Vila Verde, e uma forma de reavivar uma tradição. A sensibilização focava a necessidade da
não só, nomeadamente os diferentes lugares das mesmas, em busca de recuperação de um património histórico popular extremamente rico.
modelos de lenços ainda existentes e das suas historias próprias, quando
tal fosse ainda possível obtê-las. Igualmente, procurou pesquisar todo um Todavia, seria um trabalho plenamente adequado para muitas mulheres,
conjunto de heranças culturais, directa ou indirectamente relacionadas com que não podendo ausentar-se do lar, devido às suas obrigações familiares,
os Lenços de Namorados. Para tal, contou com a ajuda de variadas pessoas, (ou mesmo porque não houvessem empregos disponíveis), poderiam
que lhe transmitiram tudo aquilo que sabiam sobre os factos em questão. sempre utilizar algum do seu tempo diário, em sua própria casa, para
Este trabalho, assim como o de sistematização e verificação de toda a bordarem Lenços, conseguindo, desde modo, um acréscimo aos
informação recolhida, durou até 1988. rendimentos familiares, que muitas vezes eram escassos.
Como na ocasião, os meios financeiros necessários à realização de tais Conceição Pinheiro conseguiu que este objectivo acabasse por ser explorado
pesquisas eram escassos, procurou-se a associação a Entidades nacionais e apoiado com a realização de Cursos de Formação sobre a arte e as técnicas
ou locais, tais como a Educação de Adultos, os Programas de Actividades de bordar os Lenços de Namorados, no âmbito da Casa do Povo de Vila
de Tempos Livres, entre outros. Desta forma, foi possível tornar viável uma Verde. Para tal, contribuíram também os diferentes Programas de Formação
primeira recolha dos diversos elementos objecto da pesquisa. Profissional, inseridos nos apoios do Fundo Social Europeu, da então
Comunidade Económica Europeia, à qual Portugal tinha entrado em Janeiro
Dado que o material a recolher era muito vasto, e como tal tornaria o trabalho de 1986. Após os primeiros cursos efectuados, as jovens formandas ficaram
de dimensões incomportáveis, que com toda a certeza iria pôr em perigo a cheias de esperança face à perspectiva de ganharem algum dinheiro.
qualidade do mesmo, decidiu-se, então, que o projecto a realizar incidiria
apenas num tópico específico, isto é, numa determinada actividade. Então, Mas para que fosse possível garantir um trabalho minimamente regular,
desde logo houve que optar por um objectivo concreto, em vez de todo um era necessário que os Lenços se vendessem. Inicialmente, as vendas dos
conjunto deles. Foi assim, que acabou por se escolher o trabalho sobre os mesmos eram muito escassas, pelo o que se tornava necessário fazer algo
Lenços de Namorados, porque não só traziam consigo uma tradição, que mais para, em primeiro lugar, proceder-se à divulgação dos Lenços de
continha uma história própria, mas também porque em si mesmos eles eram Namorados e, posteriormente, estabelecer-se um sistema organizado e
peças muito bonitas e, como tal, apelavam ao sentido estético. Nesse momento estruturado para a sua venda.

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Assim, e na continuação de todo o trabalho que Conceição Pinheiro Foi através da Aliança Artesanal que se começaram a dar os primeiros
diariamente ia construindo, lançou-se em mais uma luta, conseguindo que passos na divulgação dos Lenços de Namorados, primeiramente a nível
em 1988, em resultado da reunião dos esforços dos Técnicos, das Artesãs local e regional, passando-se depois a trabalhar para todo o país. Para tal,
e das Entidades Públicas, fosse criada uma Cooperativa para a promoção e a própria Cooperativa reorganizou-se, admitindo Técnicos qualificados
comercialização dos Lenços, com sede em Vila Verde, denominada “Aliança para a área da gestão, que vieram dar um contributo importante na sua
Artesanal, Cooperativa de Interesse Público de Responsabilidade Limitada”. É organização, bem como na sua capacidade operativa no mercado.
uma Régie Cooperativa, visto que tem a participação de entidades oficiais, tais
como as Câmaras Municipais de Vila Verde e de Terras de Bouro e as Casas Na sequência do seu sentimento de que os Lenços de Namorados eram
do Povo de Vila Verde, de Fermentões, concelho de Guimarães e de Covide, arte, Conceição Pinheiro fomentou que lentamente se iniciasse também
concelho de Terras de Bouro. uma aproximação aos meios artísticos e da moda, possuindo já hoje no
seu historial o trabalho conjunto de diversos estilistas de renome nacional,
Foi assim, com esta nova estrutura, que se passou a organizar o trabalho nos tendo-se feito, inclusivamente, algumas passagens de modelos criadas
seus aspectos e etapas, sistematizando-se o mesmo e procurando-se imprimir e confeccionadas com base nos Lenços. Também diversos artistas têm
uma via profissionalizante a todo este processo. Nesta ocasião, contou a emprestado o seu poder criativo a toda esta problemática, composta por
Cooperativa com a preciosa e voluntária colaboração da Sra. Dra. Almerinda uma verdadeira panóplia cultural.
Rebelo, da Segurança Social e do Senhor Manuel Ferreira, da Casa do Povo de
Fermentões. Por outro lado, as próprias Universidades já começaram a encaminhar os
seus alunos para a Alinça Artesanal, a fim de efectuarem estudos sobre os
Também algumas entidades deram a sua imprescindível colaboração e apoio, Lenços de Namorados, e não só. Com efeito, aos poucos, a Cooperativa foi
começando pelo Instituto de Emprego e Formação Profissional, que através desenvolvendo outros tipos de artesanato além dos Lenços, tais como a
dos seus apoios financeiros aos Cursos de Formação Profissional, no âmbito tecelagem e a cerâmica, utilizando nestes os motivos dos Lenços. O mais
do Fundo Social Europeu, imprimiram o impulso inicial, que permitiu que um surpreendente é verificar que os Lenços de Namorados têm o condão de
conjunto de mulheres pudessem ficar aptas a produzir um trabalho que lhes contaminar positivamente tudo o que é arte, tudo o que é cultura. É uma
traria um rendimento acrescido. Foi integrada num desses projectos que a fonte popular que sobe até à elite intelectual, que por sua vez a absorve
própria Aliança Artesanal nasceu como um ILE – Iniciativa Local de Emprego. e a transforma, devolvendo-a de novo ao povo, com as suas mais valias
introduzidas.
Verificou-se também um apoio da Condição Feminina, através de alguns
dos seus Programas, contribuindo desta forma para a melhoria da Aliança Paralelamente aos primeiros empregos conseguidos para a juventude e,
Artesanal. Também o GRAAL concedeu apoios sobre a forma de formação para consequentemente, à melhoria das condições de vida de pessoas inseridas
os cooperantes, e o Centro Regional de Artes Tradicionais – CRAT cedeu as nas populações rurais, à rendibilidade económica da sua actividade, bem
instalações para a primeira exposição de Lenços de Namorados na cidade do como ao conjunto do trabalho por si desenvolvido, a Cooperativa conseguiu
Porto. dignificar o Lenço como um produto cultural. Uma prova evidente desta
evolução da Aliança Artesanal, em que foi ultrapassado o portal do simples
Claro, que em todo este processo houve um apoio – e continua a haver – que artesanato foi a sua participação na “Porto 2001 – Capital Europeia da
sem o qual seria difícil ter-se atingido o sucesso presente, que foi da Câmara Cultura”, com três Exposições dos Lenços de Namorados, que foram um
Municipal de Vila Verde. Sendo ela própria cooperante da Aliança Artesanal, pleno êxito, e das quais este Livro pretende transmitir uma imagem.
procurou sempre estar por detrás da Cooperativa, quer disponibilizando meios
materiais e logísticos, quer emprestando o seu apoio a diversas actividades Será, com toda a certeza, muito importante que os estudiosos e
realizadas. entendidos nestas matérias desenvolvam estudos criteriosos e profundos
sobre os Lenços de Namorados. Indesmentivelmente, eles transportam-
nos, atravessando os tempos, para uma cultura com os seus escritos, o

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seu arquivo, onde se encontram traços indeléveis de sentimentos de alegria, Hoje em dia, a Aliança Artesanal, além do processo de reprodução de
de tristeza, de ansiedade, de paz e de amor. “São o prolongamento do nosso originais de Lenços de Namorados, tem tido muitas solicitações para recriar
sentir através do bordado”, como referiu a Maria Conceição Pinheiro a este lenços contemporâneos, sempre inspirados nos tradicionais, contudo, com
propósito. Ao olharmos para os Lenços de Amor e observando cada um em motivações e sentimentos de agora, baseados numa cultura e forma de
pormenor, encontramos sempre uma historia de amor ou de amizade, alegre vida muito díspares daquelas de outrora, que irão emprestar a necessária
ou triste, mas quase sempre com muita esperança. criatividade a esta nova forma de entender a cultura. As Artesãs que, com
o seu arrojo, se iniciaram nesta nova aventura estão também, com o seu
Quando nos debruçamos um pouco sobre um Lenço temos, com toda a bordar, a contribuir para a história da cultura do artesanato de hoje.
certeza, uma visão estética que nos conforta a alma, em que os desenhos
e a sua simbologia, as cores, os dizeres, o próprio movimento que o Lenço A Aliança Artesanal tem, ainda, como objectivo futuro a sua expansão para
imprime, nos deliciam e nos fazem comungar o sentimento subjacente à os mercados externos. De momento, ainda não existem condições que
historia que motivou esse mesmo Lenço, seja ela de felicidade, ou não, e que, permitam a exportação de uma forma regular, dado que tal implicará um
certamente, transportará uma mensagem com testemunhos de amor, de aumento da estrutura de funcionamento, bem como da sua capacidade
amizade e de beleza. de resposta para fazer face ao acréscimo de procura, que inevitavelmente
acontecerá. Será necessário, primeiramente, adequar a oferta ao nível
Desde 1988 até à actualidade, a Cooperativa desenvolveu todo um trabalho da procura previsível, de forma a não desacreditar a Organização nos
junto de Autarquias e de variadas Organizações públicas e privadas, mercados para os quais se pretende expandir. Hoje em dia, muitas são as
demonstrando a viabilidade e rendibilidade deste tipo de actividade, quer pessoas ligadas a este sector de atividade, que acreditam no potencial que
para a região, quer para o país. Os resultados, se bem que muitas vezes os Lenços de Namorados têm a nível internacional.
lentos, têm vindo progressivamente a surgir, encontrando-se hoje os Lenços
de Namorados já com uma inequívoca imagem de qualidade e de prestígio. Os Lenços são peças com consideráveis custos de confecção,
Presentemente, tudo indica que o Projecto está no bom caminho. principalmente pelo tempo que demoram a ser elaborados (para alguns
modelos é necessário o trabalho de uma artesã, a tempo inteiro, durante
Uma prova irrefutável deste avanço, foi a acção que a transportadora aérea um mês completo). Este é um fator, que desde logo limita de sobremaneira
portuguesa TAP – Air Portugal desenvolveu no Dia dos Namorados em 2005. o público-alvo a que se destina, obrigando a um esforço de marketing
Nesse dia, todos os aviões da TAP apresentavam, nos apoios de cabeça dos bastante cuidadoso e bem adequado ao nível pretendido.
seus bancos, uma réplica estampada dos Lenços de Namorados, criando uma
imagem de maravilhoso colorido dentro dos aviões. Réplica esta, que era As razões que motivam a compra de um Lenços de Namorados podem
oferecida aos passageiros juntamente com um pequeno folheto de explicação ser muito diversas e com uma variedade de sentimentos. Tanto aparece a
sobre os Lenços de Namorados. pessoa que o quer para marcar um nascimento ou baptizado de um filho
ou neto, ou outra para marcar um casamento, ou ainda para pagar algum
Também uma outra empresa portuguesa de grande prestígio, a Vista Alegre, favor que se deve, entre outras razões. Mas sobretudo, ainda subsiste como
lançou um conjunto de quatro chávenas de café com motivos dos Lenços de principal motivo da sua aquisição, a delicada oferta para a pessoa amada.
Namorados, bem como um moldura com idênticos motivos. A beleza dos
Lenços aliada à superior qualidade dos produtos desta empresa teve como 4. OS LENÇOS
resultado a produção de peças admiráveis.
Através da história dos Lenços nesta Província, podemos sempre
Inúmeras vezes tem sido solicitada a presença de Conceição Pinheiro nos observar um reflexo da evolução cultural, e não só, da sociedade rural.
meios de comunicação social, sobretudo em diversos Programas das diferentes Efectivamente, encontram-se traduzidos nos mesmos, diversos aspectos
Estações de Televisão, a fim de explicar o que são os Lenços de Namorados e significativos, como por exemplo, fluxos migratórios. Claro que o tema do
contar as sua histórias. Igualmente, a Aliança Artesanal já se fez representar Amor é subjacente à própria natureza do Lenço, sendo esta a temática que
em diversos Certames na Europa e na América do Sul, onde a sua presença foi mais encontramos nos dizeres inscritos nos Lenços de Namorados, onde
sempre um sucesso.

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é, na maioria das vezes, expressa uma promessa de amor, como podemos do seu bordado, a sua situação de solitária no amor, e portanto, a sua
observar na quadra seguinte, bordada num lenço: disponibilidade para aceitar um coração, certamente há muito desejado. Na
quadra seguinte, podemos ver um modo de o fazer.
E tan certo eu amarte
Como o lenço branco ser Bai lenço da minha mão
Só deixarei de te amar Bai currer a freguesia
Cuando o lenço a cor perder Bai dar em formações
(in Lenço da Maria, Aboim da Nóbrega, Vila Verde) Da minha sadeduria
(in Lenço 1947, Aboim da Nóbrega, V.V.)
ou ainda:
ou também poderá ser da seguinte forma:
O meu coraca
O / so a ti adora Meu curação lial quem
So por ti suspi Mo quizér amar
Ra / so por ti chora Merserá gárnde
(in Lenço de Manuel Feio, Barbudo, Vila Verde) Castigo quem no cizér falsiar
(in Lenço da Coroa, Aboim da Nóbrega, V.V.)
Quando observamos os Lenços de Namorados encontramos, desde de logo,
na sua grande maioria, uma particularidade que salta aos nossos olhos: a Também no capítulo dos “Lenços ricos de originais desaparecidos ou
incorrecção da escrita. Com efeito, os erros ortográficos são uma constante. inacessíveis” podemos encontrar esta mensagem de anúncio de um coração
Tal, derivava de que nos séculos passados, a quase totalidade das bordadeiras sozinho, como no caso do intitulado Lenço de 1908. Dada a incompreensão
não sabia ler nem escrever. Assim, limitavam-se a copiar as letras e as palavras das palavras passamos a transcrever o seu significado: “Vai feliz no ar
de marcadores, previamente elaborados – geralmente durante a fase de voando/ por esse mundo sem fim/ diz aos moços mais bonitos/ que não se
aprendizagem da arte de bordar – que por sua vez já eram copiados de outros. esqueçam de mim – Um pai não pode proibir/ sua filha de querer bem/ as
Estas cópias sucessivas iam corrompendo a escrita, e as palavras eram, muitas leis dos pais são sagradas/ mas as do amor mais força tem”:
vezes, aproximadas à respectiva forma fonética do sotaque local. Hoje em dia,
a reprodução dos Lenços de Namorados respeita a sua forma original, pelo que VAI FELIZ NUAR VUR NDO
continuamos a ver nos mesmos as incorrecções ortográficas constantes dos POR ESSE MUNO SEM FIM D
modelos originais. IS OS MOCOSMAS BONITO
QUE NAOSE ISQUECU DE MIM
Também acontece, algumas vezes, o Lenço aparecer como instrumento de
declaração de amor, subtil e delicada, efectuada por uma rapariga, como por UMPAINAOPODEPROHIVIR
exemplo acontece no chamado “Lenço do Comendador”: SUAFILKADE QUERERBEM
SE ASLEISOSPAISSAGRADAS
Quem ama ocultamente ASDOANORMISFORCA TEM
Sem declarar o seu amor (in Lenço de 1908, Vila Verde)
Sente mil ânsias no peito
Vive cercada de dor Ainda pode acontecer que o Lenço não sirva como móbil da esperança, ou
(in Lenço do Comendador, Vilarinho, V.V.) da promessa de amor, mas antes, seja construído como uma demonstração
plena da desilusão do amor esperado. Tal é o caso do “Lenço do Amor
Se bem que menos comuns, ainda se encontram casos de anúncio da não correspondido”, de Mós, Vila Verde, em que a rapariga que o bordou
disponibilidade de coração. Aqui, a rapariga empresta ao Lenço, através acabou por falecer devido a “mal de amor”.

14 escritas de amor
Igualmente verificamos, que outras vezes, a infelicidade queda-se por níveis Um outro acontecimento importante na Região do Minho, que levou ao
mais baixos, todavia, socorreu-se de muitas lágrimas para aliviar o seu afastamento de muitos outros rapazes, foi o grande fluxo migratório para
sofrimento que atravessava a alma, como se pode vislumbrar através dos o Brasil, em finais de século XIX e princípios do século XX. De igual modo,
dizeres que se seguem, encontrados num lenço de Aboim da Nóbrega. o coração das raparigas comprometidas, além do desgosto da separação,
enchia-se de receios pelas dúvidas da continuidade do amor do seu
Neste lenço deposito as la namorado por si, lá por terras tão distantes. Existem diversos dizeres sobre
crimas qu por ti choiaio esta situação, como, por exemplo:
eu não posso locra
rós braços do bem adoro Aqui tens meu coração
(in Lenço das Rosas, Aboim da Nóbrega, V.V.) E a chabe pró abrir
Num tenho mais que te dar
Os Lenços são também um meio privilegiado para as raparigas expressarem as Nem tu mais que me pedir
suas saudades (antecipadas), bem como as suas eternas promessas de amor
aos rapazes, que de uma forma ou outra se ausentavam da sua terra. Tal pode Bai carta feliz buando
verificar-se, por exemplo nas inscrições que se seguem. Nas asas dum passarinho
Cando bires o meu amor
Adeus crabo Dalé um abraço e um veijinho
Adeus flor
Adeus anjo Meu Manel bai pró Brasil
Adeus amor Eu tamen bou no Bapor
Maria das Sinco Xagas de Jesus Guardada no coração
(in Lenço das Sinco Xagas, Vila Verde) Daquele qué meu amor
(in Lenço das Quadras, espólio Prof. Mota Leite)
O cumprimento do Serviço Militar era um dos motivos que levavam os rapazes
a deslocarem-se para longe da sua terra natal, como é o caso referido nos Também podemos encontrar na extensa colecção apresentada, outros
dizeres que se seguem, da ida para Lisboa. Principalmente esta cidade, que modelos em que pode vislumbrar, através dos seus dizeres, uma situação
no imaginário das raparigas, certamente se apresentava como uma terra de ausência em que o Lenço de Amor torna-se o veículo de comunicação,
muito grande e cheia de perigos e dúvidas, que pudessem colocar o seu como no caso do Lenço da Professora, que a seguir se transcreve:
(deles) amor em situação periclitante. Assim, era importante que o seu amado
tivesse em seu poder um instrumento que lhe lembrasse constantemente os O q EU NÃO POSSO LOGRAR
seus compromissos, servindo também ele mesmo – o Lenço – como objecto VAILENSO VEMTO ROZO
de protecção. Deste modo, o rapaz tanto poderia já levar consigo um Lenço A MAO DO AMOR LIAL
de Namorados quando fosse de viagem, como lhe poderia ser enviado pelo VAI POR COSTO PESUIR
correio, ou por interposta pessoa.
BAITE LENÇO BENTUROZO TER
... Aq UELAS MAOS DE MARFIM
Para lisboa te mandei CHECA LA VEJALHE A MAO
Um jencinho quasi novo DALHE UM ABRAÇO POR MIM
Em cada ponta seu suspiro (in Lenço da Professora, Vieira do Minho)
No meio dos ais que eu morro…
(in Lenço da Célia, Vila Verde) Obviamente, que a grande riqueza deste tipo de artesanato, revela-nos
muitos e diversos estilos de conteúdos de transcrições nos bordados dos
Lenços. Todavia, apenas quisemos referir, quiçá os mais expressivos, quer

15 escritas de amor
pelo seu significado, quer pelas condicionantes sócio-económico e culturais que 5. CONCLUSÃO
revelam.
Hoje, os Lenços de Namorados são uma realidade indesmentível do
Se bem que possamos encontrar Lenços de Namorados por muitas terras do Artesanato português, especialmente da Região do Minho, mostrando uma
Minho, foi, indubitavelmente, em Vila Verde que se deu o grande impulso na faceta peculiar dos valores tradicionais de um povo.
sua recuperação. Primeiramente, através de estudos de levantamento desta
tradição quase esquecida, com a necessária reconstituição dos Lenços em todos Mas são também o resultado de um longo trabalho de muitas pessoas,
os seus pormenores, depois com a transmissão através da aprendizagem e algumas referidas neste texto, outras que apesar do seu anonimato
posteriormente, com a divulgação dos mesmos. também deram o seu valioso e importante contributo. Igualmente, é um
resultado visível da capacidade de congregação de esforços de pessoas e
Em todo este trabalho, que foi desenvolvido ao longo dos anos, muitas pessoas de entidades, como é o caso da Aliança Artesanal, que hoje em dia já conta
deram o seu esforço, labor e dedicação. Contudo, algumas imprimiram com mais de 100 cooperantes.
impulsos que foram as forças motrizes do seu desenvolvimento. Sim, porque
inequivocamente, torna-se sempre imprescindível uma “mão” especial que dê, Este livro é uma prova disso mesmo. Aqui se mostram diversos modelos
não só a força inicial, mas também todas aquelas que subsequentemente terão de Lenços, com as suas diferentes características e com os seus diferentes
de existir, bem como o ânimo que chegue, para que uma tarefa, qualquer que saberes da arte de bordar. De igual forma, com esta mostra representativa,
ela seja, passe da situação de ideia e se transforme em obra e realidade. também se pretendeu contar um pouco de toda esta singela história
Indubitavelmente, que essa “mão” neste caso foi Conceição Pinheiro, dos Lenços de Namorados, nomeadamente da sua recuperação do
que com toda a sua coragem e capacidade de construir, conseguiu dar esquecimento em que se encontravam estes tão belos e importantes
permanentemente esse impulso e a força que conseguiram levar os Lenços de objectos do artesanato português, com as correspondentes inserções nos
Namorados ao conhecimento de todo o Portugal e também a outros países. meios e nas identidades de cada época.
Para tal, cada Lenço é acompanhado de uma ficha identificativa do mesmo,
Todo este trabalho ímpar, com muita dedicação e esforço, tem sido contendo as suas características, origens, história, etc.
globalmente reconhecido, tendo a Associação ADERE-MINHO efectuado uma
homenagem à D. Maria da Conceição Pinheiro Marques da Silva, em Março Ao terminar esta breve apresentação, não quero deixar de referir um
de 2005. Igualmente, a Câmara Municipal de Vila Verde atribuiu-lhe um louvor pensamento expressado (não há muitos anos) pelo grande filósofo
pelo trabalho desenvolvido a favor do artesanato e da formação profissional de português do século passado, e que há bem pouco tempo nos deixou,
jovens, estando prevista para o próximo mês de outubro a atribuição de uma seja, Agostinho da Silva ( pensamento este, que muito impressionou a
Medalha do Concelho. Coordenadora da Aliança Artesanal). Dizia o pensador, que a Portugal
somente lhe restava ir pelo mundo fora, e com a sua “Grande Alma”
Demonstrando o seu reconhecimento a nível nacional, no Dia Mundial da BORDAR esse mesmo mundo. Então os Lenços de Namorados poderão ser
Mulher deste ano de 2005, o Senhor Presidente da República homenageou-a, um símbolo português que, com todo o seu orgulho em o ser, atravessará
pelo trabalho que desenvolveu em prol dos Lenços de Namorados, fronteiras, continentes e culturas, que irá levar o nosso sentimento de paz,
condecorando-a com a Medalha de Oficial da Ordem de Mérito. de alegria e, sobretudo, de amor!
(Lisboa, 8 de dezembro de 2001)

Vila Verde, setembro de 2005 – 2ª edição
Mário Vilhena da Cunha

16 escritas de amor
“Pode ser que Portugal seja o

iniciador de bordados pelo
mundo...”
Agostinho da Silva
(in O Império acabou. E agora?)

17 escritas de amor
Testemunho Tudo que é nosso serve para nos fazer andar.

Conceição Pinheiro Silva
Somos 113 sócios, 27 famílias trabalham em suas próprias casas, e 7
profissionais a tempo inteiro dão forma a este sonho quase acordado.
Procurando na terra, no vento, nas sementes e nas pedras, descobrimos o que
somos. Digo quase, porque sem percebermos muito bem como, estão junto de
Através de todo o movimento fomos olhando e acreditando que na alma de um nós a trabalhar estilistas de renome internacional, pintores, ceramistas,
povo há algo que nos une e nos envolve num só universo. O universo do sentir, pasteleiros e muitos outros. A TV, a rádio, os jornais falam de nós.
do viver de uma forma igual.
Quando nos propusemos mostrar os “nossos lenços”, sabíamos que eram Sentimos que fazemos parte da vida cultural deste país.
lindos e revelavam a Alma da nossa gente.
Hoje acreditamos que temos em mãos uma mensagem e a vamos reviver por Sentimos vaidade de ser quem somos.
todo esse universo.
Em 1988, o sonho nasceu de três cursos de formação e sobretudo de grupos Bem dizemos a VILA VERDE por ter guardado esta mensagem dos lenços de
atentos às dificuldades nos meios rurais: IEFP, Casas do Povo, e alguns leigos. Amor para agora.
Foi com estes que a cooperativa ganhou forma jurídica e legal.
Depois foi o sonho “surrealista” tudo era novo, desconhecido e confuso. E este “agora” porque Agostinho da Silva, nos veio com a sua mensagem
Sabíamos apenas que era preciso olhar os grupos formados e rentabilizar o dizer, “Pode ser que Portugal seja o iniciador de Bordados pelo mundo”.
seu “saber-fazer”.
Havia pessoas, matéria, cultura popular e muita esperança no “saber-fazer” de Foi a nossa “alucinação” total.
todos nós.
É o que os nossos lenços de namorados são a mensagem integral do
Havia, ainda, o mais importante, um trabalho que era preciso dignificar, sentimento português.
ddando a quem o executava o lugar de dignidade que lhes era devida.
Então, o sonho começou a acordar Já não vamos dar “novos mundos ao mundo” esses já estão, vamos sim
levar ao mundo Amor, Paz e Beleza.
Olhamos
Procuramos E então o sonho, já não é…
Guardamos
Estudamos Estamos a concretizar esta edição com o arquivo dos lenços por nós
procurados, estudados, produzidos e recriados.
Crescemos e começamos a fazer parte, do vento, das sementes, das águas e Às mulheres desta cooperativa agradecemos e oferecemos este trabalho.
das pedras que rolam nos ribeiros.

18 escritas de amor
Acreditamos que os lenços são um milagre da União. E a prova é que através

deles já juntamos gerações, culturas e raças.
Temos o passado, nas arcas dos nossos Avós.
Temos o presente, nas mãos da Alice, Aurora, Alcina, Adosinda, Cristina,
Manuela, Gorete, Aida, e muitas outras.
Temos a cultura nas Associações, Escolas e Universidades. Temos o futuro na
geração jovem dos nossos dias.
Tudo isto foi possível porque um grande grupo de voluntárias e de grande

coração esteve e esta sempre presente neste grupo. É um trabalho articulado e
de longa data.
Temos vaidade de ser as bordadeiras deste VERDE MINHO.

Sentimo-nos orgulhosas por ter na nossa história Mulheres como a Susana
Lagrifa, Maria do Céu Vilhena da Cunha, Maria do Carmo Reis, Ana Maria Braga
da Cruz, Maria do Céu Mourão, entre outras.
Como prova da geração mais jovem a Dra. Paula Isaías que após uma
Licenciatura, fica connosco e consegue que os mais “doutorados” olhem para
este património…
Foi assim que chegamos ao “Namorar a Cidade” as exposições na PORTO 2001.
Esperamos que este trabalho feito sonho, seja também uma chamada de
atenção para a necessidade de um futuro estudo de investigação.
Nós, continuaremos a bordar, bordar, bordar...rolando nas pedras dos ribeiros,

até que o nosso universo seja Portugal, bordar o mundo com o nosso lenço de
Amor.

19 escritas de amor
Lenços populares
Lenços de raiz popular. Simbologia campestre, erros
ortográficos, muita cor, mensagens simples, movimentos
figurativos de uma pureza ingénua, triangulação instintiva
do desenho.

20 escritas de amor
Designação do Lenço: Lenço de ponto de cruz às cores
Origem: Vila Verde
Local onde foi encontrado: Aboim da Nóbrega - Casa da Maria dos Prazeres
História: desconhecida
Dimensões: 54x55
Material Utilizado: pano de algodão, linhas de bordar de várias cores
Pontos: cruz, bainha aberta simples, picot
Transcrição das Escritas:
AMOR
FIRME
Bordadeira: desconhecida

21 escritas de amor
Designação do Lenço: Lenço das Sinco Xagas
Origem: desconhecida
Local onde foi encontrado: Vila Verde – Casa Vilhena da Cunha
Dimensões: 56x60
Material Utilizado: pano de linho, linhas de cor vermelha, linha crochet de
cor branco
Pontos: cruz, picot
Exterior:
Adeus crabo
Adeus flor
Adeus anjo
Adeus amor
Interior:
Maria das
Sinco
Xagas de
Jesus
Bordadeira da reprodução: Adosinda Gomes - Aliança Artesanal

22 escritas de amor
Designação do Lenço: Lenço dos Cestos
Origem: Vila Verde
Local onde foi encontrado: Aboim de Nóbrega
Dimensões: 47x46
Material Utilizado: pano de algodão, linhas de cor vermelha e preta
Pontos: cruz, recorte

a transição exterior está disposta ao contrário (escrita da direita para a
esquerda).
Decifrada lê-se assim:
So tu es u meu entanto a
Minha doce alegria ot
Eu lado satisfeita passa a
Noute e o dia em p.
A Transcriação interior escrita da mesma forma não faz qualquer sentido

como podem verificar.
E INHORDAM
IHAALO A M
RNHIOR AEI
SJ PMTSARM
É de referir, que muitas das transcrições dos lenços encontrados são dificeis
de decifrar pois a maioria das bordadeiras não sabiam ler nem escrever.
A maior parte das vezes as bordadeiras apoiavam-se em marcadores, que
eram panos bordados em ponto cruz, feitos nas escolas com as letras do
abecedário e números.

23 escritas de amor
Designação do Lenço: Lenço das Quadras
Origem: Vila Verde
Local onde foi encontrado: espólio do Prof. Mota Leite (FNAT – Federação
Nacional das Associações de Trabalhadores – extinta em 1974). Com a
extinção da FNAT desconhece-se o paradeiro do espólio
História: desconhecida. As quadras deste lenço rementem-nos para a
época da emigração para o Brasil. A primeira fotografia é uma reprodução
fiel do original. Na segunda fotografia o lenço, pertence ao Dr. José Ribeiro
Pinto, está mais enriquecido, consequência da exigência dos novos clientes
e da inspiração das bordadeiras da Aliança Artesanal.
Dimensões: 44x42
Material Utilizado: pano de linho, linhas de várias cores, linha de crochet
Pontos: recorte, espinha-de-peixe, cheio, pé-de-flor, nó, picot

24 escritas de amor
continuação: Lenço das Quadras

Coração por coração
Amor num troques o meu
Olha que o meu corração
Sempre foi lial ó teu
Aqui tens o meu coração

E a chabe pró abrir
Num tenho mais que te dar
Nem tu mais que me pedir
Bai carta feliz buando

Nas asas dum passarinho
Dále um abraço e um veijinho
Meu Manel bai pró Brail

Eu tamen bou no Bapor
Gardada no coração
Daquele que é meu amor
Bordadeiras da reprodução: Alice Augusto e Glória de Sousa - Aliança Artesanal

25 escritas de amor

26 escritas de amor
(lenço da página anterior)
Designação do Lenço: Lenços das Vindimas sem baínha e com recorte. Pontos: canutilho, cadeia, pé-de-flor, areia, recorte
Origem: Vila Verde Transcrição das Escritas:
Local onde foi encontrado: Vila Verde AMOR
História: espólio do Prof. Mota Leite (FNAT – Federação Nacional das 1959
Associações de Trabalhadores – extinta em 1974). Com a extinção da FNAT Bordadeira: Conceição Morais (Obra das Mães – Vila Verde)
desconhece-se o paradeiro do espólio.
Reprodução fiel do original.
Dimensões: 43x44
Material Utilizado: pano de linho, linhas de bordar de cores várias

27 escritas de amor
Designação do Lenço: Lenço da Célia
Origem: Terras de Bouro
Local onde foi encontrado: Vila Verde – Família Cancela
História: a Maria Rosa bordou este lenço para o seu namorado que
estava na tropa em Lisboa. Neste momento é pertença da Biblioteca Prof.
Machado Vilela em Vila Verde
Dimensões: 51x52
Material Utilizado: lenço da tropa branco em Algodão, linha de bordar de cor
vermelha e azul e linha de crochet de cor branca
Pontos: Cruz, picot
...para lisboa te mandei
Um jencinho quasi novo
Em cada ponta seu suspiro
No meio dos ais que eu morro...
Bordadeira: Maria Rosa
Um dos mais antigos lenços encontrados. Crê-se que já estava na família há
mais de três gerações.

28 escritas de amor
Designação do Lenço: Lenço das Borboletas
Origem: Vila Verde
Local onde foi encontrado: Vila Verde – Obras das Mães
História: espólio do Prof. Mota Leite (FNAT – Federação Nacional das
Associações de Trabalhadores – extinta em 1974). Com a extinção da FNAT
desconhece-se o paradeiro do espólio.
Dimensões: 54x58
Material Utilizado: pano de linho, linha de crochet verde
Pontos: pé-de-flor, cadeia, recorte, canutilho, espinha de peixe, areia, picot.
Transcrição das Escritas: Belmira
Bordadeira: Belmira – Obra das Mães
Uma associação rural para o desenvolvimento que desapareceu no ano de
1975, dando origem aos Centros Familiares das Casas do Povo.

29 escritas de amor
Designação do Lenço: Lenço Rosa do meu peito
Origem: Vila Verde
Local onde foi encontrado: Aboim da Nóbrega
Dimensões: 45x45
Material Utilizado: pano de linho, linhas de bordar de várias cores e linhas de
crochet
Pontos: cheio, recorte, pé-de-flor, baínha aberta trabalhada, fantasia
A rosa do meu peito
A flor do meu jardim
Deicha de amar a quem
Amas se me queres amar
Amim. Amor
Amor tu es a estrela que ade
guiar o meu sêr pois sem
ti meu querido anjo
eme impossivel
viver.
Bordadeiras da reprodução: Aurora Maia e Glória de Sousa – Aliança
Artesanal

30 escritas de amor
Designação do Lenço: Lenço Penhor dos Namorados
Origem: Vila Verde
Dimensões: 35x38
Material Utilizado: pano de linho, linhas de bordar de várias cores, linha de
crochet vermelha
Pontos: pé-de-flor, canutilho, cheio, crivo, cadeia, baínha aberta trabalhada,
cruz, picot
AMOR
É openhor dos namorados
Sentimento do coração que nos
Há-de acompanhar des da nossa
“Desejada união”
Bordadeiras da reprodução: Aurora Maia, Adosinda Gomes e Glória de
Sousa – Aliança Artesanal
A baínha aberta que este lenço apresenta é ricamente trabalhada e define
uma das principais características dos lenços desta localidade.

31 escritas de amor
Designação do Lenço: Lenço 1945

Origem: Vila Verde
História: este lenço foi bordado para oferecer ao namorado. Zangaram-
se e o jovem, mais tarde, ofereceu o lenço a outra rapariga. A primeira
quando soube do sucedido ficou bastante zangada entrando em conflito
com a segunda (mas nem assim conseguiu de volta o lenço). Feitas as
pazes com o jovem decidiu bordar um segundo lenço igual ao anterior,
acrescentando a estrela de Salomão no centro para que situação idêntica
não voltasse a acontecer (o lenço ir parar às mãos de outra rival).
Sabemos que não aconteceu. A estrela de S. Salomão, vulgarmente e
com muita frequência era pronunciada nas aldeias por “Simselamom”, é
utilizada pelo o povo contra os maus augúrios (feitiços).
A palavra era pronunciada tão frequentemente que até as crianças, em
idade escolar, inventaram um brincadeira que começava no “roubo”
dos pregos das ferraduras das rodas dos carros de bois para usá-los,
posteriormente, num jogo que consistia em atirá-los ao chão de forma a
caírem na vertical, formando pontos que depois de unidos davam origem
ao desenho da estrela de “Simselamom”. Ganhava quem desenhasse a
estrela mais perfeita com os seus 5 bicos.
Dimensões: 49x49
Material Utilizado: pano de linho, linhas de bordar de várias cores, linha de crochet
Pontos: pé-de-flor, recorte, cheio, crivo, baínha aberta trabalhada, pontos de
fantasia, picot
AMOR
ANO 1945
Bordadeira da reprodução: Alice Augusto e Glória de Sousa – Aliança Artesanal

32 escritas de amor
Designação do Lenço: 1950
Origem: Vila Verde
Dimensões: 45x44
crochet
Pontos: pé-de-flor, nó, espinha-de-peixe, crivo, cheio, fantasia, baínha aberta
trabalhada, picot
AMOR
O cravo depois de sêco
Senefica amôr perdido
ainda creira não posso
tirar de ti osentido
Ano de 1950
CS
Bordadeiras da reprodução: Cristina Lopes, Adosinda Gomes e Glória de
Sousa – Aliança Artesanal
A baínha aberta que este lenço apresenta é ricamente trabalhada e define
uma das principais características dos lenços desta localidade.

33 escritas de amor

34 escritas de amor
Designação do Lenço: Lenço do Amor Transcrição das Escritas:
Origem: Vila Verde AMOR
Local onde foi encontrado: Aboim de Nóbrega toma lá este
História: desconhecida lencinho com
Dimensões: 44x44 um raminho
Material Utilizado: pano de linho, linhas de bordar de várias cores e linha de de flores eu bem
crochet sei a quem o
Pontos: pé-de-flor, nós, cheio, baínha aberta trabalhada, picot bou dar a quem tem outros
amores
MP
Bordadeira da reprodução: Alice Caldas – Aliança Artesanal

35 escritas de amor
Designação do Lenço: Lenço da Lídia
Local onde foi encontrado: Lisboa
Dimensões: 50x50
Material Utilizado: pano de linho, linhas de bordar de cor vermelha e preto
Pontos: cruz, bainha aberta simples
MEU AMOR TEM CONFIANCO
NA PROMECA QUE TE FIS
BREBEMENTE HEIDE SER TUA
CHEGANDO UM DIA FELIS
Bordadeira da reprodução: Rosa de Jesus – Aliança Artesanal

36 escritas de amor
Designação do Lenço: Lenço da Coroa
Origem: Vila Verde
História: Glória criou o desenho deste lenço e bordou-o para oferecer à
filha como prenda de casamento.
Dimensões: 50x50
Material Utilizado: pano de linho, linhas de bordar de várias cores e linha de
crochet
Pontos: cheio, recorte, pé-de-flor, crus, baínha aberta trabalhada e picot
Meu curação lial quém
mo qizer amar
merserá grande castigo
quém mo cizer falsiar.
Bordadeira da reprodução: Alcina Fernandes – Aliança Artesanal
O lenço original encontra-se fora do País.

37 escritas de amor
Designação do Lenço: Lenço da Coroa com baínha aberta
Origem: Vila Verde
História: Reprodução inspirada no lenço da coroa, mas enriquecido com
uma linda baínha aberta colorida.
Dimensões: 50x50
crochet
Pontos: cheio, recorte, pé-de-flor, cruz, baínha aberta trabalhada, picot
Meu curação lial quém
mo qizer amar
merserá grande castigo
quém mo cizer falsiar
Bordadeiras da reprodução: Alcina Fernandes e Glória de Sousa – Aliança
Artesanal

38 escritas de amor
Designação do Lenço: Lenço dos Vasos
Origem: Vila Verde
Dimensões: 36x41
crochet em duas cores
Pontos: pé-de-flor, recorte, espinha de peixe, cheio, baínha aberta simples,
picot
AMOR
Toma lá este lensinho
cumraminho de felores eu
bem sei a quem o bou dar a quem
tem outros amores
O crabo de pois de sêco senefica amor
perdido inda que queira num poso
tirar de ti osentido
Ano de 1947
C-e-A
Bordadeira da reprodução: Aurora Maia – Aliança Artesanal

39 escritas de amor
Designação do Lenço: Lenço das Rosas (Ponto Cruz)
Origem: Vila Verde
Dimensões: 40x40
crochet
Pontos: cruz, baínha aberta simples, picot
Neste lenço deposito as la
crimas qu por ti choiaio
eu não posso locra
ros bracos do bem adoro

40 escritas de amor
Designação do Lenço: Lenço do Trevo
Origem: Vila Verde
Dimensões: 50x50
crochet
Pontos: pé-de-flor, nós, cadeia, baínha aberta simples, picot
Toma lá este lencinho
Dentro dum copo de
Vidro resolve o teu
Curação o meu esta resolvido
Bordadeira da reprodução: Aurora Maia – Aliança Artesanal

41 escritas de amor

42 escritas de amor
Designação do Lenço: Lenço 1947 Transcrição das Escritas:
Origem: Vila Verde AMOR
Local onde foi encontrado: Aboim de Nóbrega Bai lenço da minha mão
História: desconhecida Bai currer a freguesia
Dimensões: 50x50 Bai dar en formações
Material Utilizado: pano de linho, linhas de cores várias e linha de crochet Da minha sabeduria
Pontos: pé-de-flor, nós, baínha aberta trabalhada, picot em duas cores G. C.
ANO D 1947
Bordadeira da reprodução: Cristina Lopes e Aurora Maia – Aliança Artesanal

43 escritas de amor
Designação do Lenço: Lenço das Vindimas com baínha aberta
Origem: Vila Verde
Local onde foi encontrado: Vila Verde
História: espólio do Prof. Mota Leite (FNAT – Federação Nacional das
Associações de Trabalhadores – extinta em 1974). Com a extinção da FNAT
desconhece-se o paradeiro do espólio. Reprodução inspirada no lenço
das vindimas sem baínha e com recorte, mas enriquecido com uma linda
baínha aberta colorida.
A nossa pesquisa leva-nos a acreditar que este lenço tinha duas versões.
Uma com recorte e outra com baínha aberta. Contudo como o original
que nos chegou às mãos foi o de recorte, optamos por considerar essa
versão como a original.
Dimensões: 43x44
Material Utilizado: pano de linho, linhas de bordar de cores várias
Pontos: canutinho, cadeia, pé-de-flor, areia, recorte
Transcrição das Escritas: 1959
Bordadeira da reprodução: Conceição Pinheiro e Glória de Sousa – Aliança
Artesanal

44 escritas de amor
Designação do Lenço: Lenço do Passarinho
Origem: Vila Verde
Dimensões: 37x37
Material Utilizado: pano alinhado, linhas de bordar de várias cores e linha de
crochet
Pontos: pé-de-flor, cheio, crivo, baínha aberta trabalhada, picot
A. M. O. R.
Se eu entrase no seu peito sabia o seu
Interior a cim
Como lá não entro não sei seme tem
Amor ANO 1945
Bordadeira da reprodução: Aurora Maia e Glória de Sousa – Aliança
Artesanal

45 escritas de amor
Designação do Lenço: Lenço da Alice
Origem: Vila Verde
História: este lenço foi criado pela Alice Pinheiro a partir de um desenho
do bordado de Guimarães. Alice achou que a composição final era muito
bonita e decidiu bordá-lo todo em linha de bordar branca, com o intuito
de mais tarde oferecer à filha como prenda de casamento. Entretanto
foram feitas mais réplicas em diversas cores. Mais tarde, quando faleceu,
os familiares homenagearam-na colocando uma das réplicas do seu Lenço
sobre o seu rosto.
Dimensões: 50x50
Material Utilizado: pano de linho, linhas de bordar de uma só cor (branca,
azul ou vermelha)
Pontos: canutilho, pé-de-flor, recorte
Transcrição das Escritas: não tem
Bordadeira da reprodução: Cristina Lopes – Aliança Artesanal

46 escritas de amor
Designação do Lenço: Lenço Bem me Quer
Origem: Vila Verde
Dimensões: 50x50
crochet
Pontos: pé-de-flor, cheio, nós, baínha aberta simples, recorte, picot
Transcrição das Escritas: AMOR
Bordadeira da reprodução: Adosinda Gomes – Aliança Artesanal

47 escritas de amor
Designação do Lenço: Lenço dos Cravos
Origem: Vila Verde
Local onde foi encontrado: Valdreu
História: este lenço foi bordado pela Maria para oferecer ao namorado
que se encontrava nos Estados Unidos da América. Casou e emigrou para
junto do marido. Regressaram passados muitos anos. Quando o casal
faleceu os filhos que ficaram na América vieram a Portugal, e conhecendo
a história que estava subjacente ao lenço pediram-no aos seus familiares.
O original encontra-se fora do País.
Dimensões: 42x47
Material Utilizado: pano de linho, linhas de bordar de cores várias e linha de
crochet
Pontos: recorte, cadeia, pé-de-flor, cheio, canutilho, baínha aberta muito
trabalhada, picot
Bordadeira da reprodução: Carolina Carneiro – Aliança Artesanal

48 escritas de amor
Designação do Lenço: Lenço das Pombas com baínha aberta
Origem: Vila Verde
História: Inspirado no lenço das Pombas. Enriquecido, através dos
tempos, pelas bordadeiras da Aliança Artesanal tanto nas baínhas abertas
como nos bordados. Característica a realçar num grande número de
reproduções de originais. Exigência dos novos consumidores destas peças
de arte. O que na nossa perspectiva não altera a qualidade da pureza da
tradição.
Dimensões: 50x50
crochet
Pontos: pé-de-flor, recorte, nós, cadeia, picot
Vai lenço feliz
buando nas asas
dum rouchinol bai
ber a cara mais linda que
neste mundo cobre o sol
Bordadeiras da reprodução: Cristina Lopes e Glória de Sousa - Aliança
Artesanal

49 escritas de amor

50 escritas de amor
Designação do Lenço: Lenço das Pombas Transcrição das Escritas:
Origem: Vila Verde Vai lenço feliz
Local onde foi encontrado: Aboim da Nóbrega voando nas asas
História: desconhecida de um rouchinol vai ver
Dimensões: 50x50 a cara mais linda que neste
Material Utilizado: pano de linho, linhas de bordar de várias cores e linha de mundo cobre o sol
crochet Bordadeira da reprodução: Ana Cristina e Glória de Sousa - Aliança
Pontos: pé-de-flor, recorte, nós, cadeia, picot Artesanal

51 escritas de amor
Designação do Lenço: Lenço da Fátima

Origem: Vila Verde
Local onde foi encontrado: Portela do Vade
História: uma namorada do avô da Fátima em 1918 do lugar de Cabo,
freguesia de Aboim da Nóbrega, quando ele tinha 20 anos, bordou-lhe este
lenço como prova de amor. Soubemos que não chegaram a casar e que o
lenço não foi devolvido. Encontrando-se, hoje, na posse de uma neta que
o descobriu numa arca antiga da avó e que, posteriormente, lhe contou a
história.
Dimensões: 55x50
Material Utilizado: pano de algodão, linhas de bordar de cor vermelha e
preta
IAVAILEÇODAMINHAMAO.
VAICORRERAFREG
UESIA VAIDAREMFORMACOES DA
MINHASABEDOR
(Vai lenço da minha mão
Vai correr a freguesia
Vai dar a informação
Da minha sabedoria)
Interior
RR
AMO
MM
AMO
Bordadeira: desconhecida porque a avó da Fátima não quis revelar o nome

52 escritas de amor
Designação do Lenço: Lenço do Martins
Local onde foi encontrado: Cibões
História: uma versão antiga do lenço Sinco Xagas, mas com cercaduras
mais ricas. Pertence a Conceição Martins que o adquiriu em Terras de
Bouro.
Dimensões: 50x50
Material Utilizado: pano de linho, linha de bordar de cor vermelha e linha de
crochet de cor branca
Pontos: ponto de cruz, picot
Adeus cravo
Adeus flor
Adeus anjo
Adeus anor

53 escritas de amor
Designação do Lenço: Lenço do Brasil
Origem: Vila Verde
Local onde foi encontrado: Niteroi - Brasil
História: de Ribeira do Neiva chegou ao Brasil levando consigo este lindo
lenço, promessa da sua namorada que aguardava ansiosamente o dia do
reencontro, um jovem de 21 anos.
A vida seguiu outro rumo e o jovem veio a casar com uma brasileira. O
lenço de compromisso sempre guardado respeitosamente foi dado a
guardar à sua esposa, que ao partir para o além, pediu à sua filha que o
guardasse em memória do pai. É de referir que tanto a mãe como a filha
desconheciam a simbologia desta peça. A filha sentiu muita ternura e
emocionou-se quando lhe contamos a história que o lenço transportava.
Dimensões: 45x45
Material Utilizado: pano de linho, linhas de bordar de cor vermelha e linha
de crochet vermelha
Pontos: cruz, baínha aberta simples
Assim como neste lenço
Os fios unidos estão
Assim esteja minha alma
Unida ao teu coração
1912
Bordadeira da reprodução: Cristina Carmelinda – Aliança Artesanal

54 escritas de amor
Designação do Lenço: Lenço do Duarte
Origem: catálogo antigo
Local onde foi encontrado: Aliança Artesanal
História: foi-nos oferecida uma fotocópia de uma fotografia deste lenço
por um Senhor que o descobriu num catálogo antigo.
Dimensões: 48x48
Material Utilizado: pano de linho, linhas de bordar de cor vermelha e preta
Pontos: cruz e recorte
Exterior:
NSADJ
AMURJ
JRMELE
NBRA
Interior:
AMIZADE.LEB
RE.DEROSA.PAR
ENTABORLIDA
ANU.d19010

55 escritas de amor
Designação do Lenço: Lenço das Torres
Origem: Ponte da Barca
Local onde foi encontrado: S. Miguel de Entre Ambos-os-Rios
História: encontra-se em poder de Fernanda Cerqueira e foi herança da
bisavó que o bordou.
Dimensões: 57x57
Material Utilizado: lenço da tropa em cambraia de linho, linhas de bordar de
cor vermelha e azul e linha de crochet branca
Pontos: cruz
Exterior
ABRE U LENÇO I BERAS
CUATRO RAMOS FELORIDOS
NO MEIO DELE BERAS
NOSSOS CORAÇÕES UNIDOS
(Abre o lenço e verás
quatro ramos floridos
no meio dele verás
nossos corações unidos)
Bordadeira: bisavó da Fernanda

56 escritas de amor
Designação do Lenço: Lenço da Colecção do Dr. Frade/ refª 109
Origem: Ponte de Lima
Local onde foi encontrado: Porto
Dimensões: 53x53
Material Utilizado: pano de linho caseiro, linhas de bordar de cor vermelha e
linhas de crochet de cor vermelha
Pontos: cruz, espinha, picot
AM
Pela análise do lenço constatamos que foi um aproveitamento de um
bordado de uma peça antiga. A executante deu-lhe a forma de um lenço
destacando-se, assim, um bordado com muitos anos e um remate recente.

57 escritas de amor

58 escritas de amor
Designação do Lenço: Lenço da Fernanda Cerqueira Transcrição das Escritas:
Origem: Ponte da Barca SEMPRE F UI
Local onde foi encontrado: S. Miguel de Entre Ambos-os-Rios EEID ES ER
História: desconhecida. Encontra-se em poder de Fernanda Cerqueira SE M P R E. F I R ME
Dimensões: 49x50 ATE M O RRE R
Material Utilizado: pano de algodão, linhas de bordar em cor vermelha e azul (Sempre fui e hei-de ser
e linhas de crochet de cor branca sempre firme até morrer)
Pontos: cruz, ponto de máquina, picot Bordadeira: desconhecida

59 escritas de amor
Local onde foi encontrado: S. Miguel de Entre Ambos-os-Rios
História: encontra-se em poder de Fernanda Cerqueira e foi herança da
bisavó que o bordou para o seu filho Manuel Esteves, no ano de 1935.
Dimensões: 40x40
Material Utilizado: pano de algodão, linhas de bordar em seda
Pontos: pé-de-flor, cheio, baínha aberta
Exterior
ANO 1935
Interior
MANOEL
ESTEVES
Bordadeira: Bisavó da Fernanda Cerqueira

60 escritas de amor
Origem: Viana do Castelo
Dimensões: 55x55
Material Utilizado: lenço da tropa em algodão, linhas de bordar em cor
vermelha e azul
Pontos: cruz
ACEITAE S TELENCOGU NTO AEIE
O CURACÃO NÃO DISPRIZAN
DOUAMORACEITA R A S
AMINHAMAÕ
(Aceita este lenço
junto do teu coração
Não desprezando o amor
Aceitarás a minha mão)

61 escritas de amor
Designação do Lenço: Lenço da Colecção do Dr. Frade/ refª51
Dimensões: 50x50
Material Utilizado: lenço da tropa em algodão, linhas de bordar de cor
vermelha e linhas de crochet de cor branca
Pontos: cruz, picot
R.M.F.SÓ.ONO
SSO.AMOR.ADE.ACAB
AR.QUADO.ESTA.POMBA
BOAR. A. I. R.
A. M. P.
(Só o nosso amor há-de acabar quando esta pomba voar)

62 escritas de amor
Designação do Lenço: Lenço da Colecção do Dr. Frade/ refª nº11
Dimensões: 45x45
Material Utilizado: pano em algodão, linhas de bordar de cor vermelha e
linhas de máquina de cor branca e vermelha
Pontos: cruz, ponto de máquina, picot
ACCEITA.AMOR.qUERIDO
COM.DOSE.SATISFAÇÃO
ESTA.PIqUENA.LEMBRANÇA
QUE.SAI.DO CORAÇÃO
(Aceita Amor querido
com doce satisfação
esta pequena lembrança
que sai do coração)

63 escritas de amor
Designação do Lenço: Lenço da Colecção do Dr. Frade/ refª153
Origem: Barcelos
Dimensões: 46x46
Material Utilizado: pano de linho, linhas de bordar de cor vermelha e azul e
linhas de crochet de cor branca
Pontos: cruz, aplicação de crochet

64 escritas de amor
Local onde foi encontrado: Braga
Dimensões: 56x57
Material Utilizado: pano de algodão, linhas de bordar de cor vermelha e azul,
Pontos: cruz, picot, baínha cosida à máquina de costura
q UATRAPONTAS TEM OL
E N C O q U A T R O R A M O SFL
L O R I D O S L A N O MEIO ADEACH
AR N OSSOSCOR ACOESU.
(Quatro pontas tem o lenço
Quatro ramos floridos
Lá no meio há-de achar
Nossos corações u. (unidos))

65 escritas de amor

66 escritas de amor
Designação do Lenço: Lenço dos Perús Dimensões: 50x50
Origem: Vila Verde Material Utilizado: pano de linho, linhas de bordar de várias cores e linha
Local onde foi encontrado: Aboim da Nóbrega de crochet cor de rosa
História: este lenço foi concebido por uma avó para oferecer a duas netas Pontos: pé-de-flor, canutilho, nós, espinha-peixe, fantasia, baínha aberta
que, no momento, se encontravam a passar férias em sua casa vindas dos trabalhada, cadeia e cheio
Estados Unidos da América onde viviam com os seus pais. A simbologia Transcrição das Escritas:
usada no lenço, segundo a descrição da própria avó, é uma mensagem Jorei ao ceu de te amar
para as netas de vivências e de valores que ela não partilhava. Estes Por outro amor não ter
valores tinham muito a ver com o modo como a avó tinha sido educada. Já fez escritura sagrada
Segundo a avó, as aves representam um casal de perus. A perua está de De te amar
cabeça baixa e o perú de cabeça levantada, “na capoeira quem canta é o Até morrer
galo”. Bordadeira da reprodução: Conceição Pinheiro – Aliança Artesanal
Isto representa a obediência da mulher ao marido.

67 escritas de amor
Designação do Lenço: Lenço do Adelino 1925
Origem: Vila Verde
História: inspirado no lenço 1935. Marca o nascimento do Adelino.
Difere dos mais usuais por ser bordado a linha de seda.
Disseram-nos que o Adelino nasceu num dia de grande temporal de parto
muito difícil, indo a Avó ao telhada da casa virar duas telhas, que segundo
a crença local, iria afastar o perigo do parto correr mal.
Dimensões: 30x30
Material Utilizado: cambraia de linho, linhas em seda de várias cores
Pontos: recorte, cheio, pé-de-flor, canutilho, baínha aberta
ADELINO SILVA
A NO DE 1925
Bordadeira: Conceição

68 escritas de amor
Designação do Lenço: Lenço do ADC
Origem: Cabreiros
Dimensões: 43x43
linha de crochet de cor branca
Pontos: cruz, ponto de máquina de costura, aplicação de entremeios de
crochet, picot
Transcrição das Escritas: A.D.C

69 escritas de amor
Designação do Lenço: Lenço do Centro
Origem: Vila Verde
História: desconhecida. Apenas sabemos que foi oferecida à Casa do Povo
de Vila Verde em 1989.
Dimensões: 60x60
Material Utilizado: pano de linho, linhas de bordar de cor vermelha e linhas
de crochet de cor vermelha
Pontos: cruz, baínha aberta simples
Bordadeira: Cristina Carmelinda – Aliança Artesanal

70 escritas de amor
Designação do Lenço: Lenço da Espiguilha
Origem: Amares
Local onde foi encontrado: Casa do Cruzeiro em Santa Maria de Bouro
História: desconhecida. Sabemos que está na Casa do Cruzeiro em Santa
Maria de Bouro – Amares.
Dimensões: 45x45
Material Utilizado: pano de algodão, linhas de bordar de cor vermelha e azul,
linha de crochet de cor branca e espiguilha
Pontos: cruz, crochet, entremeios, baínha aberta simples
NOSSOS CORAÇOESNS UNIDOS
UNIDOS HOM DE SER
SEPARADOS SÓ PORMORTE
SUCEDA O qUE SUCEDER

71 escritas de amor
Designação do Lenço: Lenço da Covilhã
Origem: Covilhã
Local onde foi encontrado: Covilhã
História: pertença da familia de Dra. Luisa J. Pereria Amaral e tem cerca
de 150 anos. A proprietária do lenço pediu à Aliança Artesanal que o
acabasse, uma vez que este estava inacabado, faltava-lhe os remates
laterais em ponto de cruz e o recorte.
Dimensões: 30x40
Material Utilizado: pano de linho, linhas de bordar de cor vermelha
Interior
VAILENÇO AVENTUROSO
AS MAOS DO MEU DOCE BEM
EU CA FICO SUSPIRANDO
POR NÃO PODER IR TAMBÉM
Exterior
SOU AMANTE SEI DE QUEM
SEREI MAIS SE FOR POSSIVEL
POIS SÓ TEU SEREI MEU BEM
SOU AFAVEL SOU SENSIVEL
Bordadeira dos acabamentos do Lenço: Alice Caldas - Aliança Artesanal

72 escritas de amor
Designação do Lenço: Lenço dos Corações
Origem: Vila Verde
Local onde foi encontrado: Vila Verde – Obra das Mães
História: a Lúcia criou o desenho deste lenço, na Obra das Mães, a
partir de um bordado encontrado numa saia do traje regional de Viana
do Castelo. Mais tarde, bordou-o e homenagem ao nascimento da sua
primeira filha.
Dimensões: 44x45
crochet vermelha
Pontos: canutilho, cheio, pé-de-flor, formiga, recorte, picot
Bordadeira da reprodução: Ana Cristina - Aliança Artesanal

73 escritas de amor

74 escritas de amor
Designação do Lenço: Lenço da Sílvia Pontos: cruz, cheio, recorte, baínha aberta e outros
Origem: Vila Verde Transcrição das Escritas: não tem
Local onde foi encontrado: Aboim da Nóbrega Bordadeira: desconhecida
Dimensões: 50x50
Material Utilizado: pano de linho, linhas de bordar de cores várias e linhas de
crochet de cor branca

75 escritas de amor
Designação do Lenço: Lenço da Colecção do Dr. Frade/ refª 164 (sem imagem) Designação do Lenço: Lenço da Virgínia Oliveira da Silva (sem imagem)
Origem: Lindoso Origem: Póvoa de Lanhoso
Local onde foi encontrado: Porto Local onde foi encontrado: Braga
História: desconhecida História: sabemos que foi mandado fazer pelo o trisavó do Sr. Silvino
Dimensões: 43x43 Rocha e Silva (marido da Virgínia) para oferecer a sua esposa, pelo ano de
Material Utilizado: pano em algodão, linhas de bordar de cores várias 1850. Entretanto passou para um tia paterna do Sr. Silvino que o deixou
Pontos: cruz, baínha aberta em herança ao sobrinho. Este por sua vez, já o ofereceu à sua filha.
Transcrição das Escritas: Dimensões: 45x45
MACp Material Utilizado: pano de algodão, linhas de bordar de cor vermelha e
Bordadeira: desconhecida linha de crochet de cor branca
Pontos: cruz, crochet, entremeio de renda
A saber: a renda é feita ao ombro
MANUEL
ROIXHA
DA . SILBA
THERESA

76 escritas de amor
Designação do Lenço: Lenço do Bino
Origem: Codeceda
Local onde foi encontrado: Penascais
História: a Maria bordou este lenço para o seu amado Albino, com quem
veio a namorar durante mais de uma década. No entanto, o seu amado
Albino acabou por casar subitamente com outra rapariga. Pela estima e
consideração que sempre teve pela bordadeira, ele guardou secretamente
o lenço até aos últimos dias da sua vida. Tendo tido um casamento feliz,
não quis expor o seu passado à família e foi então que entregou o lenço a
alguém que o fez chegar à Aliança Artesanal, pois ele acreditava que assim
esta história de amor seria perpetuada.
Dimensões: 40x40
Material Utilizado: Pano de linho, linhas de bordar de várias cores e linhas de
crochet de cor vermelha
Pontos: Pé-de-flor, cheio, crivo, ponto fantasia, baínha aberta, picot
Codeceda Lugar da Vila
MBA
2|7|1953
Bordadeira: Maria B. A.
Obs: Este lenço foi acrescentado nesta edição digital e não consta da versão original do livro

77 escritas de amor
Designação do Lenço: Lenço da D. Glória
Origem: Aboim da Nóbrega
História: este lenço pertencia a um irmão de uma das bordadeiras da
Aliança Artesanal que não quis partilhar a sua história.
Dimensões: 49x52
Pontos: Pé-de-flor, cheio, ponto de cruz, cadeia, baínha aberta, picot
AMOR

78 escritas de amor
Designação do Lenço: Lenço Vasos de Amor
Local onde foi encontrado: desconhecido
Dimensões: 45x45
Pontos: Ponto de cruz, baínha aberta, espinha, pé-de-flor, cheio, recorte,
cadeia, crivo, nosinhos, fantasia
AMOR

79 escritas de amor
Designação do Lenço: Lenço da Noiva
Dimensões: 45x45
Material Utilizado: Lenço de cambraia conhecido por “Lenço da Tropa”,
linhas de bordar de cor azul e vermelho e linhas de crochet de cor branca
Pontos: cruz, picot
A HORA VISTA DEVIDO A
MOR AMOR NA AOZENCIA TEM MAIS
Bordadeira da reprodução: desconhecida
Obs: Este Lenço foi acrescentado nesta edição digital e não consta da versão original do livro

80 escritas de amor
Lenços ricos de originais

desaparecidos ou inacessíveis
Lenços de desenho mais sofisticado, simetrias mais
acentuadas, pontos de bordados diversificados e de
trabalho muito intenso e minucioso.

81 escritas de amor
Designação do Lenço: Lenço das Lantejoulas
Origem: Vila Verde
Local onde foi encontrado: Vila Verde – Casa Machado Vilela
História: o Dr. Machado Vilela bordou-o para oferecer à sua irmã. (Foi
o único lenço que encontramos bordado por um homem). Este lenço é a
reprodução fiel do original que desapareceu. Esta cópia foi personalizada.
Dimensões: 48x48
Material Utilizado: pano de linho, lantejoulas, linhas de bordar vermelha e
preta
Pontos: cruz, cheio, pé-de-flor, recorte
Transcrição das Escritas: Amor, Serei, Lial, Flor
5-8-1991
Personalização:
25 ANOS PASSARAM
SOL LUZ VENTO ESPERANÇA
5 FILHOS NOS FICARAM
COMO VIDA COMO HERANÇA
Bordadeira que o reproduziu em 1966: Obra das Mães
Uma associação rural para o desenvolvimento que desapareceu no ano de
1975, dando origem aos Centros Familiares das Casas do Povo.
O original está desaparecido.

82 escritas de amor
Designação do Lenço: Lenço da Maria
Origem: Vila Verde
Local onde foi encontrado: Aboim da Nóbrega – Casa de Maria dos Prazeres
História: desconhecida. Pertence a Maria dos Prazeres.
Dimensões: 56x59
Material Utilizado: pano de algodão, linha vermelha e linha preta
Pontos: cruz, remate
Exterior:
Etan certo eu amarte
Como o lenço branco ser
So deicharei de te amar
Cuando o lenço a cor perder
Interior:
Hade a nossa
Amizade acabar
Cando esta
Pomba voar
Bordadeira da reprodução: Cristina Carmelinda - Aliança Artesanal

83 escritas de amor
Designação do Lenço: Lenço de Manuel Feio
Origem: Vila Verde
Local onde foi encontrado: Barbudo (Vila Verde)
História: desconhecida. É pertença da família de Manuel Feio. Recebeu-o
como herança de pessoas amigas.
Dimensões: 44x52
Material Utilizado: pano de linho, linha de cor vermelha, linha de cor preta
O MEU CORACAO
SO A TI ADORA
SO POR TI SUSPIRA
SO POR TI CHORA

84 escritas de amor
Designação do Lenço: Lenço da Conceição
Origem: Vila Verde
Local onde foi encontrado: Barcelos
História: desconhecida. Sabe-se que foi uma auxiliar de acção educativa
de uma escola primária que o bordou. Desconhece-se o seu nome.
Dimensões: 44x49
Material Utilizado: pano de linho, linhas de bordar de cor vermelha, preta e
castanha
Pontos: cruz, cheio, crivo, baínha aberta bordada, recorte
F S M. M.
Assim como neste lenço
Os fios unidos estao
Assim esteja minha alma
Unida ao teu coração
É de referir que a quadra deste lenço aparece em muitos outros lenços por
toda a Região do Minho.

85 escritas de amor

86 escritas de amor
Designação do Lenço: Lenço MD DE.LONGE.COM.DESEJOS
Origem: Braga DEMEVER.DISSO.POSSO.D
Local onde foi encontrado: Vila Verde UVIDAR.NEM.EM.TAL
História: foi dado à Aliança Artesanal um lenço muito antigo já (Menino que vem de longe
praticamente gasto e aos bocados. A Aliança a partir da simbologia com desejos de me ver
decifrável reproduziu este lenço. disso posso duvidar
Dimensões: 46x46 nem em tal devo querer)
Material Utilizado: pano de linho, linhas de bordar de cor vermelha e preta Bordadeira da reprodução: Conceição Pinheiro – Aliança Artesanal
Pontos: cruz, corrido, canutilho, recorte
MD
DEVO.QUERER.MENINO.VEM

87 escritas de amor
Designação do Lenço: Lenço do Amor não correspondido
Origem: Vila Verde
Local onde foi encontrado: Mós – Casa da família Mota Alves
História: este lenço foi bordado por uma jovem que se chamava Maria e que
viveu um romance de amor com o Domingos José da Silva.
Este amor foi rompido pelo Domingos. Maria, com o desgosto bordou este
lenço cravando duas setas em dois corações, como símbolo de dor profunda e
eterna, que se encontram no centro do lenço com o seu nome.
Esta senhora morreu passado pouco tempo. Os seus familiares dizem que foi
de Amor, pois não se alimentava e acabou por contrair uma doença mortal.
É de referir que Maria, ao bordar este lenço, já estava tão desmotivada com
a vida que bordou o lenço com linhas de “carrinho” vulgarmente utilizadas
na costura, para coser.
Dimensões: 43x44
Material Utilizado: pano de linho, linhas de coser de cor vermelha, branca e
preta
Pontos: cheio, pé-de-flor, nós, fantasia e recorte
Exterior:
Domingos
José
Da Silva
Recordação
Interior:
Maria
Bordadeira da reprodução: Alice Caldas – Aliança Artesanal

88 escritas de amor
Designação do Lenço: Lenço 1909 (Casa Éden)
Origem: Braga
História: desconhecida. Sabemos apenas que existe um muito semelhante
na posse dos proprietários da antiga Casa Éden na Rua do Souto, em
Braga (está personalizado no nome de Maria Alexandrina Gomes Lima,
destacando-se os recortes feitos com vários desenhos de máquina).
Dimensões: 43x43
Exterior:
MEU. AMOR. TEM. CONFIANÇA.
NA.PROMEÇA.QUE.TE.FIS.
BREBEMENTE.HEI.DE.SER.TUA
CHEGANDO.UM.DIA FELIZ.
Interior:
AC
1909

89 escritas de amor
Designação do Lenço: Lenço do Amor Eterno
Origem: Braga
História: este lenço foi idealizado por um marido que o deu a uma
costureira para o executar segundo as suas directrizes.
Ofereceu o lenço à sua esposa com juras de amor eterno e com a seguinte
promessa: o primeiro que partisse o levasse consigo.
A saber: este lenço na altura ficou pelo o preço de um mês de salário.
Dimensões: 45x45
Material Utilizado: pano de linho, linhas de bordar de cor branca e preta
Pontos: cruz, canutilho, pé-de-flor, espinha de peixe, fantasia, cheio, recorte,
crivo bordado
AGRADO.DOS.MEUS.AMORES
E.UM.JARDIM.DAS.MAIS
MALTADAS.FLORES.TEZORO.
DUS.MEUS.INTENTOS

90 escritas de amor
Designação do Lenço: Lenço da Colecção do Dr. Frade/ refª87 “Lenço da
Carroça”
História: encontra-se na colecção particular de Dr. José Frade e foi
adquirido num antiquário em Viana do Castelo.
Dimensões: 43x43
Material Utilizado: pano de cambraia de linho, linhas de bordar de cor
vermelha e preta, lantejoulas
Pontos: cruz, fantasia, recorte
A ROSAPE LO
UMANOEL
ISTA SE MPRE
SUSPIRAR
(A Rosa pelo Manuel está sempre a suspirar)

91 escritas de amor
Designação do Lenço: Lenço da Ângela
Origem: Vila Verde
Local onde foi encontrado: Gondiães
História: foi bordado pela Avó da Ângela no ano de 1894 para oferecer ao
seu namorado, mais tarde o seu marido.
Dimensões: 48x48
Material Utilizado: pano de linho, linhas de bordar de cor vermelha e linhas
de crochet de cor branca
Pontos: cruz, entremeios e baínha aberta simples
UBMS ADCN
q FUBIA TLN
RSNAIEUp
SIMUIp NJR
Texto indecifrável destacando-se a maior parte das letras invertidas

92 escritas de amor
Designação do Lenço: Lenço da Professora
Origem: Viera do Minho
Local onde foi encontrado: Vieira do Minho
História: desconhecida. Recebido por herança familiar.
Dimensões: 46x46
Material Utilizado: pano de linho, linhas de bordar de cor vermelha e azul e
entremeios em renda
Pontos: cruz, croché, bainha aberta simples
Exterior:
O q EU NÃO POSO LOGRAR
VAILENSO VEMTO ROZO
A MAO DO AMOR LIAL
VAI POR COSTO PESUIR
Interior:
BAITE LENCO BENTUROZO TER
Aq UELAS MAOS DE MARFIM
CHECA LA VEJALHE A MAO
DALHE UM ABRACO POR MIM

93 escritas de amor

94 escritas de amor
Designação do Lenço: Lenço dos Cisnes nº2 BAR CUA ND OES
Origem: Vila Verde TAPO MBA BOA
Local onde foi encontrado: Braga (Amor, há-de a nossa amizade acabar quando esta pomba voar)
História: encontrado numa casa de senhoras de certa idade que Interior:
desconheciam a sua história, na freguesia de Portela do Vade. OT EULADOSATISFEITA
O proprietário actual é o Dr. José Ribeiro Pinto. PASSOANO UTEIUDIA
Dimensões: 51x48 SOTUES U M E U E NCANT
Material Utilizado: pano de cambraia de linho, linhas de bordar de cor vermelha OAM I NHADOCE.ALEGRIA
e preta. (Ao teu lado satisfeita
Pontos: cruz, recorte passo a noite e o dia
Transcrição das Escritas: só tu és o meu encanto
Exterior: a minha doce alegria)
AM ORH ADE NA OS ANNO 1911 AMOR
A AMI SAD EACA Bordadeira: desconhecida

95 escritas de amor
Designação do Lenço: Lenço dos Cisnes
Origem: Vila Verde
História: desconhecida. Os cisnes são um elemento muito repetido nos
vários lenços desta região.
Dimensões: 48x48
Material Utilizado: pano de linho, linha de bordar de cor vermelha e preta
O adeus e na Terra
So a ti firmesa e
Lialdade so emcomtrastes em mim

96 escritas de amor
Designação do Lenço: Lenço do Jarro
Origem: Vila Verde
História: desconhecida. Encontrado numa casa de senhoras de certa
idade que desconheciam a sua história, na freguesia de Covas. O
proprietário actual é o Dr. José Ribeiro Pinto.
Dimensões: 50x55
Material Utilizado: pano alinhado, linhas de bordar de cor vermelha e preta.
Pontos: cruz, recorte, cheio
Exterior:
A N N O D E1 9 11. M I NH
A ALM. A JU R A DO. T E U C O M
TO DOS. T A L O I R I O S O A T I T
E q EU RO B E M. A M O R F I R M E
(ANO DE 1911. Minha alma jura do teu com todos tal o oiro só a ti te quero
bem amor firme)
Interior:
PR RM
EM I R E S.
E M P. RE Ro.
E iD E R EM

97 escritas de amor
Designação do Lenço: Lenço do Sr. José Barbosa

Origem: Brasil
História: desconhecida. Pertenceu a D. Amélia Ramalho Santos Silva
(nascida em 1875 e falecida em 1938) natural de Manaus – Brasil
De regresso a Portugal, em 1990, trouxe o lenço que tinha sido bordado
por ela no Brasil.
Dimensões: 60x60
Exterior:
UENTREASFLORES BRINCASUTEUENTREOSESPINHOSCHORO
TUDONDE ESTAS NÃOPENÇAS
PEUDONDEESTOU TE ADORO
(Entre as flores tu brincas
eu entre os espinhos choro
onde tu estás não pensas
eu onde estou te adoro)
IPMB
Interior:
ABRE.ESTE.LENCO.IBERA
S.QUATRO.RAMOS.FELURIDO
S.NOMEIO.EMCONTRAB
AS.NOCOS.CORACOENS.
UNI
DOS
UNI
DOS
(Abre este lenço e verás quatro ramos floridos
no meio encontrarás os nossos unidos)

98 escritas de amor
Designação do Lenço: Lenço de Barcelos (crivo bordado)
Origem: inspirado num lenço do Catálogo do Museu Regional de Cerâmica.
Barcelos 1966 (por Maria de Fátima da Silva Ferreira)
Dimensões: 65x65
Material Utilizado: pano de linho, linhas de bordar de cor branca e preta
Pontos: cruz, recorte, ilhós e crivo bordado
Exterior:
A SILVA COM SEU AREO
NO CAMINHO PRENDE A ROUPA
PUEM ME PRENDERA A MENINA
q EU A BONTRDE NÃO E POUCA
Interior:
EU FELIS TE DEVO TANTO
DO MEU O TEU CORACAO
ALIM DA INTRINIDADE
DURARA TUA PAIXAO

99 escritas de amor
Designação do Lenço: Lenço do Comendador
Origem: Vila Verde
Local onde foi encontrado: Vilarinho
História: uma jovem de família da cidade do Porto, enamorou-se por
um estudante de Direito que frequentava sua casa. Como o jovem não se
declarava, a jovem começou a bordar este lenço colocando na quadra o
que lhe ia na alma. Como o rapaz frequentava os serões da casa foi-se
apercebendo, pela evolução do bordado, que a mensagem do lenço lhe era
dirigida.
E, assim, começou o namoro que culminou num casamento feliz.
Este lenço foi bordado no principio do Séc. XX e manteve-se na posse do
casal até ao fim dos seus dias.
A saber: a dona do lenço, pouco antes de partir, ofereceu-o a uma amiga
intima. Foi esta senhora que nos emprestou o lenço. Contudo, por pudor,
não revela os dados pessoais do casal em questão.
Dimensões: 80x80
branca e azul
Pontos: bainha aberta simples ( a 2 fios), crivo variado, cheio, ilhós, pé-de-flor, cruz
QUEM AMA OCULTAMENTE
SEM DECLARAR SEU AMOR
SENTE MIL ANCIAS NO PEITO
VIVE CERCADA DE DÔR

100 escritas de amor
Origem: inspirado num lenço do Catálogo do Museu Regional de Cerâmica.
Barcelos 1966 (por Mária de Fátima da Silva Ferreira)
Dimensões: 60x60
Material Utilizado: pano de linho, lantejoulas, linhas de bordar de cor
vermelha e preta
Pontos: cruz, recorte, ilhós, pé-de-flor, canutilho e cheio
Exterior
ALEM DAINTRINA DE
DURARA TUA PAIXAO
EU FELIS TE DE VO TANTO
DO MEU O TEU CORACAO
Interior
1989
ALVINA
DA
SILVA


Designação do Lenço: Lenço 1908 (Vai feliz no ar voando
Origem: insipirado num lenço do Catálogo do Museu Regional de Cerâmica. por esse mundo sem fim
Barcelos, 1966 (por Maria de Fátima da Silva Ferreira) diz aos moços mais bonitos
Local onde foi encontrado: Vila Verde que não se esqueçam de mim)
História: desconhecida Interior:
Dimensões: 60x60 UMPAINAOPODEPROHIVIR
Material Utilizado: pano de linho, linhas de bordar de cor vermelha e preta SUAFILKADE QUERERBEM
Pontos: cruz, recorte, ilhós e cheio SE ASLEISEOSPAISSAGRADAS
Transcrição das Escritas: ASDOANORMISFORCATEM
Exterior: (Um pai não pode proibir
VAI FELIS NUAR VUR NDO sua filha de querer bem
POR ESSE MUNO SEM FIM D as leis dos pais são sagradas
IS ÓS MOCOSMAS BONITO mas as do amor mais força têm)
QUE NAOSE ISQUECU DE MIM Bordadeira da reprodução: Rosa de Jesus – Aliança Artesanal

Lenços contemporâneos
Lenços inspirados em originais onde elementos

novos e do nosso tempo são introduzidos

Designação do Lenço: Lenço C.A
Origem: Vila Verde
História: este lenço foi criado pela Conceição Pinheiro, inspirado nos
tradicionais, usando pano de cambraia de linho de uma camisa do marido
usada em S. Tomé e Príncipe. Assim homenageou os anos felizes vividos
nessa ilha e marcou o ano do seu regresso a Portugal em 1978.
Dimensões: 50x50
Material Utilizado: pano de cambraia de linho, linhas de bordar de várias
cores, entremeios, linha de crochet de cor branca
Pontos: pé-de-flor, canutilho, nós, espinha-peixe, fantasia, bainha aberta
trabalhada, cheio, picot
Bordadeira: Conceição Pinheiro – Aliança Artesanal

Designação do Lenço: Lenço S. Tomé
Origem: Vila Verde
História: este lenço foi criado pela Conceição, inspirado nos tradicionais,
é uma verdadeira escrita de amor apesar de não ter muitas transcrições
ortográficas. Foi feito no ano de 1991.
A bordadeira usou símbolos como:
4 Palmeiras africanas em representação dos filhos nascidos em S. Tomé;
Uma árvore europeia em representação de um filha nascida em Vila Verde;
Uma canoa que representa o amor feliz vivido em África.
Dimensões: 50x50
Material Utilizado: pano de linho, linhas de bordar de cor preta
Pontos: pé-de-flor, canutilho, nós, fantasia, cheio e recorte
S. Tomé 1962
Amor Serei Lial
A . S. Flor
ANO 1966
ADELINO MARIA C.

Designação do Lenço: Lenço do Oceano
Origem: Vila Verde
História: criado para concorrer ao prémio nacional de artesanato do
IEFP, no ano em que se realizou a EXPO 98. Daí o tema ser os Oceanos
e as bordadeiras da Aliança Artesanal, apesar da inspiração nos lenços
tradicionais, terem inserido elementos que remetessem para os mares
como os: golfinhos, peixes, búzios, conchas e as próprias quadras.
Dimensões: 50x50
crochet azul
Pontos: pé-de-flor, canutilho, nós, espinha-peixe, fantasia, cheio, picot
Exterior:
Os teus olhos são azuis
Como as ondas do mar
Tão lindo é o oceano
Mais lindo é o teu olhar
Interior:
Quando vejo um golfinho
Lembro-me do oceano
Ficas-te no pensamento
Quando birá outro ano
Bordadeira: trabalho conjunto de todas as bordadeiras da Aliança Artesanal


Designação do Lenço: Lenço da Alcina Transcrição das Escritas:
Origem: Vila Verde O mundo destes silencios
Local onde foi encontrado: Gême – Vila Verde É cheio de encantos meus
História: Alcina é um jovem surda-muda que quis ela própria bordar o Sonhos Luz e Fantasias
seu lenço. Criou o desenho inspirando-se nos tradicionais e concebeu uma Para viver mundos teus
quadra para si (1997). 1997 Alcina
Dimensões: 45x45 Amor
Material Utilizado: pano de linho, linhas de bordar de várias cores Bordadeira: Alcinda Fernandes – Aliança Artesanal
Pontos: pé-de-flor, canutilho, nós, espinha-peixe, fantasia, baínha aberta
trabalhada, cheio

Designação do Lenço: Lenço do Dr. José Ribeiro Pinto nº2
Origem: Braga
História: recriação inspirada nos Lenços da Aliança Artesanal.
Dimensões: 50x50
Material Utilizado: pano de linho, linhas de bordar de várias cores
Pontos: pé-de-flor, canutilho, fantasia, cheio, cadeia, cruz, recorte
AMOR
Viva o meu amor 1992
Tom a la este lencinhu
Com um raminho de
Flores eu bem sei que
O bou dar a quem tem
Outros amores
Bordadeira: irmã do Dr. José Ribeiro Pinto

Designação do Lenço: Lenço da Vira
Origem: Vila Verde
História: encontrou-se o desenho deste lenço no Centro de Educação
Familiar em Vila Verde. Acreditamos que tenha sido inspirado no Lenço
1947 e foi reproduzido em 1994 pela Aliança Artesanal.
Dimensões: 50x50
crochet
Pontos: canutilho, pé-de-flor, recorte, nós, espinha-peixe, cheio, picot
O meu curação e o teu
Sempre juntos ande andar
Num á nada neste mundo
Que os possa separar
Bordadeira da reprodução: Cristina Lopes e Glória de Sousa – Aliança
Artesanal

Designação do Lenço: Leonor
Origem: Vila Verde
História: foi feito pela Conceição para comemorar o nascimento do
segundo neto. Inspirou-se nos tradicionais criando, no entanto, um
desenho novo.
Dimensões: 50x50
Material Utilizado: pano de linho, linhas de bordar de cor anilada e branca
Pontos: nó, recorte, pé-de-flor, ilhós, cheio, canutilho, cadeia, fantasia
Leonor
Oh que ser tão pequenino
Ó milagre de nascer
O mundo nesta netinha
P’ra renovar meu viver
Vila Verde
20-02-2002

Designação do Lenço: Lenço Sua Santidade o Papa João Paulo II
Origem: Vila Verde
História: Os Escuteiros de Vila Verde pediram à Aliança Artesanal para
bordarem um lenço que marcasse a vinda da sua Santidade o Papa João
Paulo II a Fátima, em 13 de maio de 1991.
Inspirado nos lenços ricos de Vila Verde, a Aliança Artesanal fez a
composição do lenço usando 4 brasões que simbolizam:
- A igreja católica (arma de Fé de Sua Santidade o Papa João Paulo II)
- Concelho de Vila Verde
- Portugal
- Flor de Lis do Grupo Nacional de Escuteiros.
Para o centro do lenço destacou a fachada do Santuário do Alívio, por ser
um monumento local e evocativo à Nossa Senhora por quem o Santo Papa
mostrava a sua devoção vindo a Fátima.
Jogou-se com a palavra Amor que, ao contrário, lê-se Roma.
Dimensões: 60x60
Pontos: cruz, recorte, cheio, ilhós
Roma
Avé Maria
Amor
Bordadeiras: Rosa Oliveira e Elvira Alves - Aliança Artesanal

Designação do Lenço: Lenço de Barros
Origem: Vila Verde
Local onde foi encontrado: Barros
História: é um desenho inspirado no Lenço de Amor, mas que resultou de
um trabalho de grupo, numa aula de educação de Adultos na freguesia de
Barros – Vila Verde.
Uma das alunas tinha entrado numa mina de água e estava muito
impressionada com a beleza do interior da mina. Dizia assim:
“A entrada começava por musgo verde que clareava conforme se ia
perdendo a luz, até ser branca; e desaparecia todo o sinal de vegetação.
Depois vinham as rochas escuras mas também elas clareavam até ficarem
brancas e então já não havia nem cor nem luz – Escuridão Absoluta...
apenas se ouvia o pingar das águas”. Foi deste sentir que a quadra nasceu.
Dimensões: 50x50
crochet
Pontos: pé-de-flor, recorte, nós, cadeia, picot
A água nasce da pedra
A pedra nasce do chão
Assim nasceu este amor
Dentro do meu curação
Bordadeira da reprodução: Conceição Pinheiro - Aliança Artesanal

Designação do Lenço: Lenço dos Biscainhos
Origem: Braga
História: é um desenho inspirado no lenço do Amor, mas que resultou
de um trabalho em grupo, numa oficina de bordados no âmbito de uma
exposição realizada em 1995, no Museu dos Biscainhos em Braga.
Dimensões: 50x50
crochet
Pontos: pé-de-flor, espinha-de-peixe, canutilho, recorte, nós, cadeia, picot
Amor
Juro serei Sempre tua
até morrer Garda bem
este lencinho Nele tens
o meu saber.
Bordadeira da reprodução: Alcina Fernandes - Aliança Artesanal


Designação do Lenço: Lenço do Luís Pontos: pé-de-flor, espinha-de-peixe, canutilho, recorte, cadeia, baínha
Origem: Vila Verde aberta, picot
Local onde foi encontrado: Vila Verde Transcrição das Escritas:
História: é um desenho inspirado nos lenços populares, mas que resultou de AMOR
uma composição feita pela Aliança Artesanal a pedido de um cliente. Bordadeira da reprodução: Alice Augusto - Aliança Artesanal
Dimensões: 50x50
crochet

Designação do Lenço: Lenço Teresa e Teófilo
Origem: Braga
Local onde foi encontrado: Parada
História: este lenço foi bordado em 1954, no Centro Rural de Parada,
para oferecer à família Esquível na comemoração dos seus 25 anos de
casados. Encontra-se em Braga na posse de um dos filhos do casal.
Dimensões: 50x50
Material Utilizado: pano de linho, linhas de bordar de cor vermelha
Exterior:
ESTE BORDADO TÃO SIMPLES
FEITO DE LINHA ENTRANÇADA
VEM AQUI REPRESENTAR
O CENTRO RURAL DE PARADA
Interior:
1929 1954
TERESA TEOFILO
Bordadeira: as alunas do Centro Rural de Parada – Obra das Mães

Designação do Lenço: Lenço Arcebispo Primaz
Origem: Vila Verde
História: A Santa Casa da Misericórdia de Vila Verde pediu à Aliança
Artesanal para bordar um lenço que comemorasse os 50 anos de
apostolado de Dom Eurico Nogueira. Inspirado nos lenços ricos de Vila
Verde, a Aliança Artesanal fez a composição do lenço usando 4 brasões
que simbolizavam:
- A igreja católica (arma de Fé Sua Santidade o Papa João Paulo II)
- A igreja católica ( arma de Fé de Dom Eurico Dias Nogueira, Arcebispo
Primaz)
- Concelho de Vila Verde
- Portugal
Para o centro do lenço destacou a fachada do Santuário do Alívio por ser
um monumento do concelho de Vila Verde.
Dimensões: 60x60
Pontos: cruz, recorte, cheio, ilhós
Interior:
Coimbra
Vila Cabral
Sá da Bandeira
Braga
Exterior:
22-12-1945 – 22-12-1995
Bordadeiras: Rosa Barbosa e Elvira de Oliveira - Aliança Artesanal

Designação do Lenço: Lenço das Estagiárias
Origem: Vila Verde
História: a composição deste lenço foi produzida por 4 estagiárias da
Escola Profissional Amar Terra Verde.
Dimensões: 50x50
crochet
Pontos: pé-de-flor, espinha-de-peixe, canutilho, recorte, cadeia, picot
Toma lá este lencinho
Das quatro estagiárias
São lindas como um raminho
No turismo são lendárias
Vila Verde
1996
J F
A M
Bordadeira da reprodução: Aurora Maia - Aliança Artesanal

Designação do Lenço: Lenço sem nome
Origem: Vila Verde
Local onde foi encontrado: Vila Verde – Aliança Artesanal
História: foi bordado no âmbito de uma encomenda. A cliente pediu
que fosse executado a partir dos desenhos tradicionais, personalizado,
para comemorar o nascimento de um filho. A Fátima (cliente) pediu à
Aliança Artesanal que na simbologia figurasse espigas de milho que
representassem o “Pão nosso de cada dia”.
Dimensões: 50x50
Material Utilizado: pano de linho, linhas de bordar de várias cores
Pontos: pé-de-flor, canutilho, nós, espinha-de-peixe, fantasia, cheio
C. A.
Amor
Bai
Feliz buando !
Nas asas dum passarinho
Dale um abraço e um
beijinho

Designação do Lenço: Lenço da Sãozinha
Origem: Vila Verde
História: é um desenho inspirado nos lenços populares, mas que resultou
de uma composição feita por um grupo folclórico da freguesia de Covas,
concelho de Vila Verde.
Dimensões: 50x50
crochet
Pontos: pé-de-flor, espinha-de-peixe, canutilho, recorte, cadeia, baínha
aberta, picot
Maria
Lembrança de Amor
Bordadeira da reprodução: Aurora Maia - Aliança Artesanal

Designação do Lenço: Lenço da PORTO 2001
Origem: Porto
História: é um desenho inspirado no lenço de Amor, mas que resultou de
um trabalho em grupo, numa oficina de bordados no Centro Regional de
Artes Tradicionais, no âmbito das exposições de Lenços de Namorados
na Capital Europeia da Cultura, PORTO 2001 integradas no Projecto
“Namorar a Cidade” financiado pelo ON Regional - Programa Operacional
do Norte, em 2001. O original foi oferecido à Sociedade PORTO 2001.
Dimensões: 50x50
crochet
Pontos: pé-de-flor, espinha-de-peixe, canutilho, recorte, nós, cadeia, baínha
aberta, picot
Quem me dera ser do Porto
Ou no Porto ter alguém
Só p’ra ter a liberdade
Que as moças do Porto têm
Bordadeira do original: Conceição Pinheiro - Aliança Artesanal


Designação do Lenço: Lenço do Dr. José Ribeiro Pinto nº4 Exterior:
Origem: Braga ESTE MOSTRA QUANTO PREZA
Local onde foi encontrado: Braga O MERITO QUE EM TI VEJO
História: lenço recente de família. DA QUE OFERECER TE NÃO POSSO
Dimensões: 45x45 PRENDA IGUAL A MEO DESEJO
Material Utilizado: pano de linho, linhas de bordar de cor preta Interior:
Pontos: pé-de-flor, nós, espinha-de-peixe, cheio, recorte Ano de 2000
Transcrição das Escritas: M.DIOGO
NÉ ZÉ
J. ADRIANO

Designação do Lenço: Lenço dos 20 anos
Origem: Vila Verde
Local onde foi encontrado: Vila Verde - Aliança Artesanal
História: este lenço foi criado pelas bordadeiras da Aliança Artesanal para
comemorar os 20 anos da constituição desta cooperativa.
Dimensões: 45x45
Pontos: Pé-de-flor, cheio, recorte, formiga, espinha, canutilho, fantasia, picot
Somos pedras vivas da Terra Verde,
deste Verde Minho.
Através dos tempos, temos vindo a crescer
no espaço e na tradição.
Procuramos,
Olhamos,
Guardamos,
Estudamos,
Crescemos,
Fazemos parte da terra,
do vento, das sementes
e das pedras que rolam nos ribeiros,
Somos o tear, a agulha e a linha
com que bordamos este Verde Minho.
Bordadeira: Alcina Fernandes - Aliança Artesanal

Designação do Lenço: Lenço de 2011 (Bordadeiras de Vila Verde)

Origem: Vila Verde
História: este lenço foi criado no âmbito de um workshop promovido pela
Aliança Artesanal no qual participaram várias bordadeiras do concelho
de Vila Verde e representantes de algumas associações. Foi bordado por
todas(os) as(os) participantes.
Dimensões: 47x47
Pontos: Pé-de-flor, cheio, recorte, ponto aberto, nosinhos, espinha, canutilho,
fantasia, crivo, picot
AMOR
Vila Verde encantadora
Tem no amor a tradição
Neste lenço foi bordada
A sua grande paixão
As bordadeiras de Vila Verde
O seu saber vêm mostrar
Dando balor ao amor
E convidar a namorar
O meu amor bai pró Brazil
Com esperança de boltar
Birá no mês de Febreiro
E em Vila Verde namorar
2011
Bordadeiras: Alice Augusto, Alcina Fernandes, Áurea Azevedo, Aurora Maia,
Camila Silva, Cristina Lopes, Glória Sousa, Gorete Barbosa, Júlia Cunha, Júlia
Fernandes, Luz Pinheiro, Manuela Sousa, Nélson Dias, Paula Isaías, Rosa
Maria e Vera Cancela

Designação do Lenço: Lenço das Bordadeiras 2013
Origem: Vila Verde
comemorar os 25 anos da constituição desta cooperativa. Mais tarde, este
lenço foi adaptado com uma quadra diferente para fins comerciais.
Dimensões: 45x45
Pontos: Pé-de-flor, cheio, cadeia, recorte, formiga, canutilho, fantasia, picot
Transcrição das Escritas (original):
As bordadeiras da
Aliança Artesanal O seu saber vêm
mostrar Dando valor ao amor E
convidar a namorar.
25 anos de A.m.o.R.
Vila Verde encantadora
tem no amor a tradição
neste lenço foi bordada
a sua grande paixão.
1988/2013
Bordadeiras: bordadeiras da Aliança Artesanal

Designação do Lenço: Lenço da Amizade (30 anos Aliança)
Origem: Vila Verde
comemorar os 30 anos da constituição desta cooperativa.
Dimensões: 45x45
Pontos: Pé-de-flor, cheio, cadeia, recorte, formiga, espinha, canutilho,
fantasia, picot
Um lencinho
bem bordado Com
tanta dedicação
Aquece a nossa alma
Toca-nos no coração
Uma mensagem
perfeita Repleta de
sentimento Para oferecer
a alguem E marcar
este momento
Bordadeira: Cristina Lopes - Aliança Artesanal

Designação do Lenço: Lenço do Lacinho
História: o desenho deste lenço foi entregue à Aliança Artesanal, sendo
depois adaptado pelas suas bordadeiras.
Dimensões: 45x45
Pontos: Pé-de-flor, cheio, recorte, formiga, espinha, cadeia, canutilho, picot
AMOR
O meu coração e o teu
Sempre juntos onde andar
Num á nada neste mundo
Que os possa separar
Por a mão na ponta esquerda
Não enche meu curação
Não me alembre que o tenho
Em pulos na tua mão.
Bordadeira: Aurora Maia - Aliança Artesanal

Designação do Lenço: Lenço da Agatha
Origem: Vila Verde
História: lenço criado pela estilista e aristocrata espanhola Agatha Ruiz
de La Prada, no âmbito da sua participação no Desfile de Criadores
Consagrados da Gala Namorar Portugal 2012.
Dimensões: 45x45
Material Utilizado: Pano de linho, linhas de bordar em tons de rosa e branco
e linhas de crochet
Pontos: Ponto de cruz, cadeia, canutilho, fantasia, ponto aberto, picot
LOVE
AGATHA RUIZ DE LA PRADA
Bordadeira: Alice Augusto - Aliança Artesanal

Designação do Lenço: Lenço da Luísa (sem imagem) Designação do Lenço: Carolina (sem imagem)
Origem: Vila Verde Origem: Vila Verde
Local onde foi encontrado: Vila Verde Local onde foi encontrado: Vila Verde
História: é um desenho inspirado nos lenços populares, mas que resultou História: foi feito pela Conceição para comemorar o nascimento do
de uma composição feita pela Aliança Artesanal em homenagem à seu primeiro neto. Inspirou-se nos tradicionais criando, no entanto, um
passagem desta senhora pela Aliança Artesanal. desenho novo.
Dimensões: 50x50 Dimensões: 50x50
Material Utilizado: pano de linho, linhas de bordar de várias cores e linha de Material Utilizado: pano de linho, linhas de bordar de várias cores
crochet Pontos: nó, recorte, pé-de-flor, ilhós, cheio, canutilho, cadeia, fantasia
Pontos: pé-de-flor, espinha-de-peixe, canutilho, recorte, cadeia, baínha Transcrição das Escritas:
aberta, picot Carolina
Transcrição das Escritas: 28 de Março 1996
Lembrança de Amizade
Luísa Oh que ser tão pequenino
Bordadeira do Original: Cristina Lopes - Aliança Artesanal Ó milagre de nascer
O mundo nesta netinha
P’ra renovar meu viver
Bordadeira: Gorete Barbosa – Aliança Artesanal

Designação do Lenço: Lenço das Cores ( sem imagem) Designação do Lenço: Lenço da Comunhão (sem imagem)
Origem: Vila Verde
Origem: Vila Verde
História: este lenço foi concebido, a partir do lenço das quadras, por uma Local onde foi encontrado: Vila Verde
esposa que o ofereceu ao marido nas bodas de prata. História: este lenço foi o primeiro de muitas solicitações. É curioso reparar
Dedicando-lhe umas quadras que substituíram as originais do lenço.
na transposição do tema do Amor para um acto religioso que simboliza a
Dimensões: 50x50
Material Utilizado: pano de linho, linhas de bordar de várias cores e linhas de confirmação da Fé e do Amor cristão.
crochet Dimensões: 30x30
Pontos: pé-de-flor, espinha-de-peixe, canutilho, recorte, cadeia, picot
Material Utilizado: pano de linho, linhas de bordar de cor branca
Com uma paleta na mão desenhamos um caminho… Pontos: pé-de-flor, espinha-de-peixe, canutilho, recorte, cadeia, picot

Desenhamos um caminho
Sem pretos nem castanhos Bordadeira: Alice Caldas - Aliança Artesanal
Com cores de sonhos abertos
Para aqueles que amamos
O verde, amarelo e laranja

Nas descobertas sagradas
Vividas na intimidade
E como tesouros guardados
Nas emoções o vermelho

Como a lava a borbulhar
Á espera de resolver
O complexo verbo amar
Conversas pintadas de azul

Dentro de nós construímos
Com o céu como cenário
Na vida que colorimos
Bordadeira: Cristina Lopes – Aliança Artesanal

Designação do Lenço: Lenço do Filipe (sem imagem) Designação do Lenço: Miniatura (sem imagem)
Origem: Vila Verde Origem: Vila Verde
Local onde foi encontrado: Vila Verde Local onde foi encontrado: Vila Verde
História: o desenho deste lenço foi criado pelo Filipe, uma criança que na História: a ideia de fazer a primeira miniatura, que equivale a um quarto
altura tinha 7 anos, num guardanapo de papel numa festa de casamento. do lenço, foi pedida à Aliança Artesanal por Paula Isaías para oferecer por
O guardanapo de papel tinha um pequeno desenho de flores em cada graça ao namorado no dia de S. Valentim.
canto. Filipe aproveitando esse desenho desenvolveu o risco do lenço, A Aliança Artesanal verificou que continuava a ser uma peça tradicional,
introduzindo corações, chaves e dizeres. Ofereceu à Conceição o desenho e que ia de encontro a um segmento de mercado com menor poder de
com todo o carinho e ternura próprios de uma criança daquela idade, compra. Começou a produzir-se miniaturas em grande escala. Hoje são
maravilhado pela história que lhe tinham contado sobre os lenços de produzidas por toda a Região por ser uma peça muito acessível.
namorados. Dimensões: 25x25
Dimensões: 50x50 Material Utilizado: pano de linho, linhas de bordar de várias cores e linhas de
Material Utilizado: pano de linho, linhas de bordar de várias cores crochet
Pontos: pé-de-flor, espinha-de-peixe, canutilho, cadeia Pontos: pé-de-flor, espinha-de-peixe, canutilho, recorte, cadeia, picot
Transcrição das Escritas: Transcrição das Escritas:
O Amor está lá Bai carta feliz buando
Sempre no caminho Nas asas dum passarinho
Do coração Cando bires meu amor
Bordadeira: Conceição Pinheiro - Aliança Artesanal Dá-lhe um abraço e um beijinho
Bordadeira: Conceição Pinheiro - Aliança Artesanal

Namorando os Lenços Pró meu velho companheiro

De vidas desencontradas
A Cooperativa Aliança Artesanal tem em registo muitos mais lenços
Ofereço-te este lençinho
contemporâneos, mas todos muito semelhantes aos que constam neste
Pelas lembranças guardadas
trabalho, uma vez que foram inspirados na simbologia tradicional. Muitos
deles apenas diferem na mensagem escrita.
Diz liberdade a sonhar
Passamos a transcrever algumas das quadras e mensagens que nos pedem
Justiça e igualdade com jeito
para bordar num lenço seleccionado entre as nossas reproduções.
Foi-se embora (nós a chorarmos)
E há tanto para ser feito
Vai lenço feliz buando
Diz ao mundo para ouvir
Foge foge e outros mundos
De Mulheres ele está farto
Desvendando ideias
E de sarilhos...Fugir
Luta tristeza e alegria
Com três filhos e muito mais
Comer bem é saudável
Engolir só com medida
Nós somos muito felizes…
Sempre segura e amável
Ninguém pode mais amar
A Luísa vai de partida
Da união nasceram dois filhos
Herança de Deus a prepeturar
De mães filhos e amores
Fala qual livro sagrado
A roda do nosso amor
Isabel, nosso consolo:
Já passa de um quarteirão
Ficas aqui mesmo ao meu lado.
Os filhos dão-nos calor
P’ra manter a união
Quarenta e um anos passaram
Desde aquele belo dia
Se a tua vida for lutar, Vence!
Muito mais vos desejamos
Se for amar, Ama
Com imensa alegria
Mas se a tua felicidade
Depender da nossa amizade
A Manelinha bai contente
Considera-te um pessoa Feliz!
De bestido e de raminho
Espera-a o noibo sorridente
Mas ó que lindo netinho
P’ra lhe dar um beijinho
Ó milagre de nascer
Dàs a Avó alegria
Dou este lençinho
De um novo Reviver
Ao pai do coração
Que me ajudou a sorrir
E sempre me deu a mão

Lenços votivos/casamento
Lenços que se usavam no dia de casamento como
complemento do fato da noiva; ou lenços que serviam
em dias de festas religiosas para cobrir o ombro do
rapaz que suportava o peso do andor ou, ainda, para
segurar a vara do pálio na procissão. Também as
raparigas os podiam usar nas procissões para envolver
as suas velas votivas. Em algumas localidades também
são conhecidos como Lenços de Empenho, porque,
como nestas alturas de festas era necessário ao
mordomo pedir muitos lenços por quem os possuísse,
eles adquiriram esta designação.

Designação do Lenço: Lenço das Rosetas
Origem: Braga
História: desconhecida. Encontra-se actualmente na posse do Dr. José
Ribeiro Pinto.
Dimensões: 75x75
Material Utilizado: pano de cambraia, linhas de bordar de cor vermelha e
Pontos: cruz, crochet, pregado à mão
LOGO ASSIM q OE TEBI
LOGO FIS TENSÃO AMARTE
NAMORTE MORRER COMTIGO
NABIDA NUNCA DEIXARTE

Designação do Lenço: Lenço do Pedido
Origem: Vila Verde
Local onde foi encontrado: Vilarinho – Vila Verde
História: desconhecida.
Lenço ricamente bordado, de uma delicadeza infinita. Inclui-se nos lenços
encontrados em casas senhoris, destaca-se pela técnica e perfeição com que
é bordado. Estes tipos de lenços eram usados, no “compasso” e por ocasião
da Páscoa.
Dimensões: 60x65
branca
Pontos: recorte, pé-de-flor, crivo, cheio e ilhós

Designação do Lenço: Lenço da Adelaide
Local onde foi encontrado: Gême – Quinta da Aldeia
História: desconhecida. Herança de Família.
Dimensões: 70x70
Material Utilizado: lenço da tropa em linho, linhas de bordar de cor
vermelha, azul e branca
AHORA VISTA DEVIDOA
MORARMOR NA AO Z ENCIATEMMAIS
(A hora vista devido amor
amor na ausência tem mais)

Designação do Lenço: Lenço de Tule (Rusga de S. Vicente)
Origem: Braga
História: cópia fiel de um lenço antigo, bordado por um elemento da
Rusga de S. Vicente - Braga.
Dimensões: 85x85
Material Utilizado: tule de algodão, linha de bordar de cor branca
Pontos: cadeia
Bordadeira: um elemento da Rusga de S. Vicente

Designação do Lenço: Lenço de Tule de Vila Verde
Origem: Vila Verde
Local onde foi encontrado: Centro de Educação Familiar de Vila Verde
História: foi bordado como véu de um fato regional de noiva.
Dimensões: 100x100
Material Utilizado: tule de algodão, linhas de bordar de cor branca
Pontos: ponto de alinhavo, fantasia, recorte
Bordadeira: Maria de Almeida

Designação do Lenço: Lenço de Casamento da Célia nº1
História: desconhecida. Encontrado na casa de um “cirurgião” de aldeia,
freguesia de Cibões, indivíduo que tratava doentes sem ter a licenciatura
em medicina. Era pago, geralmente, por produtos agrícolas e artesanais.
Poderá ter acontecido, eventualmente, que estes lenços tenham sido
oferecidos como forma de pagamento de algum serviço. Foram herdados
por Maria Cancela, mãe da Célia.
Dimensões: 70x70
Material Utilizado: pano de algodão, linhas de bordar de cor vermelha e azul
e linhas de crochet de cor branca, espiguilha
Pontos: cruz, baínha aberta simples, entremeios de crochet
ADEUS. j. ARDI.N . DE . FLORES.ADEUS.
ANOR. PERFEi.TO. MARi.A.DO A NTO.
qUANDO. EU. TE. PROCURA.
Sei.A. DENTRO. EM. MEU. Pei.TO.
MJB
(Adeus jardim das flores
adeus amor prefeito
Maria do A...nto
quando eu te procurar
seja dentro do meu peito)


Designação do Lenço: Lenço Sr. Santos Material Utilizado: pano de linho, linhas de bordar de cor preta, vermelha e
Origem: Vila Verde azul
Local onde foi encontrado: Barros – Vila Verde Pontos: cruz, recorte, cheios e ilhós
História: este lenço foi bordado pela mãe do Sr. Santos para o seu Transcrição das Escritas: não tem
próprio casamento. Bordadeira: mãe do Sr. Santos
Dimensões: 80x80

Designação do Lenço: Lenço do Casamento da Célia nº2
Poderá ter, eventualmente, acontecido que estes lenços tenham sido
Dimensões: 75x75
Material Utilizado: pano de linho, linhas de bordar de cor vermelha e azul,
espiguilha de cor branca
Pontos: cruz
ESTE AMOR.ADE ACABAR Q
UANDO ESTA ROMBA BOARI

Dimensões: 80x80
Material Utilizado: pano de linho, linhas de bordar de cor vermelha, azul e
branca
Pontos: cruz, recorte, ilhós
LUSIA RDIM DAS FLORES
ADEUS MEU AMUR PERFEITO
(Lusia jardim das flores
adeus meu amor perfeito)

Designação do Lenço: Lenço Maria Macedo
Local onde foi encontrado: Lisboa
História: foi deixado por herança, pelos pais de Maria Macedo.
Dimensões: 80x80
Material Utilizado: tule de algodão e fio de seda
Pontos: vários tipos de alinhavos

freguesia de Cibões, individuo que tratava doentes sem ter a licenciatura
Dimensões: 80x80
verde e linha de crochet de cor branca
Pontos: cuz, ponto de máquina, renda, entremeios, picot
N E S T E L E N Ç O SE O F R
E Ç E U M Si NSE R O CORAÇÃO
A M UN T O S q SE O F R E C E
M A S S i N C E R O S P OU COS S A O
(Neste lenço se oferece
um sincero coração
há muitos que se oferecem
mas sinceros poucos são)

Dimensões: 75x75
Material Utilizado: pano de cambraia de algodão, linhas de bordar de cor
vermelha, azul e branca
Pontos: crivo bordado, cruz
OR EIRME SO
DA IARA TI
(Indecifrável)

Marcadores
Registos onde os alunos das escolas primárias
aprendiam a fazer vários pontos e rendas.
Era utilizado como método pedagógico para
memorizar o abecedário em letra maiúscula e
minúscula, assim como os números e outros
símbolos. É de referir que muitos destes símbolos
aparecem nos lenços de namorados.
A maior parte utiliza como pontos o ponto de cruz,
mas encontram-se muitos com outros pontos.

Designação do Marcador: Marcador da D. Amélia Ramalho Santos Cunha
Origem: Brasil
História: foi bordado pela Amélia Cunha, em 1 de setembro de 1888.
Esta senhora era natural de Manaus – Brasil (origem portuguesa). Tendo
vivido em Portugal a partir de 1900. Faleceu em 1938. O Sr. José Barbosa
recebeu-o em herança familiar.
Dimensões: 50x50
Material Utilizado: pano de algodão, linhas de bordar de cor vermelha
Pontos: cruz
Bordadeira: Amélia Ramalho Santos Silva

Designação do Marcador: Marcador da Conceição
Origem: Valongo - Porto
História: bordado pela Conceição na Escola Primária em 1944.
Dimensões: 30x50
Material Utilizado: pano quadrilé de algodão, linhas de bordar de cor azul,
amarela e vermelha e linhas de crochet de cor branca.
Pontos: cruz, picots vários
Bordadeira: Conceição Pinheiro

Designação do Marcador: Marcador Rio Caldo
História: desconhecida. Pertence ao Dr. José Ribeiro Pinto.
Dimensões: 30x50
Material Utilizado: pano de algodão, linhas de bordar de cor vermelha.
Pontos: cruz


NAMORAR PORTUGAL,
A REINTERPRETAÇÃO DA SIMBOLOGIA DO LENÇO
A tradição dos Lenços de Namorados perde-se, em Vila Verde, na bruma dos tempos,
encontrando as suas raízes na mais ancestral e genuína cultura popular de um território
que, em boa parte, ainda mantém profundos e muito perenes traços identitários
de uma marcante ruralidade. Traços esses, característicos da história e da memória
de uma comunidade, que pelo seu carácter único e autêntico dotam o território de
especificidade própria, acrescentam-lhe valor e posicionam-no perante outros.
Este legado, bem atentos a sua importância histórica e sociocultural e o valor que a
revitalização do mesmo acrescenta à economia familiar, no meio rural, assim como as
janelas de oportunidade que abre à criatividade e ao engenho de muitas pessoas com
imenso talento, suscita, desde há vários anos a esta parte, o nosso interesse e a nossa
firme determinação em manter esta tradição bem viva.
O incansável labor da Aliança Artesanal, a afirmação e o crescimento sustentado

da marca Namorar Portugal, alicerçados na criação e dinamização do Centro de
Dinamização Artesanal/Aliança Artesanal e do Espaço Namorar Portugal, no apoio
ao empreendedorismo em torno dos motivos dos Lenços de Namorados e num
conjunto de iniciativas de divulgação e promoção, às escalas nacional e internacional,
são paradigmáticos do alcance e dos bons frutos que a estratégia integrada de
valorização deste património imaterial está a dar, em Vila Verde. Empresários de
variadíssimos ramos de atividade, artistas e artesãos com um talento incrível continuam
a criar verdadeiras obras de arte inspiradas nos motivos dos Lenços de Namorados,
concedendo uma impensável notoriedade a esta tradição.
O notável trabalho desenvolvido pela Cooperativa Aliança Artesanal, há mais de três

décadas, de preservação e projeção do artesanato e especialmente dos Lenços de
Namorados é credor da mais viva admiração de todos nós e constitui um exemplo de
dedicação ímpar a uma singela, mas, ao mesmo tempo, muito significativa e impactante
tradição com profundas raízes na nossa cultura e que hoje se abre ao mundo. Uma
admiração pautada por um forte sentimento de pertença partilhado pela comunidade
local, que se enche de orgulho e admiração pela forma como este legado cultural se
tornou conhecido em todo o país.
Os Lenços de Namorados e toda a simbologia associada, têm conferido uma maior

notoriedade e reconhecimento ao concelho de Vila Verde, contribuindo para a sua
afirmação enquanto destino de “emoções”, sustentado em elementos distintivos como
o “amor”, o “namoro”, o “romance”. Graças a este símbolo do Artesanato Nacional e ex-
libris de Vila Verde tem sido possível posicionar o território enquanto terra dos “Lenços de
Namorados”, atraindo visitantes que pretendem partilhar da sabedoria das bordadeiras
da Aliança Artesanal e vivenciar experiências ímpares no destino “onde o amor acontece”.
Júlia Fernandes [Vereadora da Educação, Cultura e Ação Social]

155
escritas de amor
GALA NAMORAR PORTUGAL
A interpretação da simbologia dos Lenços de

Namorados pelo design e pela moda - Concurso
Internacional de Criadores de Moda e desfile de
criações de estilistas consagrados.
Evento classificado pelo Turismo de Portugal, IP
enquanto “Evento de Interesse para o Turismo”.


157
escritas de amor
PRODUTOS NAMORAR PORTUGAL
Uma expressão de criatividade e inovação enquanto motor para
a consolidação de parcerias sustentadas na marca Namorar
Portugal.
Para conhecer a coleção de produtos da marca, visite o espaço
Namorar Portugal.


Somos pedras vivas da Terra Verde, deste Verde Minho.
Através dos tempos, temos vindo a crescer
No espaço e na tradição
Procuramos,
Olhamos,
Guardamos
Estudamos,
Crescemos,
Fazemos parte da terra, do vento, das sementes e das pedras que rolam nos
ribeiros.
Somos o tear, a agulha e a linha com que
Bordamos este Verde Minho
Aliança Artesanal – Cooperativa de Interesse Público de
Responsabilidade Limitada
Av. Dr. Bernardo Brito Ferreira
4730-716 Vila Verde
Tel. 253 322 462
e-mail: aliancaartesanal@gmail.com
facebook: lencosnamorarportugal
www.namorarportugal.pt
facebook: NamorarPortugal


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Lenços de Namorados, Escritas de Amor

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lenços de namorados

aliança artesanal - vila verde

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Título: A todas aquelas pessoas que colaboraram com informações e

Autores: Aliança Artesanal

Edição digital: Município de Vila Verde

Fotografias: Egídio Santos, Aliança Artesanal, Adelino Silva, Terraimagem

Design gráfico da edição digital: Terraimagem, Lda

Tiragem: 2 000 exemplares

Copyright: © Município de Vila Verde

Ano da 1ª edição: 2002

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aliança artesanal - vila verde

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Nota à Edição Digital

Em 2021, o Município de Vila Verde entendeu avançar com a edição digital do

Vila Verde, abril de 2021

(Esta edição digital integra o projeto âncora PA4-Touring Cultural - Artes e

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Mário Vilhena da Cunha............................................................................................7

Maria Conceição Pinheiro Silva..............................................................................17

Lenços Ricos de Originais Desaparecidos ou Inacessíveis.................................80

Lenços Contemporâneos..................................................................................... 103

Lenços Votivos / Casamento............................................................................... 135

Namorar Portugal................................................................................................. 153

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1. INTRODUÇÃO 2. SÍNTESE EVOLUTIVA

Para que o trabalho realizado não quedasse por aí, tornava-se

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(Lisboa, 8 de dezembro de 2001)

Mário Vilhena da Cunha

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“Pode ser que Portugal seja o

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Testemunho Tudo que é nosso serve para nos fazer andar.

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Acreditamos que os lenços são um milagre da União. E a prova é que através

Tudo isto foi possível porque um grande grupo de voluntárias e de grande

Temos vaidade de ser as bordadeiras deste VERDE MINHO.

Nós, continuaremos a bordar, bordar, bordar...rolando nas pedras dos ribeiros,

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Designação do Lenço: Lenço de ponto de cruz às cores

Origem: Vila Verde

Material Utilizado: pano de algodão, linhas de bordar de várias cores

Pontos: cruz, bainha aberta simples, picot

Transcrição das Escritas:

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Designação do Lenço: Lenço das Sinco Xagas

Local onde foi encontrado: Vila Verde – Casa Vilhena da Cunha

Material Utilizado: pano de linho, linhas de cor vermelha, linha crochet de

Pontos: cruz, picot

Transcrição das Escritas:

Bordadeira da reprodução: Adosinda Gomes - Aliança Artesanal

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Designação do Lenço: Lenço dos Cestos

Origem: Vila Verde