Biologia
Cientistas identificam o coral mais largo da Grande Barreira de Corais, na Austrália
Saudável e resistente, Muga dhambi também é o sexto coral mais alto medido na Grande Barreira de Corais
1 min de leituraUm coral excepcionalmente largo foi identificado na Grande Barreira de Corais, na Austrália. A descoberta foi comunicada esta semana no Jornal Científico Scientific Reports, publicado pela Nature Research. A estrutura composta de pequenos animais marinhos e carbonato de cálcio é o coral mais largo e o sexto mais alto medido no ecossistema.
O coral foi descoberto por mergulhadores na costa de Goolboodi, que também é conhecida como Orpheus Island. A área faz parte da Palm Island, um grupo de 16 ilhas divididas entre o Condado de Hinchinbrook e o Condado Aborígine de Palm Island, em Queensland, Austrália.
Chamado de Muga dhambi (Grande coral) pelo povo Manbarra, os guardiões tradicionais das Ilhas Palm, o coral é, segundo Adam Smith, um dos autores do estudo, hemisférico, com 5,3 metros de altura e 10,4 metros de largura, o que o torna 2,4 metros mais largo do que o coral mais largo medido na Grande Barreira de Corais até então.
Usando cálculos baseados nas taxas de crescimento dos corais e nas temperaturas anuais da superfície do mar, os autores estimam que Muga dhambi tem entre 421 e 438 anos e é anterior à exploração e colonização europeia da Austrália. Uma revisão dos eventos ambientais que ocorreram neste período indica ainda que o coral pode ter sobrevivido a até 80 grandes ciclones, além de séculos de exposição a espécies invasoras, eventos de branqueamento de corais, marés baixas e à atividade humana.
Os pesquisadores relatam que 70% do Muga dhambi consiste em coral vivo. O restante está coberto pela “esponja verde chata” (Cliona viridis) e por algas turfosas e algas verdes. São dados que revelam um coral saudável e resistente, mas os autores recomendam o monitoramento e comentam que uma restauração pode ser necessária no futuro, para minimizar os impactos negativos potenciais das mudanças climáticas, declínio da qualidade da água, pesca predatória e desenvolvimento costeiro.