• Marília Marasciulo
Atualizado em
Guerrilheiros do grupo Viet Cong durante o conflito (Foto: Wikimedia Commons)

Guerrilheiros do grupo Viet Cong durante o conflito (Foto: Wikimedia Commons)

No auge da Guerra Fria, um grande conflito armado ocorreu na região do Vietnã, Laos e Camboja entre 1955 e 1975. De um lado, União Soviética, China e outras nações comunistas apoiavam o exército do Vietnã do Norte. De outro, Estados Unidos, Coreia do Sul, Austrália, Tailândia e outros países anti-comunistas apoiavam o Vietnã do Sul. Entenda o conflito:

Causas
As bases para o conflito foram lançadas uma década antes, quando o território que atualmente é o Vietnã declarou independência da França, que não reconheceu o ato. Iniciou-se a uma guerra pelo fim do domínio colonial francês na região, na chamada Primeira Guerra da Indochina. Em 1954, a Conferência de Genebra determinou a independência do Vietnã com dois governos distintos: o do norte, governado por Ho Chi Minh, com capital em Hanói e aliado à União Soviética; e o do sul, governado por Ngo Diem Dinh, com capital em Saigon e aliado aos Estados Unidos. Ambas as partes deveriam se unificar a partir do resultado das eleições a serem realizadas em 1956.

Golpe militar
Quando as eleições se aproximaram e tudo indicava que o governo comunista venceria, o primeiro-ministro da região sul, Ngo Dinh Diem, deu um golpe militar no país, apoiado pelos EUA. Começou uma guerra civil, ainda que sem uma declaração formal de início de um conflito. Os norte-americanos participavam fornecendo armas e conselheiros militares aos exércitos sul-vietnamitas, e os soviéticos faziam o mesmo com os norte-vietnamitas. Além do exército regular, o Vietnã no Norte também tinha grupos de guerrilheiros chamados vietcongues.

Vo Nguyen Giap, o líder militar que derrotou os Estados Unidos (Foto: Reprodução)

Vo Nguyen Giap, o líder militar que derrotou os Estados Unidos (Foto: Reprodução)

Entrada dos EUA
No dia 2 de novembro de 1963, o primeiro-ministro Diem foi assassinado. Coincidentemente, 20 dias depois, o então presidente norte-americano John F. Kennedy também foi morto. O presidente que assumiu o mandato, Lyndon Johnson, decidiu intervir diretamente no conflito no Vietnã, enviando soldados e armamentos — o Congresso dos EUA, que inicialmente hesitou em aprovar o envolvimento, foi pressionado após um incidente com um destróier norte-americano  no Golfo de Tonquim. Anos mais tarde, em 2005, documentos secretos revelaram que não houve ataque ao destróier e tudo se tratou de uma manobra da presidência para obter apoio da população para a entrada na guerra.

Ofensiva do Tet
Em 1965, a chegada dos soldados dos EUA à região marcou o início do período sangrento e amplamente noticiado da guerra que, aliás, é chamada de Guerra de Resistência contra a América pelos vietnamitas. Mas, embora tivesse armas poderosas e tecnologia avançada, o exército norte-americano não conseguia vencer a estratégia e experiência do exército norte-vietnamita.

Em 1968, o comandante militar vietnamita Vo Nguyen Giap arquitetou a Ofensiva do Tet, ataques simultâneos que culminaram com a tomada da embaixada dos EUA em Saigon. Ao mesmo tempo, a divulgação de que os norte-americanos usavam armas químicas, napalm e estavam provocando massacres indiscriminados de civis, provocou protestos nos EUA e no mundo pelo encerramento do conflito.

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Ataque dos Estados Unidos contra população civil do Vietnã (Foto: Wikimedia Commons)

Ataque dos Estados Unidos contra população civil do Vietnã (Foto: Wikimedia Commons)

Fim da guerra
Em 1973, o governo dos EUA aceitou o Acordo de Paris, que previa o cessar-fogo. Dois anos depois, houve a retirada total das tropas norte-americanas em em 1976, o Vietnã foi reunificado sob o regime comunista. O conflito deixou cerca de 2,5 milhões de mortos, entre civis e militares de todos os países envolvidos, além de pessoas mutiladas.

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