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Micoses de Pele: epidemiologia, fisiopatologia, diagnóstico e tratamento | Colunistas

Índice

Em primeiro lugar, faz-se necessário entender os fungos. Cerca de 250 mil espécies de fungos são estimadas, mas menos de 150 são vistos como patógenas aos seres humanos ¹.

Esses são seres eucariontes e têm a membrana celular composta por quitina.

Apresentam-se como leveduriformes ou filamentos, sendo em brotos e esporos respectivamente. Tais conhecimentos básicos auxiliam no diagnóstico e trato dos fungos.

Conceito de micoses de pele

  As micoses de pele são caracterizadas por infecções de origem fúngicas que se manifestam na camada superficial da pele, a epiderme. Porém, tais problemáticas podem atingir anexos cutâneos e também regiões de mucosa.

Vale ressaltar que em condições mais graves a derme e órgãos internos podem ser atingidos. Há notável frequência nas áreas tropicais, haja vista o ambiente favorável à vida fúngica fomentado pelo calor e umidade.

A utilização desmoderada de componentes antibacterianos, representados mais popularmente dentro da linha mercadológica por sabonetes, tratamento de câncer e a condição de  imunossupressão ampliam ainda mais as changes da instalação dessas micoses.

Imagem de micose no pé
Fonte: google imagens

Epidemiologia das micoses de pele

 Entende-se que uma margem de 10% a 15% da população humana possa ser infectada por dermatófitos ao longo da vida ²   e que as micoses estão presentes em mais de 300 milhões de pessoas no mundo³. 

Estudos de incidência de dermatofitose do Brasil nas Regiões Sul e Sudeste têm apontado T. rubrum, T. interdigitale e M.canis  como as três espécies de dermatófitos em destaque4.

Fisiopatologia

O desenvolvimento das micoses de pele está intrinsecamente relacionado aos hábitos de vida do indivíduo. A má higiene, por exemplo, propicia o desenvolvimeno fúngico pois favorece a colonização.

Além disso, as condições de imunidade tem papel vital para o sucesso do crescimento do fungo, dado que a lenta e baixa resposta dos mecanismos de defesa prejudicam o feedback do organismo ao agente infectante.

 As lesões surgem da presença do próprio fungo ou como uma resposta do sistema imune ao agente ou seus componente. Por outro lado, a transmissão pode ser realizada por contato direto ou indireto, como o compartilhamento de objetos pessoais contaminados no caso desse último.

Quadro clínico de micose de pele ( Pitiríase Versicolor)

Pitiríase Versicolor

Fonte: google imagens

A pitiríase versicolor, tinha versicolor, é uma micose superficial, gerada por leveduras do gênero Malassezia spp que ao produzirem ácido azeláico inibem a formação da melanina, grande resposável pela tonalidade da pele, de modo a promover manchas de coloração normalmente branca.

É uma dermatose comum no Amazonas, onde o clima e a umidade a maior parte do ano aumentam a sua frequência 5.  Ademais, a alta oliosidadeda pele também é um fator propiciador.

No geral, é uma doença assintomática que evolui para um quadro crônico quando não tratado adequadamente. Mostra-se descamativas, isoladas ou agrupadas. Normalmente surgem na parte superior dos braços, tronco, pescoço e rosto.

Também conhecida como micose de praia ou pano branco, ainda é alvo de grande estigma social

Diagnóstico de Pitiríase Versicolor

  Há inúmeras ferramentas de diagnóstico. A Lâmpada de Wood, também conhecida como “lâmpada de boate “, que graças à fluorescência amarelada identifica a área infectada.

No caso da Pitiríase Versicolor, a inspeção pode ser eficaz no diagnóstico, contudo  microscopia direta  feita com a coleta do material, como a pele, por meio de de uma cureta estéril ou lâmina de bisturi pode ser neccessária.

O material é colocado sobre lâmina de microscópio em diluição com KOH de 10% a 20% e em seguida passa por um ligeiro aquecimento. É importante potuar que a utilização substâncias na pele, como pomadas, atrapalham  a identificação do fungo.

Tratamento de Pitiríase Versicolor

Primeiramente, as ações de profilaxia devem ser levantadas.  A boa higiene acompanhada da atenção contra áreas umidas e não  arejadas, principalmente nas regiões de dobras, é fundamental A manutenção da imunidade por meio de hábios saudáveis, como a prática de exercícios, a boa alimentação e o cuidado com a saúde mental cooperam fortemente na luta contra as infecções fungícas.

O tratamento pode ser feito com uso tópico ou até mesmo por meio de comprimidos. No caso tópico, tem-se por exemplo cetoconazol a 2% e substâncias de origem imidazólica, como soluções hidroalcoólicas por um média de 15 dias.

Recomenda-se repetir o tratamento após dois meses para inibir a reagudização. Por outro lado, a medicação por via oral destaca o uso de cetoconazol 200 mg/dia por 10 dias.

Nos casos de reagudização da infecção ou da sua forma mais extensa, há a indicação de fluconazol 300 mg por 2 semanas ou itraconazol 100 mg com aplicações diáris duplas durante 5 a 7 dias. Para mais, cetoconazol 200 mg/dia durante 10 até 15 dias e itraconazol 100 mg, 2 vezes por 5 a 7 dias são fármacos indicados para a via oral.

Autor(a) : Débora Santiago – @debora.sgm


O texto é de total responsabilidade do autor e não representa a visão da sanar sobre o assunto.

Observação: material produzido durante vigência do Programa de colunistas Sanar junto com estudantes de medicina e ligas acadêmicas de todo Brasil. A iniciativa foi descontinuada em junho de 2022, mas a Sanar decidiu preservar todo o histórico e trabalho realizado por reconhecer o esforço empenhado pelos participantes e o valor do conteúdo produzido. Eventualmente, esses materiais podem passar por atualização.

Novidade: temos colunas sendo produzidas por Experts da Sanar, médicos conceituados em suas áreas de atuação e coordenadores da Sanar Pós.


Referências:

1. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Detecção e Identificação dos Fungos de Importância Médica Microsoft Word – Mod VII 2004.doc (anvisa.gov.br)

2.  Pellizzari, C. Alice,  Schwarbach, Ana Paula, Teixeira R. Ana Eliza,Vettorato Gerson,  Curcio C. Sergio Antonio. DERMATOFITOSES. MENINGIOMAS (bvsalud.org)

3.Doenças causadas por fungos: um problema brasileiro de saúde pública | CDTS (fiocruz.br). Acesso em 03/06/2021

4. Pellizzari, C. Alice,  Schwarbach Ana Paula, Teixeira R. Ana Eliza,Vettorato Gerson,  Curcio C. Sergio Antonio. DERMATOFITOSES. MENINGIOMAS (bvsalud.org)

5. de Morais  M, Cunha S Maria da Graça, Frota M Maria Zeli . “Aspectos clínicos de pacientes com pitiríase versicolor atendidos em um centro de referência em dermatologia tropical na cidade de Manaus (AM), Brasil” SciELO – Brasil – Aspectos clínicos de pacientes com pitiríase versicolor atendidos em um centro de referência em dermatologia tropical na cidade de Manaus (AM), Brasil Aspectos clínicos de pacientes com pitiríase versicolor atendidos em um centro de referência em dermatologia tropical na cidade de Manaus (AM), Brasil

6. AZULAY, Rubem David; AZULAY, David Rubem. Dermatologia. In: Dermatologia. 2006.


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