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Memória U.Porto

Antigos Estudantes Ilustres da Universidade do Porto

Graça Morais

Fotografia de Graça Morais Graça Morais
1948-
Pintora



Aldeia do Vieiro, FreixielMaria da Graça Pinto de Almeida Morais, filha de Jaime Morais e Alda Pinto, nasceu em 17 de Março de 1948, na aldeia de Vieiro, Freixiel, do concelho transmontano de Vila Flor.
No ano de 1955 entrou para a escola primária da sua aldeia. Começou a pintar objetos do seu quotidiano.
Entre 1957 e 1958 viveu em Moçambique, onde o seu pai lhe ofereceu a primeira caixa de aguarelas. No ano seguinte, regressada ao Nordeste transmontano, passou a frequentar o Colégio de Vila Flor. Em 1961, ingressou no Liceu de Bragança. No seu 5º ano (1963) pintou os cenários da representação teatral do Auto da Alma, de Gil Vicente. Momento importante: a partir daqui começaram a chamar-lhe pintora. No ano letivo seguinte, afirma ter vontade de seguir Belas-Artes. Integra o corpo redatorial do jornal escolar "Mensageiro de Bragança" e pinta os primeiros quadros a óleo.
Concluído o liceu, matriculou-se em 1966 no curso de Pintura da Escola Superior de Belas Artes do Porto. Entre os seus primeiros professores contavam-se Ângelo de Sousa, José Rodrigues e Tito Reboredo; porém, o ambiente da escola não a seduziu. Empenhada na sua formação, dedicou grande parte do tempo à leitura e à pintura.
Na disciplina artística de sua eleição, é influenciada, na fase de 1967-1970, pelos pintores Marc Chagall e Van Gogh. Em 1970 fez a sua primeira, e marcante viagem, ao estrangeiro. Visita Londres, Paris e Amesterdão, onde contacta com grandes mestres como Francis Bacon.
Em 1971, termina a licenciatura. Casa com o pintor Jaime Silva e dá aulas na Escola de Artes Decorativas de Soares dos Reis do Porto. Em 1972 troca a Invicta por Guimarães, onde ensina Educação Visual; desde então, participa em inúmeras exposições.
Em 1974, pinta muito no café, pois em casa não tinha condições para o fazer. A 19 de Abril nasce a sua filha Joana. O momento era de exaltação política. Vivia-se o 25 de Abril e a Democracia, a oportunidade por que esperaram, durante tantos anos, gerações de artistas e intelectuais que até então estavam impedidos de divulgar o fruto da sua criatividade. Em 1975, com oito artistas e um crítico de Arte (Albuquerque Mendes, Armando Azevedo, Carlos Carreiro, Dario Alves, Fernando Pinto Coelho, Gerardo Burmester, Jaime Silva, João Dixo e Pedro Rocha), Graça Morais funda o Grupo Puzzle, que viria a ser apresentado publicamente com o jantar/intervenção "Expectativa de nascimento de um Puzzle fisiológico-estético com pretensões a Grupo", na Galeria Alvarez II, em 1976.
No final da década de setenta, entre 1976 e 1978, vive em Paris como bolseira da Fundação Calouste Gulbenkian. Conhece Arroyo e Rancillac e estuda, em particular, a obra de Picasso, Matisse e Cézanne. E em 1978 expõe no Centro Cultural Português, de Paris.
Em 1979 regressa a Portugal. Fixa-se em Lisboa, onde lhe é difícil encontrar um local para trabalhar. Traz duas séries de desenhos de mulheres, às quais junta uma terceira.

Graça Morais junto a um autoretratoNo início dos anos oitenta expõe no Porto e em Lisboa. As formas e os materiais do Nordeste transmontano, ou seja, a expressão das suas raízes, são um alvo de uma intensa reflexão. Deixa Lisboa, em 1981, para viver e trabalhar na aldeia de Vieiro, onde permanece dois anos, embora continue a expor. Em 1982 realiza várias visitas (à Westkunst, em Colónia, à Documenta de Kassem, em Viena). Faz uma série de desenhos de cães.
Em 1983 está de novo na sua aldeia natal, até Junho. Dá início à relação profissional com o galerista Manuel de Brito. Nos anos seguintes, expõe em Lisboa, Bragança, Porto; no Brasil, em São Paulo e no Rio de Janeiro, onde em 1985 assiste, impressionada, ao desfile carnavalesco; em Madrid e Washington; ilustra livros e efetua o cartaz comemorativo dos vinte e cinco anos da Amnistia Internacional (1986).
A convite do Embaixador de Portugal, viaja até Cabo Verde, arquipélago que a atraiu e que visitou várias vezes entre 1988 e 1989 e onde fundou a primeira editora independente local (a Ilhéu Editora). Em 1989 mostra o produto da sua visita no Centro Cultural Português, na Cidade da Praia e no Mindelo.
No início dos anos noventa expõe trabalhos em Macau, continua a fazer ilustrações para livros e participa numa exposição sobre Arte nas várias embaixadas Ibero-americanas de Washington. Visita o Japão (1992), numa viagem do Centro Nacional de Cultura. O diário pintado dessa viagem foi publicado em 1993, com textos de Jorge Borges e Alberto Vaz da Silva.

Uma Pietá, Graça Morais, 2007Além de ser autora de uma premiada obra pictórica, alvo de documentários e tema de livros monográficos, exposta regularmente, a título individual ou coletivo, em Portugal e no estrangeiro, e homenageada com mostras antológicas (Guimarães, 1993, Lisboa e Porto em 1997 e Aveiro em 2003), produz também tapeçarias executadas pela Manufatura de Tapeçarias de Portalegre (que se encontram nos espólios da Assembleia da República, da Câmara Municipal, da Universidade Técnica, do Montepio Geral e da Fundação Mário Soares, em Lisboa, e em coleções particulares), painéis de azulejo (no Edifício sede da Caixa Geral de Depósitos, de Lisboa; na Estação de comboios do Fogueteiro, no Seixal; no Mercado Municipal de Bragança; na Biblioteca Municipal de Carrazeda de Ansiães; na Caixa de Crédito Agrícola e no Teatro Municipal de Bragança; na estação de Bielo-Rússia do Metropolitano de Moscovo, no Centro de Astro Física e Planetário do Porto e ainda no Viaduto de Rinchoa/Rio de Mouro e na Central Hidroelétrica de Vilar de Frades, Vieira do Minho), cenografias (para a peça Os Biombos, de Jean Genet, no Teatro Experimental com encenação de Carlos Avillez, cenografia e figurinos de "Ricardo III", de Shakespeare, no Teatro Nacional D. Maria II, igualmente com encenação de Carlos Avilez) e ainda ilustrações para poetas e escritores como Manuel António Pina, José Saramago, António Alçada Baptista, Pedro Tamen, Nuno Júdice, Clara Pinto Correia, José Fernandes Fafe, Sophia de Mello Breyner Andresen e António Osório.
Reside e trabalha entre a cidade de Lisboa e a aldeia do Vieiro, com o companheiro, o guitarrista Pedro Caldeira Cabral, e diz ter muita dificuldade em separar-se da sua obra, sendo, por isso, provavelmente, a maior colecionadora dos seus quadros.
(Universidade Digital / Gestão de Informação, 2008)

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