Litosfera

Relevo

Litosfera é a parte exterior sólida da Terra, formada pela crosta terrestre e pela parte superior do manto, chamada de astenosfera.

A parte exterior da litosfera é a crosta terrestre, que se divide em crosta continental, a parte sólida, rochosa e crosta oceânica, sob a parte líquida.

Nós vivemos nesta parte, na crosta terrestre. É nela que andamos, plantamos, extraímos as pedras e até nadamos, pois a crosta terrestre é dividida em terra e água. A crosta terrestre é dividida em crosta continental e crosta oceânica.

Sobre a crosta continental estão as rochas e solo, que são rochas em decomposição, comumente chamada de litosfera (lito=pedra+esfera = esfera de pedra) e, sobre a crosta oceânica estão os oceanos, chamada de hidrosfera.

Corte da camada chamada litosfera

Pay attention

Não confundir crosta terrestre com litosfera. Crosta terrestre faz parte da divisão das camadas da litosfera e litosfera faz parte da divisão das camadas da Terra. Porém, como já dissemos, litosfera também pode se referir à camada de pedra da litosfera, a crosta continental. É preciso distinguir uma situação da outra.

Para conhecer a litosfera é preciso conhecer a crosta terrestre e sua divisão, crosta continental e crosta oceânica.

Crosta continental

A crosta continental é formada pelas rochas e pelo solo. O solo é o que costumamos chamar de terra, é a rocha em decomposição, é onde plantamos. As rochas são o que costumamos chamar de pedra, são a parte dura e compacta, que se distingue do solo por não se desagregar quando agitado dentro da água. É delas que se forma o solo (a terra), as rochas se decompõem e formam o solo. A espessura da crosta continental pode ultrapassar os 70 quilômetros.

Veja na figura abaixo o que é solo e o que é rocha.

Rochas e solo

Vamos estudar as rochas, o solo e as formas do relevo da crosta continental

O que é rocha?

Popularmente, uma rocha é uma pedra muito dura e sólida, mas para os geólogos (quem estuda a origem, a formação e as transformações da terra) é um sólido endurecido durante milhões de anos e formado por um ou vários minerais.

Quando são formadas por um mineral se chamam rochas simples, como o mármore e as formadas por mais de um mineral se chamam rochas compostas, como o granito.

As rochas variam de tipo, de acordo com o tempo que levaram para ser endurecidas e do processo deste endurecimento. Existem três tipos de rocha: rochas ígneas ou magmáticas, rochas sedimentares e rochas metamórficas.

Para isto é bom saber que o interior da Terra é formado, basicamente de níquel e ferro, por isso é chamado de nife, e, o manto é formado de ferro e magnésio e rico em enxofre, cristais e bolhas de gás, chamado de magma.

As rochas ígneas ou magmáticas, como o nome diz, são formadas pelo magma resfriado e endurecido. São o granito, o basalto, o diorito e o andesito. São as mais antigas e por isso mais duras. São também denominadas de cristalinas porque os minerais que as formaram foram cristalizados pelo tempo e a pressão.

As rochas sedimentares, como o nome diz, são formadas pelo acúmulo de sedimentos (resíduos) de outros tipos de rocha, depositados no fundo mar ou espalhadas pelo vento. São a areia, a argila, o sal-gema e o calcário. São menos duras que as rochas ígneas, porque são mais recentes que as outras.

As rochas metamórficas, também como o nome diz, são rochas que sofreram metamorfose (transformação) de outras rochas afetadas pela pressão e temperatura. São o gnaisse, metamorfose do granito, ardósia, transformada da argila e o mármore, formado do calcário. São rochas muito antigas.

Rochas magmáticas ou ígneas

As rochas magmáticas são formadas pelo magma resfriado e endurecido.

Mas o que é magma?

Abaixo da crosta terrestre, na parte inferior do manto, a temperatura é tão alta que tudo o que tem nele se dissolve formando uma substância pastosa chamada magma. As substâncias que formam o magma, como já vimos, são o ferro, o magnésio, sendo rico em enxofre, cristais e bolhas de gases.

Quando este magma sobe para o manto superior, que é mais frio, endurece e forma a rocha. O magma também pode ser endurecido na crosta terrestre, quando é expelido do manto superior por erupções vulcânicas.

Erupção vulcânica

No manto superior, onde está o magma, a temperatura é muito alta, mas algumas vezes aumenta ainda mais e o magma ferve tanto que precisa ser expelido. Ele encontra rachaduras por onde explode para fora do manto superior e cai em forma de lava, na crosta terrestre, endurecendo com o tempo e se transformando em rochas.

Partes de um vulcão

A lava expelida endurece e se transforma em rocha. O granito, aquela pedra bonita que tem na pia da sua cozinha, é uma rocha magmática. Esta rocha endurecida de lava de vulcão é chamada magmática vulcânica.

Então as rochas magmáticas são o magma resfriado e endurecido durante milênios. Este endurecimento lento pode formar grandes cristais, que podemos ver a olho nu. Estas rochas magmáticas com cristais são chamadas de rochas magmáticas cristalinas, e são as mais antigas da Terra.

Rochas sedimentares

As rochas sedimentares são formadas por sedimentos, substâncias depositadas pela ação da gravidade, na água, ou retiradas de rochas, pela ação do vento, no ar e depositadas na superfície da terra. São formadas no fundo dos oceanos e rios ou na superfície da terra.

As rochas sedimentares são interessantes porque podem ter desenhos de animais ou plantas como se fossem esculpidos dentro delas. Isto acontece porque os sedimentos cobrem estes animais ou plantas e eles ficam dentro da rocha quando o sedimento endurece, como na figura a baixo. São rochas sedimentares fossilizadas.

Rocha sedimentar fossilizada

Rochas metamórficas

As rochas metamórficas são formadas pela transformação (metamorfose) de outras rochas comprimidas pela pressão e pela temperatura. Podem ser formadas pelas rochas magmáticas e sedimentares misturadas no interior da Terra pelo calor interno, ou externamente, prensadas umas nas outras por outras rochas mais pesadas que elas.

Exemplo de rocha metamórfica

Estes três tipos de rochas são as que vemos, tocamos e usamos, porque estão na crosta terrestre, mas além destes tipos de rochas existe outro tipo que não se vê, mas se sente, são as rochas que formam as placas tectônicas e que nós já vimos no capítulo A Terra por dentro e por fora.

O solo

Além das rochas, a camada exterior é formada pelo solo, que como já vimos é rocha em decomposição.

O solo é o resultado da decomposição de rochas unida à ação de vários elementos, como água, clima, organismos vivos, relevo, tipo de rocha e o tempo de atuação desses fatores.

Ele é muito importante, pois é dele que vem todo o sustento dos seres vivos terrestres.

É um recurso natural “renovável” desde que se tenha certos cuidados no seu uso.

Os solos variam de tipo por causa da mistura de elementos que o formam.

O tipo de solo vai depender do tipo de rocha que o formou, da salinidade da água, do clima mais frio ou mais quente, dos seres vivos que morreram e se decompuseram e até do tempo que levou para se formar.

A decomposição das rochas dá origem aos componentes minerais. A incorporação e a decomposição de elementos orgânicos animais e vegetais (húmus), dão fertilidade ao solo.

São estas variedades de elementos que fazem um solo ser mais fértil que o outro. Solo fértil é aquele que faz a planta crescer mais e produzir mais.

Os solos variam de acordo com sua textura e cor e, esta variedade depende de sua composição.

Com relação à textura o solo pode ser de três tipos:

Arenoso – retém pouca água e nutrientes, pois possui grandes poros, facilitando o escoamento da água. É um solo pobre, pois a raiz das plantas não se firma na areia. Ele não retém água e como os minerais que alimentam o solo estão na água, ela não é alimentada. É por isso que os desertos não têm vegetação, seu solo é arenoso.

Terreno arenoso

Argiloso– o solo argiloso retém mais água e nutrientes, como os minerais cálcio, potássio, ferro. É um solo rico, onde a raiz das plantas de firma com segurança. Ele retém á agua, pois, sua textura é firme e como os nutrientes minerais estão na água as plantas crescem e produzem muito.

Solo argiloso

Orgânico – é composto de materiais orgânicos em decomposição, que se juntam ao solo, que pode ser arenoso ou argiloso. É o que popularmente se chama esterco. A matéria orgânica em decomposição alimenta o solo, melhorando sua produtividade. Se o solo for arenoso a matéria orgânica não vai melhorar muito, porque ela escorre no meio da areia, mas se o solo for argiloso, que já é rico, ele ficará mais rico.

Terreno orgânico

Com relação à cor o solo pode ser de três tipos:

Claro – indica a fraca presença ou ausência de materiais orgânicos. É a cor própria dos terrenos arenosos.

Avermelhado e amarelo – indicando forte presença de óxido de ferro, o que o torna muito rico. É a cor própria dos terrenos argilosos.

Escuro – indicando forte presença de materiais orgânicos, o que torna o solo argiloso mais rico.

Conhecida a estrutura geológica da primeira camada da Litosfera, vejamos como é a sua parte exterior, que chamamos de relevo.

Relevo

Relevo é o conjunto das diferenças de nível da superfície terrestre: montanhas, vales, planícies, depressões e da sua composição sólida e líquida, como vemos na figura abaixo.

Relevo

Nesta paisagem vemos que relevo é o conjunto de diferentes formas da litosfera.

Observe o rio. Ele está na parte mais baixa da figura.

Observe que a partir dele as terras vão aumentando de altura. É a esta diferença de altitudes e formas que chamamos de relevo.

A parte mais baixa de um relevo se chama depressão e pode ser absoluta e relativa.

Depressão absoluta
Depressão telativa
Vale
Planície
Planalto
Morro, colina, outeiro ou cerro
Monte
Chapada
Montanha
Serra
Cordilheira
Vulcão
Deserto
Nascente
Arroio
Corrego
Ribeirão
Rio
Igarapé
Lagoa
Lago
Queda d’água
Bacia hidrográfica
Laguna
Canal
Estreito
Baia
Golfo
Praia
Mar
Oceano
Ilha e arquipélago
Cabo, promontório e ponta
Península
Istmo
Continente

Crosta oceânica

A crosta oceânica forma com a crosta continental a crosta terrestre. Apesar de fazerem parte de uma mesma camada da Terra, elas têm diferenças na densidade, na composição e na espessura.

A composição da crosta oceânica é mais densa, porque é formada de basalto, que é um mineral pesado e conter muito ferro em sua composição, o que faz com que ela tenda a descer. Já a crosta continental é geralmente formada por granitos. Sua composição é quase toda de basalto, porque os minerais mais abundantes são o silicato e o magnésio e o basalto é formado de silicato e magnésio, por isso chamada de rocha sima (silicato=si + magnésio=ma).

A sua espessura é pequena em relação à da crosta continental, entre 5 e 8 km.

As crostas continental e oceânica se encontram de uma maneira irregular, às vezes vão interagindo gradativamente e outras vezes abruptamente.

Em um encontro gradativo a crosta continental vai diminuindo aos poucos, porque sobre ela vai sendo formada, aos poucos, a crosta oceânica, que neste ponto é chamada de margem continental.

Quando o encontro é abrupto a crosta continental termina de repente, pois a plataforma diminui de uma vez, como se fosse um imenso buraco.

Para entender isto veja a figura abaixo.

Tipos de encontro entre a crosta continental e a crosta oceânica

A margem continental é a parte da crosta oceânica mais próxima dos continentes, onde o mar é mais raso, formando as praias e, que vai se afastando rumo ao fundo. Ela é dividida em plataforma continental, vertente continental (talude) e rampa continental (sopé continental). A margem continental pode ser ativa ou passiva. É passiva quando não sofre a influência tectonismo, porque não está localizada sobre as bordas das placas tectônicas. O litoral leste da América do Sul é um exemplo disto, por esta razão não sofremos abalos sísmicos. É ativa quando está localizada sobre bordas de placas tectônicas, que se movimentam, por isso sofrem abalos sísmicos. Temos como exemplo, o litoral oeste das Américas.

A plataforma continental é a primeira parte da margem continental que existe em todo litoral de todo continente, que, suavemente vai entrando mar adentro até dar no talude continental. Geralmente tem uma extensão de 70 a 90 km e uma altura de até 200 m.

É na plataforma continental que se encontra a maioria dos peixes e, no seu subsolo o petróleo e os gases que estão submersos nas rochas.

Depois da plataforma continental temos a vertente continental, também chamada de talude, que é a inclinação abrupta da margem continental e, que continua a decair 1 metro de altura a cada 40 metros de extensão.

Depois dela vem a rama continental, também chamada de sopé continental, porque é como se fosse o sopé, a base, o fundo. Ali se encontram as regiões abissais, que são as regiões mais profundas do oceano, abaixo de 4.000 metros de profundidade até o leito oceânico.

Como na crosta continental, na crosta oceânica também tem relevo, que é a alteração das altitudes do fundo do mar, composto por cadeias de montanhas, fossas abissais, planaltos (Guyot), vulcões ativos, e colinas e planícies abissais.

A maior profundidade da crosta oceânica é a Fossa das Marianas, a 11.034 metros de profundidade.

Abaixo, figura de um relevo oceânico.

Relevo oceânico