Museu da Electricidade – a “fábrica” da Energia

É na zona de Belém em Lisboa que pode ser visitado o Museu da Electricidade, cuja importância nos remete para o passado e o futuro das Energias. Instalado na antiga Central Tejo, este museu foi aberto ao público em 1990. Esta Central Termoeléctrica forneceu electricidade à cidade de Lisboa durante décadas.

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O Museu da Electricidade situa-se à beira do Rio Tejo com o Padrão dos Descobrimentos à vista

O edifício, um dos mais belos exemplos da arquitectura industrial do século XX, começou a ser construído em 1908 tendo atravessado várias fases de ampliação ao longo do tempo. A sua construção em ferro e tijolo conjuga os estilos Clássico e Arte Nova.

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Vista lateral do belo edifício cuja arquitectura se destaca na paisagem

O aspecto cultural do Museu da Electricidade é de grande interesse uma vez que engloba a exposição permanente onde se explica o modo de funcionamento da Central com máquinas originais e o seu ambiente de trabalho. Há também uma grande diversidade de exposições temporárias e espaços didácticos e lúdicos sempre baseados no tema das Energias.

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Aspecto de uma das exposições temporárias
QUADRO
Obra em óleo sobre linho

No espaço exterior realizam-se espectáculos de teatro, concertos e outros eventos como é o caso do “Mês da Ciência” que tem lugar todos os anos no mês de Maio, com várias actividades associadas.

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A Praça do Carvão

A visita começa logo na Praça do Carvão onde se situa a entrada do museu. Era neste local que, a partir do Rio Tejo, se descarregava o carvão para alimentar as caldeiras.

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Silo e nora elevatória na Praça do Carvão
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Vagoneta onde eram transportadas as cinzas ao longo de carris até à Sala dos Cinzeiros. Em segundo plano está a escadaria de acesso à entrada do museu

Já no interior, começamos por aceder à Sala de Exposições Temporárias onde antigamente se localizavam as caldeiras de Baixa Pressão. Aqui ainda se podem observar as condutas de expansão do vapor.

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Exposição de fotos impressas em papel de jornal
FOTOFOTO
Outra forma de apresentação das fotos

De seguida passamos para a Sala das Caldeiras onde, de forma imponente, saltam à vista as caldeiras de Alta Pressão com 30 metros de altura e os seus painéis de controlo e respectivos circuitos associados.

CALD
Sala das caldeiras de Alta Pressão
MESA
Mesa de comando das caldeiras de Alta Pressão
TUBOS
Tudo aqui é em grande, até o mais “pequeno” parafuso

Uma das caldeiras foi recuperada de forma a proporcionar ao visitante o acesso ao seu interior para ver mais de perto os seus componentes (grelhas, queimadores, tubos, etc.). Também aqui nos começamos a aperceber das difíceis condições de trabalho que os operários tinham que suportar.

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A caldeira que está aberta à curiosidade dos visitantes
ENTRADA
Entrada para a caldeira
MONITOR
Aqui tudo tinha que ser monitorizado até ao mais pequeno pormenor
TAPETES
Tapete de grelhas e tubos

Descendo ao piso inferior encontramos a Sala dos Cinzeiros onde se recolhiam as cinzas do carvão e, mais uma vez, a representatividade das difíceis condições de trabalho está aqui bem patente! Os motores de ventilação, os tapetes rotativos e os trituradores das cinzas originavam muito calor e os trabalhadores respiravam uma boa parte do pó das cinzas que resultavam da queima do carvão! Estas cinzas eram depois transportadas em vagonetas para a Praça do Carvão e depois para os silos.

ESCADA
Escadaria de acesso à Sala dos Cinzeiros
CINZEIROS
Aspecto geral da Sala dos Cinzeiros com os carris por onde entravam e saíam as vagonetas
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Recriação do trabalho pesado que aqui decorria
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Fotos das diferentes tarefas que eram realizadas pelos operários

Na Sala da Água, os tubos pintados de várias cores nas paredes e no tecto identificam a passagem de vapor seco, vapor húmido, água, etc. O processo de tratamento de água para ser usada nas caldeiras passava por electrobombas, filtros, destiladores e depuradores que podemos observar e que datam dos anos 40 do século XX. A drenagem da água do Rio Tejo era a fonte fria essencial para o funcionamento da Central Termoeléctrica.

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Sala da Água
ALIM
Bombas centrífugas de água de alimentação das caldeiras
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Destiladores
PAINEL
Painel de instrumentação. Os registos com as condições dos vapores eram feitos durante as 24 horas do dia
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Tubos de drenagem da água do Rio Tejo, fonte fria essencial para o funcionamento da Central

Na Sala dos Condensadores estão estes aparelhos tão essenciais assim como os enormes disjuntores dos grupos geradores da central. Também se encontram nesta área do museu fotografias e audiovisuais de homenagem aos trabalhadores.

CONDENS
Condensadores
DISJ
Disjuntores

A Sala de Comando, onde se controlavam os geradores e a subestação de distribuição de electricidade pela rede eléctrica foi convertida em Sala de Experimentar. Aqui há vários espaços onde, adultos e crianças, podem fazer várias experiências e verificar o poder e a utilidade das energias renováveis e a energia produzida pela Central, numa perspectiva pedagógica.

INFRA
Nós na câmara de infravermelhos que identifica o calor irradiado por objectos ou pessoas
TESTES
Zona onde podemos testar o nível de aprendizagem adquirido durante a visita

Também não foram esquecidos os cientistas que contribuíram para os avanços associados à energia eléctrica, aos quais se dá o merecido destaque.

AUDIO
Sala multimédia
TRAB
Recriação de uma das funções dos trabalhadores que lidavam com o carvão
CARRO
Em 1975 circulava em Portugal o primeiro automóvel eléctrico

Na área de “Aprender Brincando” há vários jogos e módulos pedagógicos que proporcionam não só diversão, mas também aprendizagem.

SALAC
A sala onde se aprende a brincar
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Qual destas lâmpadas não acende?

O museu continua a reunir e recuperar peças vindas de outras instalações de todo o país. O Centro de Documentação do Museu da Electricidade tem cerca de 60 000 volumes de documentos, plantas, vídeos, livros e outros, desde o ano de 1848 até aos dias de hoje e cuja consulta é facultada para estudos.

BAIXA
Maquete da sala de Baixa Pressão

O Museu encontra-se aberto todos os dias entre as 11h e as 19h excepto à terça-feira, dia em que se encontra encerrado. O ingresso tem o custo de 5€/adultos e 2,50€/séniores e estudantes. A entrada é gratuita para o público em geral no 1º domingo de cada mês e também para crianças até aos 18 anos e desempregados.

LAMPADAS
Lâmpadas de vapor de mercúrio e de sódio e lâmpadas de incandescência

Este é mais um interessante museu em Portugal onde o conhecimento é transmitido de uma forma agradável e de fácil compreensão. Não deixe de visitar o Museu da Electricidade em Lisboa.

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A Ponte 25 de Abril sobre o Rio Tejo e o Cristo-Rei ao fundo

♥ Boa viagem ♥

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