Navio-Hospital Gil Eannes – um museu flutuante

A História de Portugal está intimamente ligada aos Descobrimentos Portugueses e este povo, grande amante do mar e da pesca, sempre dali retirou uma grande parte do seu sustento. A pesca do bacalhau era uma atividade económica de grande dimensão para os

portugueses. Para terem uma ideia, Portugal é o maior consumidor mundial de bacalhau salgado. Só na altura do Natal, à nossa mesa, consome-se uma média de 6 mil toneladas deste pescado.

No interior do navio, este quadro explica o modo de vida e reprodução do bacalhau (Gadus Morhua). Vive em cardumes nos mares do Hemisfério Norte. Aos 2 anos mede 40cm e com 7 anos atinge os 80cm de comprimento e 4 quilos de peso. Cada fêmea pode produzir até 9 milhões de ovos!
Dentro do navio é preciso subir e descer muitas escadas e com degraus muito estreitos. Por essa razão, esta visita não se aconselha a pessoas com dificuldades de locomoção

As embarcações pesqueiras partiam para a Terra Nova e Gronelândia e por lá ficavam durante cinco ou mais meses, isoladas naquelas águas frias do Hemisfério Norte onde o bacalhau vive em cardumes e se reproduz.

O Navio-Hospital Gil Eannes está na antiga doca comercial de Viana do Castelo
Plataforma de acesso ao navio-museu
Na proa do Gil Eannes, com vista para o extenso parque de estacionamento que existe junto ao navio
Vista do Monte de Santa Luzia e o Santuário do Sagrado Coração de Jesus, a partir do convés do navio-hospital

Era preciso apoiar aquela frota bacalhoeira em alto-mar e foi então que, em 1955, foi construído um navio-hospital batizado com o nome de Gil Eannes em homenagem ao navegador português do século XV que ficou famoso por ter dobrado o Cabo Bojador, feito que permitiu avançar com planos mais ambiciosos relativamente à conquista dos mares.

Local do início da visita no interior do Gil Eannes
Na ponte de comando
Cartas de navegação
Código Internacional de Sinais

A par da imprescindível assistência médica, o navio tinha outras funções associadas: apoiava a atividade piscatória na zona garantindo o abastecimento de mantimentos, material de pesca e combustível. Além disso, prestava importantes serviços como navio-correio, navio-rebocador e quebra-gelos.

Na sala multimédia podem ver-se filmes sobre a pesca do bacalhau e consultar informação sobre o navio e os seus Comandantes. Este espaço chama-se agora “Sala José Hermano Saraiva” em homenagem a essa figura ímpar da cultura portuguesa, que muito contribuiu para o processo de resgate e recuperação deste navio
Alguns objetos pessoais dos Comandantes
Sala de telegrafia sem fios

Em 1984 a sua missão terminou. Depois de quase ter sido vendido como sucata, várias instituições juntaram-se e, depois de reabilitado nos Estaleiros Navais de Viana do Castelo, o Navio-Museu Gil Eannes agora situado na antiga doca comercial, foi aberto ao público em 1998 assumindo assim o seu merecido lugar de destaque sendo um dos grandes atrativos para quem visita a bonita cidade de Viana do Castelo.

A Casa das Máquinas
Oficina principal
Casa do gerador de emergência: se a energia da Casa das Máquinas falhasse, este gerador a diesel entrava imediatamente em funcionamento
Paiol de material elétrico
A casa da caldeira

Durante a visita, que não se recomenda a pessoas com dificuldades de locomoção, podemos “navegar” pela Ponte de Comando, cozinha, padaria, lavandaria, casa das máquinas, camarotes das várias hierarquias, biblioteca, sala de exposições temporárias e loja de souvenirs entre outros.

Camarote do Capitão
A barbearia
Exemplos da loiça utilizada a bordo

No espaço hospitalar chamam a atenção o bloco operatório, o gabinete de radiologia, a sala de tratamentos, a farmácia, o consultório médico e enfermarias. O navio tem ainda espaços multimédia que promovem a Ciência e o Conhecimento do Mar.

O bloco operatório era, na época, um dos melhores do país
A farmácia
Consultório médico
Gabinete de radiologia
Uma das várias enfermarias a bordo: alguns pescadores “fingiam” estar doentes para poderem ir a bordo e assim usufruir de algum conforto (comer uma refeição melhor ou tomar um bom banho) que nunca lhes era negado
Sala de estar de doentes e convalescentes

Ao longo dos corredores do navio, alguns quadros informativos e fotos vão dando a conhecer ao visitante a História da embarcação e de como era difícil a sua missão e a atividade dos homens que apoiava.

As histórias que este navio vivenciou contam-se ao longo das suas paredes através de fotos e recortes de jornais
Casa das máquinas frigoríficas
Paiol de mantimentos
Na adega havia vinho, aguardente e até Vinho do Porto para ocasiões especiais

As visitas ao Navio-Hospital Gil Eannes decorrem todos os dias entre as 9h30 e as 19h. A entrada tem o preço de 4,50€ e é gratuita até aos 6 anos. Este diferente museu é uma opção de visita muito interessante tanto para adultos como para crianças e ainda lhe dá a possibilidade de olhar a cidade a partir de uma outra perspetiva. Não percam a oportunidade de conhecer este admirável museu flutuante!

O altar da Capela
Sala de exposições temporárias: na altura da nossa visita, o tema em causa eram as festas da Senhora da Agonia
Alguns dos artigos disponíveis na loja de souvenirs
“Qualquer um pode tomar o leme quando o mar está calmo”

♥ Boa viagem ♥

Deixe um comentário