Ambientalistas contra travessia rodoviária - TVI

Ambientalistas contra travessia rodoviária

  • Portugal Diário
  • 11 mar 2008, 13:33
LNEC não vai analisar hipótese Alverca-Alcochete

Quatro associações manifestaram-se contra a construção da terceira ponte sobre o Tejo

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Quatro associações ambientalistas manifestaram esta terça-feira a sua «oposição» à construção de uma terceira travessia rodoviária do Tejo em Lisboa, considerando-a «desnecessária, cara e com impactes ambientais excessivos», informa a Lusa.

Em comunicado divulgado esta segunda-feira, a Quercus, a Liga para a Protecção da Natureza (LPN), a Sociedade Portuguesa para o Estudo das Aves (SPEA) e o Grupo de Estudos de Ordenamento do Território e Ambiente (Geota) consideram que a terceira travessia não é um facto consumado, uma ideia que considera estar a ser promovida pela comunicação social «com a conivência do governo».

«Somos em princípio favoráveis à concretização de novas travessias ferroviárias, na medida do necessário, desde que com objectivos claros, optimizando as infraestruturas existentes e numa lógica de sistema integrado de transportes da Área Metropolitana», referem.

As associações opõem-se à construção «no futuro próximo» de uma terceira travessia rodoviária do Tejo em Lisboa, «em qualquer localização», uma vez que a consideram «desnecessária, cara, com impactes ambientais excessivos e mesmo contraproducente para a mobilidade» na Área Metropolitana de Lisboa (AML).

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«A construção de tal travessia seria um investimento avultado e com impactes gravosos, que tudo indica ter uma relação custo-benefício muito negativa. Além disso, tal decisão é ilegal, na ausência de uma avaliação de impactes» ambientais, acrescentam no comunicado.

Argumento a argumento, os ambientalistas desmontam as justificações do Governo sobre este investimento, dizendo que a travessia não serve para satisfazer a procura gerada pelo novo aeroporto de Alcochete, tendo em conta que a ponte Vasco da Gama «tem capacidade excedentária» que pode comportar esses novos movimentos.

«Embora o estudo do LNEC [Laboratório Nacional De Engenharia] comparando Ota e Alcochete dê como adquirida uma nova travessia rodoviária, não fundamenta de todo esta pretensão, já que não considerou nem o seu custo, nem o seu impacte no ambiente e ordenamento, nem o conjunto do sistema de transportes da AML. É portanto tendencioso e sem fundamento tentar justificar a nova travessia rodoviária com o aeroporto», defendem.
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