Museu do Vidro de Marinha Grande: inspiração para portugueses e brasileiros

Instalado no Palácio Stephens, edifício de inspiração neoclássica construído na segunda metade do século XVIII, o Museu do Vidro de Marinha Grande é um local para exposição e conservação dos aspectos artísticos e técnicos da indústria vidreira portuguesa, divulgando a história e a evolução do segmento no país.
O palácio no qual foi instalado era a residência do industrial inglês Guilherme Stephens, que, em 1769, obteve o Alvará Régio que reestabeleceu o funcionamento da Real Fábrica de Vidros da Marinha Grande. A criação do local, via decreto-lei, é de 1954, mas o Museu do Vidro só abriu as portas em 13 de dezembro de 1998, ano em que a cidade de Marinha Grande comemorou 250 anos de indústria vidreira.
Em outubro de 2009, um encontro entre empresários brasileiros e os curadores do Museu do Vidro resultou em uma parceria com a instituição portuguesa, de modo a criar, no Brasil, um local de exposição permanente e nos mesmos moldes do museu de Marinha Grande.

A iniciativa, promovida pela ANAVIDRO, teve seu lançamento oficial durante a festa da ANAVIDRO ES, que é presidida por um dos principais idealizadores do projeto, Ricardo Sardenberg Parajara.
Segundo o presidente do Conselho Deliberativo da ANAVIDRO, José Joaquim Miguel, a construção de um museu em solo brasileiro é um grande projeto, que deve receber o apoio de muitas empresas do ramo, principalmente se beneficiado pela Lei Rouanet, politica de incentivos fiscais que possibilita às empresas a possibilidade de aplicarem uma parte do imposto de renda em ações culturais.
“Esse museu, provavelmente sediado em São Paulo, resgatará a história do vidro – não existe nenhum local desse tipo no Brasil ou mesmo na América Latina”, esclarece Miguel.
O acervo do museu português, bastante visitado por estudantes, arquitetos e artistas plásticos, impressionou a comissão da ANAVIDRO. Os itens incluem peças de história antiga, maquinários, vidros de sopro, lapidações e outras.
O projeto contará com a colaboração da prefeitura de São Paulo, responsável por fornecer uma lista de imóveis que poderão ser oferecidos como sede. “Um museu nacional do vidro não será da ANAVIDRO ou de nenhuma associação. Será um patrimônio de todos”, comenta Miguel.
No momento, a entidade consulta o mercado para a arrecadação de equipamentos antigos, fotos históricas e outros materiais de exposição, a serem analisados por especialistas a cerca de valores históricos e documentais. Consultores também assessoram a ANAVIDRO a respeito da Lei Rouanet, enquanto os curadores do museu português já se pronunciaram favoráveis ao intercâmbio de peças em exposição.