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D. Januário Torgal Ferreira: "É uma lição para a igreja"

O Bispo das Forças Armadas, Januário Torgal Ferreira, disse hoje ter recebido com surpresa o anúncio da resignação do Papa Bento XVI devido à idade, considerando que foi "um gesto único" e de "muita coragem" e "uma lição" para a igreja.
11 de Fevereiro de 2013 às 12:43
D. Januário Torgal Ferreira, bispo das Forças Armadas
D. Januário Torgal Ferreira, bispo das Forças Armadas FOTO: João Santos

"Foi uma surpresa. Isto é um ato único na igreja, mas não é nada de anómalo. As últimas fotografias e imagens que vi do Papa já mostravam um Papa muito cansado", adiantou à agência Lusa o Bispo das Forças Armadas, comentando o anúncio hoje de Bento XVI de que vai resignar no próximo dia 28.

Na opinião de D. Januário Torgal Ferreira, na origem da resignação do Papa Bento XVI estará a idade (85 anos) e não uma razão "pesada do ponto de vista de saúde". "O Papa Bento XVI, como ser superior devotado e inteligente, concluiu que não deveria aos 85 anos - é uma lição para a Igreja - levar às costas uma carga e um cargo que exige agilidade, juventude e leveza de espirito", explicou.

De acordo com o Bispo das Forças Armadas, a Igreja, como instituição guiada por Deus, deve defender as pessoas a quem a saúde começa a faltar. No entender de Januário Torgal Ferreira, esta resignação "não é, nem poderia ser, uma tática de comodismo e de fuga e de medo, mas sim a mais alta responsabilidade que sempre" demonstrou ao longo da vida.

"A ausência de forças, o cansaço dos trabalhos e dos dias vai pesando e a própria pessoa mostra uma liberdade de espírito muito grande", observou, à Lusa.
Januário Torgal Ferreira lembrou o percurso de vida, o curriculum de Bento XVI, considerando que o Papa "é um maratonista".

O Bispo das Forças Armadas salientou que a resignação do Papa "não é uma fuga, nem uma cobardia, mas sim um misto de debilidade física e de sentido de alta responsabilidade".

Januário Torgal Ferreira frisou ainda que não se pode comparar os percursos do Papa João Paulo II, que apesar de doente permaneceu no cargo até morrer, e de Bento XVI.
"O Papa João Paulo II aguentou até ao fim muito doentinho, mas conforme conta o seu biógrafo e antigo secretário, no livro, o Papa confidenciou-lhe que, quando lhe faltasse a voz, fruto da doença de Parkinson que o impedisse de levar a sua missão até ao fim, mais valia morrer. A verdade é que morreu pouco tempo depois", relatou.

Na opinião de Januário Torgal Ferreira, Bento XVI resignou porque para estar naquele cargo "é preciso uma entrega e uma força mental que lhe vai faltando".

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