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Forte Príncipe da Beira: 241 anos de uma real história

O monumento histórico está localizado as margens direita do Rio Guaporé, na fronteira com a Bolívia, dentro das terras rondonienses

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Publicado: 01/08/2017 às 16h57min | Atualizado 01/08/2017 às 18h50min

De longe a edificação erguida no século XVIII, impressiona pela sua grandiosidade. São 241 anos de uma história real nesta parte do Brasil que tenta resistir ao tempo. O Real Forte do Príncipe da Beira, foi erguido por ordem da coroa portuguesa para proteger as terras que dariam origem ao Brasil das possíveis invasões espanholas no século XVIII.

É considerada a maior fortificação militar já elevada fora da Europa, pela coroa de Portugal.

Em 20 de junho de 1776, as bases do Real Forte do Príncipe da Beira recebiam a primeira pedra fundamental. A partir desta ação, começava a surgir a maior fortificação militar já elevada fora da Europa, pela coroa de Portugal.

Se do lado de fora a estrutura se mostra imponente, do lado interno o olhar do visitante amplia e aguça a curiosidade em torno da história, uma história que não cansa de contada.

O nome Real Forte do Príncipe da Beira é uma homenagem ao príncipe herdeiro de Portugal, Dom José de Bragança

O nome Real Forte do Príncipe da Beira é uma homenagem ao príncipe herdeiro de Portugal, Dom José de Bragança.

No século XV a coroa portuguesa, após assinar com a Espanha o Tratado de Tordesilhas, em 1494, precisava resguardar as suas divisas.

No firmamento as terras que ficava a oeste pertenciam a Espanha e a leste a Portugal, mas o convênio nunca foi respeitado pelos países, o que de fato só aconteceria após a assinatura do Tratado de Madrid.

O forte é um monumento em formato e plano quadrangular, uma muralha erguida em pedra de cantaria, mas para chegar nesse molde perfeito às pedras uma a uma talhadas, para isso entrava em cena a mão de obra escrava e indígena.

Os quatro baluartes fazem referência à, Santa Bárbara, Santo Antônio de Pádua, São José Avelino e Nossa Senhora da Conceição.

O último foi uma homenagem a primeira fortificação construída por Portugal as margens do Guaporé. Mas os combates entre os soldados portugueses e os jesuítas destruíram a fortaleza que ficava nessa localidade, o que dela restou as aguas do rio Guaporé terminou de acabar.

A construção segue normas da arquitetura militar da época, inspirada no sistema elaborado por Vauban, um arquiteto francês. O lado interno abrigava os quartéis da guarnição, o hospital, capela, o armazém, a casa do governador, a cisterna, e o paiol subterrâneo. As masmorras funcionavam bem na parte da entrada, e elas ainda existem.

Do lado esquerdo eram trancafiados os escravos rebeldes que recusavam a trabalhar, também existe onde ficou trancafiado por longos anos, um dos personagens mais celebres dessa epopeia, o Padre Pacheco.

Aos poucos o monumento vai se deteriorando pela ação do tempo

A prisão do Padre Pacheco segundo os relatos aconteceu porque o religioso já naquela época era contra o regime da escravidão e de tortura, adotado pelo rei de Portugal Dom João V. Não existe na história uma data que revele o período em que o sacerdote permaneceu encarcerado, o que se sabe é que da sua penúria ele jamais saiu vivo.

Nas paredes rabiscadas da masmorra os escritos feitos em latim ainda são uma prova da presença do Padre Pacheco, mas que pouco a pouco são destruídos pela ação do tempo.

Com a Proclamação da República toda a coroa foi obrigada a deixar o Brasil e o forte foi abandonado. No século XX durante uma viagem pelo Rio Guaporé, Cândido Mariano da Silva Rondon redescobre novamente a fortaleza, encoberta pela Floresta Amazônica.

O monumento foi construído no século XVIII



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