Rodrigo, a personagem de O Geniozinho, pertence a uma família da classe média, igual a tantas outras. Aplicado nos estudos, no computador, nos livros, diferente em tudo do irmão João que é um estróina e procura da vida a imediata realização pessoal. Rodrigo é por isso o orgulho da mãe, enquanto João colhe do pai uma cumplicidade que muitas vezes desespera a mãe. Mas no aniversário do avô, um misterioso artista que faz da música a razão do seu viver, Rodrigo senta-se ao piano e é de súbito tocado pela magia da infância, desses tempos felizes em que o avô lhe ensinou as primeiras notas musicais- A partir daí tudo vai mudar. Rodrigo reencontra-se consigo na plenitude de si mesmo...
Maria Teresa Maia Gonzalez nasceu em Coimbra, em 1958. É licenciada em Línguas e Literaturas Modernas – Variante de Estudos Franceses e Ingleses – pela Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa. Vive em Lisboa e tem como passatempo a pintura. Foi professora de Português, Inglês e Francês, no ensino particular e público, entre 1982 e 1997, em Alverca do Ribatejo, Manique e Lisboa. Muito cedo sentiu despertar o gosto pelas histórias ouvidas e lidas em família. Por volta dos nove anos, começou a sentir o gosto pela escrita, escrevendo poemas e histórias com regularidade. Iniciou a sua carreira na escrita em 1989, quando ainda era professora. Recebeu o Prémio Verbo-Semanário, juntamente com Maria do Rosário Pedreira, pelo livro O Clube das Chaves Entra em Ação, em 1989. Da sua obra constam sobretudo romances juvenis, sendo também da sua autoria histórias infantis, fábulas, poesia, contos, crónicas, ficção para adultos e uma coleção juvenil de peças de teatro. São temáticas recorrentes nos seus livros os direitos das crianças e dos adolescentes, a espiritualidade e os problemas da adolescência, nomeadamente, a solidão, as perdas, a depressão, os conflitos familiares, as dependências químicas, a violência em meio escolar, a violência doméstica, a sexualidade e a afetividade. Vê o livro destinado aos mais novos como veículo promotor dos valores humanos, sobretudo o respeito pelo indivíduo e pela natureza, a paz, a saúde, a harmoniosa convivência entre gerações e culturas diversas, e a espiritualidade.
Perdi a conta ao número de vezes que reli este livro na adolescência. Relendo-o anos mais tarde, consigo perceber o porquê de ter gostado tanto deste livro: é genuíno. Neste livro somos apresentados a Rodrigo, um adolescente absorvido pela sua necessidade de ser um aluno brilhante e distante das experiências normais da adolescência (que na sua perspetiva, o afastavam do seu promissor futuro). Ao longo do livro vamos vendo o desenvolvimento emocional de Rodrigo e acompanhando a sua descoberta da "vida real", fora dos livros. Interessante em qualquer idade.