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César das Neves: "Reformados e funcionários públicos controlam a política e a comunicação social"

Portugal está cheio de grupos instalados que nos impedem de crescer. Esses grupos que controlam a política e a comunicação social são os funcionários públicos e os reformados, considera o economista João César das Neves, em entrevista ao jornal i.

Marisa Cardoso / Sábado
Negócios 30 de Setembro de 2016 às 09:22

Apesar da brutal pressão da troika, os reformados e os funcionários públicos escaparam a cortes nos salários e pensões que eram justos e permitiriam ao País aliviar a sua dívida. Isto aconteceu porque estamos perante grupos instalados, que controlam a política e a comunicação social, impedindo Portugal de crescer.



A opinião é de João César das Neves, que esta sexta-feira concede uma longa entrevista ao jornal i, a propósito do seu novo livro sobre o papa Francisco e a economia, onde o economista sustenta que o papa está a ser apropriado pelos revolucionários que querem derrubar o capitalismo.

 

Depois deste livro, César das Neves já planeia outro, este mais futurologista sobre "o colapso que nos espera". Crítico do Governo actual – "que acelerou o colapso" -  César das Neves refere-se à função pública e aos reformados como uns dos grandes responsáveis pelos problemas das finanças públicas nacionais.

Salários e pensões deviam ter sido permanentemente cortados, como o Governo anterior chegou a querer, e só não o foram porque estamos perante poderosos grupos instalados.  

"Quando, em 2011, acordámos para a situação – e foi tarde – o que aconteceu foi que uma fata da sociedade que conseguiu capturar os media e a politica conseguiu, apesar da brutal pressão da troika, que tenham conseguido pagar menos que os outros", considera o economista para quem "temos um colapso a pouca distancia", e a culpa é desta "atitude de fingir e dar aos grupos instalados, como os reformados e funcionários públicos, que controlam a politica e a comunicação social".

 

César das Neves considera que o Papa Francisco está a ser apropriado pelos revolucionários que querem derrubar o capitalismo, e prova disso é que há grande convergência de mensagens entre papa e João Paulo II, que era acarinhado pela direita.

"O Papa João Paulo II é sistematicamente citado pelo Papa Francisco. Eles estão de acordo", diz, lamentando que as pessoas só ouçam o Papa Francisco dizer que o dinheiro é o esterco do Diabo", mas não ouçam tudo o resto que ele diz.

Quanto a si, o economista garante que não é neoliberal nem liberal. "Não sou neoliberal, não sou sequer liberal". (…) "O liberalismo é uma doutrina condenada pela igreja, e, nesse sentido, não sou liberal", afirma o professor universitário, que se situa "mais do lado da abertura de mercado". 

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