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Marta Rebelo: "Este PS precisa de definição. Precisa o País, precisamos todos"

"Novas gravatas para este PS" é o título do artigo de Marta Rebelo na Sábado, onde não poupa quase nenhum camarada. Mostrando-se desiludida, a ex-deputada socialista chama a Sócrates o "maior realizador e protagonista da era mediática da política nacional" e diz que José Seguro "não sabe escolher gravatas nem combinar-lhes as cores".

Marta Rebelo: "Este PS precisa de definição. Precisa o País, precisamos todos"
Ana Filipa Rego arego@negocios.pt 14 de Abril de 2011 às 13:36
"De gravata cor-de-rosa PS – fushia, em rigor cromático – polegar pronto a elevar o moral, teleponto de lente cristalina sem lugar a enganos mas engasgos de emoção, o líder pergunta se estão com ele. E em apoteose estão todos. Todos se convencem que dia 5 de Junho chegará a vitória. O FMI passa a ser sigla desconhecida e o PSD a besta, numa amnésia colectiva de euforia telegénica produzida pelo maior realizador e protagonista da era mediática da política nacional: José Sócrates, senhoras e senhores”.

É assim que a antiga deputada socialista começa por analisar, num artigo de opinião publicado na Sábado, o PS actual no pós-congresso de Matosinhos.

“Chegou, discursou, venceu? Não”, diz Marta Rebelo que considera mesmo que nada há a salvar, porque quem vencer as eleições ganha uma “carga de trabalhos” e a “gestão da bancarrota”. Mas “o poder é uma vertigem de loucura, vício e ilusão da possibilidade do salvamento constante”. Razão que levou, na sua opinião, a “uma euforia estudada” no congresso do PS.

Elogia o "eterno amado" António Costa" e Assis, "que não tem medo de levar tareia"

E é a partir daqui que ninguém escapa à implacável análise de Marta. Marta que está com Assis, que “perde, mas como provou em Felgueiras, não tem medo nenhum de levar tareia e tem tempo”, e com Costa, o “eterno amado” António Costa.

Escapam ainda à “razia”, Ferro Rodrigues, porque “é um homem bom e nestes anos chamou os bois pelos nomes”. Já Carlos César “é determinante”.

Erro pouco habitual do PS: Ana Gomes "enxotada" para a meia-noite

Sobre o congresso, depois da “euforia estudada” e com Edite Estrela a organizar o “peço a palavra”, o erro que o PS “não costuma fazer”: Ana Gomes “enxotada” para a meia-noite e mesmo com o pavilhão vazio teve quase “tanto palco” como Sócrates. Porquê? Porque as TV’s “só queriam uma voz dissonante”, responde Marta.

Analisado o congresso, interessa o futuro. O que fazia Sócrates em Matosinhos, “depois do adeus”? Para a socialista Sócrates “é dos que cai de pé. Não bebe cicuta, fareja-a à distância. Vai a eleições. Perde-as, mas por uma unha negra. E quero ver Cavaco a obrigá-lo a retirar-se para outras pistas de sky para possibilitar o bloco central de todos. O homem da esquerda moderna pode bem ganhá-las por uma unha negra, e o imbróglio não muda de figura. Mas muda a vida interna do PS”.

Sócrates "cai de pé" e José Seguro ganha "na surdina"

Mas quando cair, António José Seguro “será eleito, pois claro. Na surdina, nos bastidores, a fazer a sua cama com lençóis de algodão egípcio desde 2004, tecido pelos melhores artesões do aparelho socialista, não acredito que alguém vença Tozé. Tal como não lhe antevejo qualquer feito relevante. Não sabe escolher gravatas nem combinar-lhes as cores. Fala pouco, não vá comprometer-se”.

O “amante que anda com a caixa do solitário no bolso há anos, à espera do momento propício para fazer o pedido sem correr o risco da noiva dizer que não”, vai ganhar, mas a deputada pede:”encontrem-lhe lá o génio ou as ideias” referindo-se a Seguro.

E é sem receio do artigo que escreveu, certa “de que já todos recuperaram da embriaguez do fim-de-semana”, que assegura : avance quem for contra Seguro, regresso com o arsenal que aprendi a reunir com todos estes. Estarei com Costa sempre. Com Assis, se for ele a avançar”.
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