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Renúncia de Armando Vara no BCP não está ligada a processo Face Oculta

Um dos advogados de Armando Vara no processo Face Oculta disse à agência Lusa não existir qualquer ocorrência naquele processo que possa estar relacionada com a renúncia de Vara aos cargos que tinha no BCP.

Renúncia de Armando Vara no BCP não está ligada a processo Face Oculta
Lusa 04 de Julho de 2010 às 15:35
Um dos advogados de Armando Vara no processo Face Oculta disse à agência Lusa não existir qualquer ocorrência naquele processo que possa estar relacionada com a renúncia de Vara aos cargos que tinha no BCP.

“Não há nenhuma ocorrência no processo Face Oculta que possa ser ligada à decisão do dr. Armando Vara de renunciar ao seu cargo”, disse no sábado à noite Godinho de Matos, um dos dois advogados daquele ex-secretário de Estado e ex-ministro de governos socialistas no processo Face Oculta.

O BCP anunciou na sexta-feira, em comunicado enviado à Comissão de Mercado de Valores Mobiliários (CMVM), a renúncia de Armando Vara, arguido no processo Face Oculta, aos cargos de administrador e vice-presidente do conselho de administração executivo daquele banco.

Segundo o BCP, a renúncia surge em consequência do “imprevisto arrastamento do processo judicial” que "tornou inconveniente para o interesse social o prolongamento da actual situação da suspensão".

Em Novembro de 2009 e devido ao mesmo processo judicial Armando Vara tinha pedido a suspensão dos cargos a que agora renunciou.

Contactado pela agência Lusa, Armando Vara escusou-se a explicar os motivos da renúncia aos cargos, alegando tê-los explicado no sábado a um matutino nacional.

Instado pela Lusa a comentar a renúncia de Armando Vara àqueles cargos, o advogado Godinho de Matos recusou-se também a comentá-la, por considerar tratar-se de um “ato estritamente pessoal”.

“Em relação à renúncia dos cargos não me pronuncio porque isso é um ato estritamente pessoal e só se eu estivesse expressamente autorizado por ele é que me atrevia a dizer o que quer que fosse e só diria aquilo que ele me instruísse para dizer, portanto sobre isso eu não digo rigorosamente nada”, justificou o advogado.

Godinho de Matos disse ainda que até ao momento não sabe “rigorosamente nada” dos recursos interpostos em Novembro de 2009 para o Tribunal da Relação do Porto relativamente às medidas de coação decretadas a Armando Vara no âmbito do processo Face Oculta.

No mesmo comunicado enviado pelo BCP à CMVM, o banco acrescenta que Armando Vara renunciou às funções “com assunção de obrigação de não concorrência até à data do termo normal do mandato, tendo-lhe sido neste contexto reconhecido direito a receber quantia correspondente à que lhe seria devida até ao termo normal do mandato em curso”. O mandato terminava no final de 2010.

O processo Face Oculta foi desencadeado a 28 de Outubro de 2009 com uma operação homónima da PJ durante a qual foram efectuadas perto de 30 buscas domiciliárias e a postos de trabalho em vários pontos do país.

A operação decorreu no âmbito de uma investigação relacionada com alegados crimes económicos de um grupo empresarial de Ovar que integra a O2-Tratamento e Limpezas Ambientais, a que está ligado Manuel Godinho, que se encontra detido em prisão preventiva.

Dezoito pessoas foram constituídas arguidas no âmbito do processo, entre as quais José Penedos, ex-presidente da REN – Redes Eléctricas Nacionais, e o seu filho Paulo Penedos, advogado da empresa SCI-Sociedade Comercial e Industrial de Metalomecânica SA, propriedade de Manuel José Godinho.

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