Santa Catarina registrou, em média, nesta temporada de verão, 328 ocorrências por dia causadas por águas-vivas no Litoral. O número, contabilizado pelo Corpo de Bombeiros entre 17 de dezembro a 5 de janeiro, representa aumento de quase 350% na comparação com o mesmo período da temporada passada.

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Os dados deste ano contabilizam 16.765 banhistas que tiveram contato com animal, quase 13 mil registros a mais do que no verão de 2021/2022 — quando o Estado teve 3.779 ocorrências.

Segundo Alberto Lindner, professor responsável pelo laboratório de Biodiversidade Marinha da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), a situação acontece por três motivos: aumento de turistas nas praias catarinenses, aumento da temperatura da água do mar, e maior número de encalhe de caravelas, dado registrado nos últimos meses no Estado.

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As águas-vivas encalhadas no mar catarinense estão sendo encontradas desde o início da primavera, em setembro de 2022, situação que é natural para época do ano, conforme explica, e que pode ser registrada ainda até o fim do verão.

— A caravela é um organismo tropical e oceânico, ou seja, um animal de alto-mar e águas quentes. Vai chegando o verão, já na primavera, começamos a ter correntes e massas de água, especialmente os ventos, que sopram esses animais para o Sul do Brasil. Então, há mais registros de encalhes, principalmente da caravela-portuguesa. Já tínhamos registros maiores nos últimos dois verões — diz.

Conforme explica, o crescimento no número de ocorrências, apesar de alto, é dentro do esperado, e deve se repetir nas próximas temporadas devido ao aumento de temperatura no verão. Os ventos fortes, segundo Lindner, trazem para Santa Catarina milhares desses animais para a costa, o que também faz parte do registro maior de encalhes.

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Presença de medusa

Ainda de acordo com o especialista, a medusa (água-viva com formato semelhante ao de um guarda-chuva), da espécie Olindias sambaquiensis, foi registrada em praias do Sul do Estado — em Imbituba e Balneário Rincão. São elas as responsáveis pelas queimaduras.

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— A gente teve um surto delas [medusa] em 2010, associado a um aumento grande de temperatura no verão. O que está sendo observado agora, apesar de termos mais um mês e meio de verão ainda, é que estamos vivenciando algo parecido, tendo o aumento desses animais nas praias possivelmente associado à alta temperatura da água do mar — diz.

Entenda a diferença entre medusa e caravela

Conforme o laboratório de biodiversidade marinha, as caravelas não causam queimaduras de fato, mas envenenamento quando tocadas na pele humana — ocorrência considerada uma das mais graves causadas pelas espécies de águas-vivas. Os tentáculos possuem pequenas cápsulas que injetam o veneno.

Já as medusas são os animais que vivem embaixo da água e possuem forma de guarda-chuva. Elas possuem várias espécies, uma delas registrada no Sul de Santa Catarina, e causam as famosas queimaduras.

Veja os cuidados que devem ser tomados em casos de queimaduras de água-viva

  • Saia da água imediatamente, pois o envenenamento pode causar câimbras e há risco de afogamento
  • Lave o local com água do mar para retirar os restos de tentáculos
  • Lave com vinagre por alguns minutos para desativar o veneno
  • Ameniza a dor com a água do mar gelada ou gelo artificial envolto por panos

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O que não fazer ao encostar em uma água-viva

  • Não urine, nem use substâncias como álcool sobre a lesão
  • Não lave com água-doce, pois pode aumentar o envenenamento
  • Evite utilizar toalhas, areia ou outro material para retirar restos de tentáculos

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