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Crítica | Manda-Chuva – 1X01: Hawaii Here We Come

por Kevin Rick
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Manda Chuva
Bem-vindos ao Plano Piloto, coluna dedicada a abordar exclusivamente os pilotos de séries de TV.

Número de Temporadas: 1
Número de episódios: 30
Período de exibição: 27 de setembro de 1961 até 18 de abril de 1962
Há reboot?: Não.

Manda-Chuva é uma série interessante dentro do catálogo da Hanna-Barbera, afinal, por acompanhar a história de Manda-Chuva, um gato oportunista larápio, que está sempre procurando chances para enganar turistas e locais de NY, a animação ganha uma atmosfera mais adulta e sofisticada por causa das temáticas de marginalidade e antagonismo policial, além de propor uma certa crítica social à exclusão daqueles que vivem em meio a pobreza, utilizando os esquemas como um forma de escapismo da vida medíocre.

Claro que tal idealização da série é algo um tanto subjetivo e bastante disfarçado pela camada infantil, mas existe ali um teor extremamente maduro em evidência, corroborado pelo próprio estilo de animação ao proporcionar elementos mais realistas nos figurinos, ambientações e maneira de falar dos personagens, apesar de se tratar de gatos falantes vestidos. Mas é justamente a mescla de uma atmosfera mais “pé-no-chão” da série com a superficialidade fantástica que tornam Manda-Chuva especial, concebendo uma das criações mais abrangentes em termos de público da Hanna-Barbera, além de, claro, ser um total deleite assistir as peripécias criminosas de Manda-Chuva e sua gangue já no piloto.

De certa forma, Hawaii Here We Come,  assim como a série, destoa enormemente de um episódio introdutório comum dessas animações clássicas, pois nem sequer passa sua narrativa principal nos becos de NY que se tornaram lembrança dos fãs da série, mas nos levam para um navio com destino ao Havaí, após Batatinha, um dos membros do grupo chefiado pelo protagonista, ganhar a viagem. Obviamente que Manda-Chuva não deixaria a oportunidade passar, e decide aproveitar o prêmio do colega para entrar clandestinamente no navio, levando consigo o resto da gangue: Xuxu, Espeto, Bacana e Gênio. Novamente, o piloto não quer apresentar muitos conceitos ou ideias, mas sim jogar o espectador diretamente para as aventuras malandras dos gatunos, e isso dá um sentimento bacana de imersão, já que o roteiro trata tudo com muita normalidade e sofisticação.

Aliás, essa sutileza que digo da série é muito bem transposta no humor inteligente carregado de dinâmicas hilárias entre o elenco do episódio. Primeiro entre a própria gangue, mesmo que pouca mostrada no piloto, proporciona boas risadas com as personalidades unidimensionais dos gatos, um tanto estúpidos de diferentes maneiras, que casam muito bem com a estrela esperta do show, Manda-Chuva. E também o jogo antagônico entre o protagonista e o Guarda Belo, sempre desconfiado do trapaceiro, mas nutrindo sentimentos de amizade e cumplicidade para com a gangue, assim como deles com o oficial.

Manda-Chuva é uma série inteligente, madura e extremamente divertida sobre um líder astuto que rouba cada cena da animação com conversas charmosas, caráter malicioso e dúbio, e planos mirabolantes que parece fazer por pura diversão. Suas interações com os membros da gangue, assim como o Guarda Belo, tornam tudo mais aconchegante e cômico de assistir. Temos em mãos mais uma joia da Hanna-Barbera.

Manda-Chuva (Top Cat) – 1X01: Hawaii Here We Come – EUA, 27 de setembro de 1961
Criação: William Hanna, Joseph Barbera 
Direção: William Hanna, Joseph Barbera 
Roteiro: William Hanna, Joseph Barbera, Kin Platt
Elenco: Leo DeLyon, Maurice Gosfield, Allen Jenkins, Marvin Kaplan, Don Messick, Arnold Stang, John Stephenson
Duração: 25 min.

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