Navio Hospital Gil Eannes reabre para visitas até ao fim do mês

A intervenção que o navio museu está a sofrer atrasou-se, mas a Fundação Gil Eannes resolveu interrompê-la para que este espaço emblemático de Viana do Castelo possa ser visitado durante algumas semanas. A reabertura definitiva está prevista para depois de Setembro.

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O Gil Eannes foi resgatado da sucata em 1998 Paulo Ricca (arquivo)

Os trabalhos de adaptação do antigo navio-hospital Gil Eannes a Centro de Mar foram suspensos esta semana para permitir o acesso a este espaço museológico de “milhares de visitantes” que passam em Viana do Castelo nesta época do ano, disse hoje à Lusa o presidente da câmara local.

“Entendemos suspender esta fase final das obras abrindo o navio a visitas visto que as intervenções no interior estão praticamente concluídas. Podemos assim disponibilizar um ícone da pesca do bacalhau e da construção naval em Viana do Castelo para que possa ser visitado pelos milhares de visitantes que nesta altura acorrem à cidade”, sustentou José Maria Costa.

A transformação do navio em Centro de Mar, que terá um custo de 550 mil euros, arrancou em Abril passado e deveria ter terminado em Julho. Segundo o autarca e presidente da Fundação Gil Eannes, entidade  responsável pela reabilitação do navio e pela sua transformação em museu dedicado à pesca do bacalhau, “a chuva que tem caído este Verão atrasou os trabalhos finais de instalação de novos pavimentos exteriores”.

A embarcação, explicou, reabriu portas ao público nesta segunda-feira garantindo assim a principal fonte de receitas da fundação criada para gerir o navio-museu. De acordo com dados da autarquia, nos últimos três anos as visitas e a venda de artigos de merchandasing garantiram uma média de receitas de 62 mil euros.

O navio, que está atracado na antiga doca comercial de Viana do Castelo, volta a encerrar no final deste mês para que sejam retomados os trabalhos, prevendo-se a conclusão destes para finais de Setembro.

Nessa altura, e para assinalar a sua reabertura, será lançada uma publicação que retratará a história do navio bem como novos catálogos das exposições patentes nos espaços museológicos.

A actual intervenção no navio que, há 16 anos funciona como museu, incluiu a recuperação de camarotes e porões, permitindo “disponibilizar espaços que antes estavam fechados e que apresentam a história e ligação de Viana do Castelo ao mar e à pesca do bacalhau”.

Construído em 1955 nos Estaleiros Navais de Viana do Castelo para apoiar a frota bacalhoeira portuguesa na Terra Nova e Gronelândia, o Gil Eannes foi resgatado da sucata em 1998, quando se encontrava a apodrecer numa doca em Lisboa. A sua aquisição, por cerca de 250.000 euros, foi feita pela fundação com o dinheiro obtido através de uma campanha pública de angariação de fundos. 

Depois de ser recuperado e reconvertido em museu, com uma exposição sobre a pesca do bacalhau e com salas onde se podem observar equipamentos médicos do antigo navio hospital, espaços multimédia e outros pólos de interesse, o navio recebeu mais de 650 mil visitantes desde a sua abertura ao público. Entre 2003 e 2012 acolheu teambém uma pousada de juventude com 66 camas, que funcionava na zona das enfermarias.

Além do Centro de Mar e Centro Interpretativo Ambiental, o navio foi agora dotado de um percurso museológico e interpretativo sobre a cultura marítima de Viana do Castelo, e um Centro de Documentação Marítima.

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