Rendilheiras de Vila do Conde que entraram para Guiness recebem medalha de mérito

Peça que originou entrada no Guiness está exposta no Museu das Rendas de Bilros

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Adriano Miranda

A Câmara de Vila do Conde anunciou esta sexta-feira que vai homenagear o grupo de duas centenas de rendilheiras responsável pela maior Renda de Bilros do mundo, que em Agosto entrou para o livro de recordes do Guinness.

Às rendilheiras vai ser atribuída a medalha de mérito municipal, segundo o anúncio feito na sessão de apresentação da instalação permanente da peça em causa, que passa agora a estar no Museu das Rendas de Bilros, na cidade, num túnel com três toneladas de acrílico, deixando visíveis todos os ângulos da obra.

Para Elisa Ferraz, presidente da Câmara Municipal, foi "um momento emocionante" ver a instalação, sublinhando: "Encontramos uma maneira absolutamente extraordinária de expor próxima das pessoas, com esta dimensão e visibilidade". "Quando foi lançado o desafio, numa conversa informal, ninguém imaginava na história que esta renda teria no nosso concelho. É um elemento do nosso património e vai perpetuar o vosso trabalho", lembrou a autarca, revelando que ao lado da peça fica a imagem de todas as rendilheiras que participaram no projecto.

Elisa Ferraz revelou que as rendilheiras, de todas as idades, serão homenageadas com a Medalha de Mérito Municipal, que será atribuída no Dia da Cidade, a 24 de junho de 2016. "A medalha será simbolicamente entregue à Maria da Guia, coordenadora do projecto, mas virá depois para este espaço", acrescentou a autarca, lembrando que esta é uma homenagem "a todas estas mulheres que há tantos anos dedilhavam os seus bilros à porta de casa, fazendo da renda um modo de subsistência na sua economia familiar".

Maia Gomes, arquitecto que projectou a instalação, explicou que não foi tarefa fácil instalar a renda, com um tamanho considerável, optando por isso por criar uma galeria em acrílico para que esteja visível em todos os ângulos. "Foram as dimensões e características da peça que obrigaram a esta solução e quando a renda esteve exposta na Nau Quinhentista, vimos a distância que era preciso e pensei também no contacto pessoal com a renda, prevenindo a degradação. E a solução deriva daí, com todos os quadrados visíveis, que era imperativo", explicou.

Recorde-se que a peça mede 53 metros quadrados e foi feita com oito quilos de linha, exibindo um total de 437 quadrados de 30x30 centímetros, todos com cores e formas diferentes. Entrou para o livro de recordes mundiais a 2 de Agosto, Dia da Rendilheira.     

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