Sismo no Japão. Número de mortos sobe para 48 e socorristas travam "batalha contra o tempo"

por Carla Quirino - RTP
Edifício colapsou após o terremoto, em Wajima, centro do Japão Jiji Press - EPA

O último balanço do terramoto que abalou o Japão no primeiro dia do ano soma 48 vítimas mortais e pelo menos 14 feridos graves. O sismo danificou casas e provocou incêndios, causando destruição durante a noite. As autoridades concentram-se agora nos esforços de resgate de eventuais sobreviventes debaixo de escombros.

O Japão, desde segunda-feira, foi atingido por 155 terramotos, entre eles um abalo de magnitude 7,6 e outro acima de 6 na escala de Richter. Na última hora foi registado outro abalo de magnitude 5.

O número de vítimas do terramoto no centro do país aumentou para 48, reportou a Reuters, citando autoridades locais. Os feridos graves sobem para 14.
Mais de 32 mil famílias na região permanecem sem energia, de acordo com a agência France Presse, que cita o fornecedor de energia local. Várias estradas importantes foram fechadas em redor do epicentro e os serviços de comboio-bala de Tóquio também foram suspensos.O Met Office do Japão suspendeu todos os alertas e avisos de tsunami que haviam sido emitidos na segunda-feira.


Em Suzu, cidade costeira com pouco mais de cinco mil famílias perto do epicentro do terramoto, perto de mil casas podem ter ficaro destruídas, segundo o presidente da autarquia local, Masuhiro Izumiya.

Ainda de acordo com a Reuters, milhares de militares, bombeiros e polícias de todo o país foram destacados para a área mais atingida na península de Noto, na província de Ishikawa.

O aeroporto de Noto foi fechado devido aos danos na pista. Entre o terminal e as vias de acesso, mais de 500 pessoas ficaram presas no estacionamento, relatou a emissora pública NHK.


Cidade de Noto | Jiji Press - EPA

O primeiro-ministro do Japão, Fumio Kishida, disse que os terramotos causaram “danos extensos com inúmeras vítimas”.

Kishida acrescentou que, com o alerta de tsunami levantado, o Governo tentará estabelecer rotas marítimas para chegar a áreas isoladas no norte da península de Noto.

O chefe do Executivo japonês afirmou mesmo, durante uma reunião de emergência, que os socorristas estão numa "batalha contra o tempo" para resgatar eventuais sobreviventes dos escombros: "Temos de salvá-los o mais rapidamente possível, especialmente aqueles que estão debaixo de estruturas colapsadas".Os Estados Unidos já garantiram que estão prontos para fornecer qualquer assistência necessária ao Japão.

“Como aliados próximos, os Estados Unidos e o Japão partilham um profundo vínculo de amizade que une os nossos povos. Os nossos pensamentos estão com o povo japonês durante este momento difícil”, sublinhou o presidente dos EUA, Joe Biden.

Em resposta à gravidade da situação, o Imperador Naruhito cancelou a celebração do ano novo com o público no Palácio Imperial no dia 2 de janeiro de 2024, esta terça-feira.

Um habitante da cidade de Shika, Tsugumasa Mihara, de 73 anos, contou à AFP o momento em que a terra tremeu: “Foi um choque muito forte. Que forma terrível de começar o ano”.
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