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Rimas de Camões

Tempo de Antena Português

Mariana Marques nº14 10ºD


Introdução

• No âmbito do estudo das rimas de Camões, o meu


trabalho é sobre a análise do poema “Um mover
d’olhos, brando e piadoso”.
• Com a análise deste poema, tenho como objetivo
explicar o que o poeta pretendeu ao escrever o
soneto e quais os sentimentos e razões envolventes
nele.
Um mover d’ olhos, brando e piadoso
Um mover d’olhos, brando e piadoso,
sem ver de quê; um riso brando e honesto,
quási forçado; um doce e humilde gesto,
de qualquer alegria duvidoso;

um despejo quieto e vergonhoso;


um
~ repouso gravíssimo e modesto;
ua pura bondade, manifesto
indício da alma, limpo e gracioso;

um encolhido ousar; ua brandura;


um medo sem ter culpa; um ar sereno;
um longo e obediente sofrimento;

esta foi a celeste fermosura


da minha Circe, e o mágico veneno
Um mover d’olhos, brando e piadoso,
sem ver de quê; um riso brando e honesto,
quási forçado; um doce e humilde gesto,
de qualquer alegria duvidoso;

um despejo quieto e vergonhoso;


um repouso gravíssimo e modesto; É um soneto, por ser constituído por 2 quadras e 2
ua pura bondade, manifesto tercetos, sendo o último terceto considerado como “chave
de ouro”.
indício da alma, limpo e gracioso;
Insere-se na medida nova.

um encolhido ousar; ua brandura;


um medo sem ter culpa; um ar sereno;
um longo e obediente sofrimento;

esta foi a celeste fermosura


da minha Circe, e o mágico veneno
que pôde transformar meu pensamento.
• O soneto apresenta o retrato da mulher amada pelo sujeito poético, em que o mesmo acaba por
destacar mais os traços psicológicos.
• O conjunto de qualidades que lhe é atribuída tende a produzir uma imagem de perfeição e não
de individualização da mulher.
• Como as qualidades morais são as que se encontram em maior destaque, a beleza espiritual é o
que fascina mais o sujeito lírico.
• O retrato da amada mostra um ideal de beleza clássico, mais conhecido como à medida
petrarquista. Trata-se de um retrato idealizado, indefinível.
Um mover d’olhos, brando e piadoso,
sem ver de quê; um riso brando e honesto,
quási forçado; um doce e humilde gesto,
de qualquer alegria duvidoso; Na 1ª parte é a enumeração e o exaltamento das
características físicas e morais da amada, repetindo a
um despejo quieto e vergonhoso; mesma estrutura sintática (artigo indefinido + substantivo
um repouso gravíssimo e modesto;
+adjetivo).
Na 1ª quadra é referido os traços físicos da amada, como
ua pura bondade, manifesto os olhos, o sorriso e o rosto e, em seguida, a enumeração
indício da alma, limpo e gracioso; dos traços morais, como a honestidade, a brandura, a
bondade e a serenidade.
um encolhido ousar; ua brandura;
um medo sem ter culpa; um ar sereno;
um longo e obediente sofrimento; A 2ª parte é designada por “chave de ouro” que é a conclusão
do poema. E remete para a síntese dos atributos da mulher
esta foi a celeste fermosura amada e o efeito que ela provoca no sujeito poético.
A mulher amada é comparada a Circe (uma feiticeira
da minha Circe, e o mágico veneno
mitológica) que a partir do “mágico veneno”, tem o poder de
que pôde transformar meu pensamento. transformar o pensamento do sujeito poético.
• O sujeito poético está perdidamente apaixonado
pela mulher descrita, mas a emoção que sente não
é totalmente boa, pois a amada tem o poder de
transformar e perturbar o seu pensamento, “e o
mágico veneno / que pôde transformar meu
pensamento.”.
Um mover d’olhos, brando e piadoso,
sem ver de quê; um riso brando e honesto, Recursos expressivos:
quási forçado; um doce e humilde gesto, • Anáfora: ao longo do poema com a repetição do
de qualquer alegria duvidoso; artigo indefinido “um” que marca a passagem de
uma qualidade para a outra e que mostra a amada
como indefinível.
um despejo quieto e vergonhoso; • Adjetivação: ao longo de todo o soneto, com o
um repouso gravíssimo e modesto; exalte de toda a beleza da amada feita pelo sujeito
poético.
ua pura bondade, manifesto • Antítese: “um mover d’olhos, brando e piadoso,
indício da alma, limpo e gracioso; /sem ver de quê”; “celeste fermosura”; “mágico
veneno”. Confirmam os sentimentos contraditórios
provocados pelo amor.
um encolhido ousar; ua brandura; • “manifesto indício” e “encolhido ousar”, remetem
um medo sem ter culpa; um ar sereno; para o jogo feminino de sedução que tanto pode
um longo e obediente sofrimento; manifestar como esconder os seus sentimentos.
• Metáfora: salientam o quanto a amada consegue
“enfeitiçar” o poeta, e o poder que ela tem sobre
esta foi a celeste fermosura ele ao transformar-lhe o pensamento.
da minha Circe, e o mágico veneno
que pôde transformar meu pensamento.
Estrutura Formal
• O soneto é constituído por 2 quadras (cada uma com quatro versos) e por 2
tercetos (cada um com três versos), num total de 14 versos.
Um mover d’olhos, brando e piadoso, A
sem ver de quê; um riso brando e honesto, B Rima
quási forçado; um doce e humilde gesto, B
emparelhada Rima interpolada
de qualquer alegria duvidoso; A

um despejo quieto e vergonhoso; A


um repouso gravíssimo e modesto; B
ua pura bondade, manifesto B
indício da alma, limpo e gracioso; A

um encolhido ousar; ua brandura; C


um medo sem ter culpa; um ar sereno; D
um longo e obediente sofrimento; E

esta foi a celeste fermosura C


da minha Circe, e o mágico veneno D
que pôde transformar meu pensamento. E
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
Sem / ver / de / quê; um / ri/so / bran/do e / ho/nes/to
- Versos decassilábicos
• Na imagem está representada Circe, a feiticeira da
mitologia grega referida no poema.
• Esta imagem é sugestiva ao tema do poema, pois a
amada é comparada pelo sujeito poético a Circe, por a
partir do seu “mágico veneno” perturbar e transformar
o seu pensamento.
• É representado também a beleza indefinível da mulher
amada.
Conclusão

• Para concluir, espero ter cumprido o meu objetivo de


explicar aos meus colegas o assunto tratado no poema
referido e a apresentação da análise interna e externa.
• Foi um desafio fazer a análise sozinha de um poema de Luís
de Camões, visto que foi um dos mais reconhecidos poetas
portugueses de todos os tempos, não só por ter escrito “Os
Lusíadas”, mas também pelos seus poemas com as várias
temáticas, a mais conhecida que é o amor.
• Não é uma escrita que seja difícil de interpretar, mas é
preciso ter atenção nos pequenos detalhes que o poeta
utiliza, como os sentimentos contrários, o uso dos recursos
expressivos ou até a rima.

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