35 | eu já pedi desculpa

33 3 0
                                    

— Apanhei no flagra! Aiai esse Johnny!

— Mas você é um empata fodas mesmo! — Acabei soltando, olhando o japonês. — Eu juro que vou começar a interromper todos os seus momentos.

— Nem pense! — Agora foi Wong que falou. — Eu falei para ele estar calado, juro que um dia ele aprende!

— Hmhm, duvido!

— Duvide então! — Ela cruzou os braços, fazendo drama.

— E vou duvidar mesmo!

— E vou duvidar mesmo. — Imitou a minha voz, e isso me deixou com uma expressão séria.

— Eu não falo assim!

— Eu não falo assim. — Fez de novo, me fazendo revirar os olhos.

— Nossa, ficou muito igual! — Quase que eu tirei o meu ténis para jogar naquele japonês, mas a sorte dele era que eu poderia bem acertar tudo, menos ele, então não arrisquei. Mas vontade não me falta.

— Vocês são horríveis! — Johnny exclamou, me abraçando de lado. — Mas ficamos aqui esclarecidos. Se vocês contarem, eu conto também. E olha que você está a um ponto de virar sushi.

— Eu corto as relações na hora se fizer isso. — Yuta falou num tom sério, olhando o Suh com um olhar completamente diferente de antes. Admito que até a mim me deu medo a forma que ele olhou o mais velho.

— Calma, eu estava brincando! Mas se contar eu conto à minha mãe!

— Sua mãe bem capaz de contar à minha, eu além de cortar as relações corto seu amiguinho!

— Irra! Que isso!? Que mal ele te fez?

— Se eu não posso ter, você também não.

— Meu Deus, Yuta, credo! Sai para lá! Não vou contar não, relaxa. Agora fiquei com medo na real.

— E é para ficar. O clima não está bom lá em casa então saiba que eu posso entretanto cometer um crime de ódio.

— Ah, não vamos falar disso por favor, o Johnny não vai contar, eu não deixo. Mas juro que se vazar sobre mim, menina Wong, eu vazo sobre você!

— Para a sua mãe? Ah nem pense! Já me basta a minha própria mãe me chamar de talarica. Eu não sou talarica! E quem me chamar de novo apanha!

— Esqueci o que é talarica. — Yuta comentou, comprimindo os lábios quando viu Wong revirar os olhos.

— A palavra é brasileira, mas é resumidamente você se meter com alguém comprometido ou sei lá, com a crush do teu amigo.

— E você já pegou?

— Não!?

— Então porque a sua mãe te chama disso?

— Talarica é ela.

— Se eu não soubesse da relação de mãe e filha que elas têm, eu iria falar apra ela ter cuidado com a linguagem, mas elas se chamam até de trouxa uma à outra.

— Benefícios de ser a única filha garota e ainda a preferida. — Ela fez uma pose, fazendo-nos rir. — Juro que a família Wong nesse aspeto é normal, e no outro... É aquilo.

— Acho que a família do Yuta é pior. — Johnny comentou. — Mas não gostei muito do seu irmão.

— Relaxa, eu também não gosto.

— Mentirosa. — Falei. — Henderyzinho do meu coração. — Falei a frase que ela mais fala para o irmão, sobretudo quando quer algo. — Você ama seu irmão, para disso. Mesmo que diga que não gosta dele é a primeira a ir ter com ele quando ele está mal.

— Anny não me expõe, eu tenho que parecer fria. — Acabei soltando uma gargalhada.

— Você é tudo, menos fria. Se bem... Quando quer. O Yuta que saiba lidar com você, pois eu demorei belos anos.

— Ah, para, eu não sou difícil de lidar.

— Ela é sim. Cuidado, Yuta, ela é muito carente para certas coisas.

— Aquilo? — Ele questionou.

— Se fosse por ela fazia os dias todos.

— Ah para! Isso é mentira! Faz o exposed direito, Anny!

— Pronto, eu estou exagerando. — Ri fraco. — Se fosse por ela, fazia a toda a hora.

— E novamente tá exagerando! Eu nem aguentaria! Eu ainda quero saber andar, tá? Mas também, é bom demais, tenho culpa? Johnny, saiba que quando ela te tirar a virgindade, você não quer outra coisa.

— E porque logo específico para ele?

— Ué, ele é virgem.

— Yuta também. — Ela olhou Yuta, o que me fez pensar. — Ele é virgem, né?

— Sim, mas já aprendeu algumas coisinhas. Você viu assim que foi no meu quarto Anny.

— Como que esse pau marreco está mais à frente que eu? — Johnny soltou, cruzando seus braços.

— Acontece.

— Acontece? Se você não fosse empata fodas já teria acontecido, ok?

— Eu já pedi desculpa! Pedi não pedi? Se não pedi, peço agora. Desculpa, mas mesmo assim, não vamos brigar com isso, né?

— Vou brigar sim! Seu bunda mole empata fodas! — Johnny tentou pegar o japonês, mas ele correu e acabamos por assistir Johnny correndo atrás de Yuta, mas que logo o apanhou e o jogou no chão.

— Acho que eu não devia ter falado que o Yuta estava mais avançado.

— Também você é uma desesperada! Mas porra, eu ontem quase dei para o Johnny, tem noção?

— Desculpa.

— Aish, não interrompam da próxima vez, ou juro que faço o Johnny proibir o Yuta de dormir em casa.

— Tudo bem. Juro que ele não vai interromper mais nada.

[...]

Já tínhamos jantado e eu me encontrava no sofá, no exato local onde conseguia apanhar rede. Eu tinha algumas mensagens de amigas, tanto por mensagem normal como no kakaotalk, e com isso aproveitei e mandei algumas fotinhas que já tinha tirado do ambiente, atualizando até meus status, mas o que queria realmente fazer iria ser feito: mandar uma mensagem a Hendery a saber se ele poderia vir aqui amanhã. Porém, tinha que ser num momento onde Wong não estivesse comigo. Ela não gostou nada da reação do irmão, então com certeza ela iria achar que Hendery estava aqui por causa do fora que levou, e obviamente eu não quero que aconteça algo sendo que nem é por esse o motivo, além que eu vou falar sobre ela. Eu sei que ele vai lhe contar, não tenho problemas nenhuns sobre isso e sou mulher para lhe falar depois, o problema é que isso tudo poderia ser resolvido, é claro, com ela me falando, mas como não, eu preciso de ter mais um apoio, pois ela pode estar mesmo certa e eu estou acusando disso. Além de que, eu não tenho nem uma prova, mas estou tentando tirar isso da minha cabeça, e como ela conta tudo ao irmão, ele será meu último recurso para acabar com isto.

"claro, mas não posso demorar muito, vou ajudar a minha mãe num negócio" — Eu sorri quando vi mensagem que ele mandou, respondendo-lhe logo em seguida, combinando mais ou menos uma hora e que fosse um pouco antes dele chegar na casa da senhora Suh. Assim Wong, caso se estivesse ali, não iria desconfiar.

Cowboy | johnny suhOnde as histórias ganham vida. Descobre agora