20.04.2013 Views

BORDADO DE GUIMARÃES

BORDADO DE GUIMARÃES

BORDADO DE GUIMARÃES

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

<strong>BORDADO</strong><br />

<strong>DE</strong> <strong>GUIMARÃES</strong><br />

Caderno de<br />

especificações


<strong>BORDADO</strong> <strong>DE</strong> <strong>GUIMARÃES</strong> Caderno de especificações<br />

O caderno de especificações sobre o Bordado de Guimarães é o documento normativo e regulador<br />

que caracteriza este tipo de bordado e que permitirá, a quem actualmente borda e a quem pretenda vir<br />

a bordar, conhecer as suas características específicas e os parâmetros de qualidade e de genuinidade<br />

pelos quais este se rege.<br />

A orgânica deste caderno de especificações do bordado de Guimarães segue de muito perto o estipulado<br />

na Proposta de Decreto-Lei sobre a certificação do artesanato.<br />

1. Denominação de venda do produto<br />

Bordado de Guimarães<br />

2. Enquadramento histórico-geográfico da produção, considerando a respectiva origem e/ou o seu<br />

vínculo ao centro difusor mais relevante<br />

O bordado que hoje designamos como bordado de Guimarães, nasceu do mesmo modo que muitos<br />

outros produtos e designações de produtos – fruto da vontade dos homens e das condições do<br />

território que o viu nascer.<br />

Como sucede com outras obras colectivas, sejam elas alimentares ou artefactos utilitários, é difícil<br />

definir-lhe a hora e o local exactos de nascimento e, ainda menos, conhecer-lhe a paternidade. Diga-mos<br />

que o bordado de Guimarães, tal como muitos outros produtos regionais portugueses é fruto de um<br />

conjunto vasto de factores, que se foram conjugando no tempo e no espaço e que contribuíram para<br />

que, hoje e aqui, ele mereça o nosso olhar atento e o nosso afecto.<br />

Guimarães foi terra propícia à fixação dos homens. O território permitiu, para além do cultivo dos<br />

produtos essenciais para a alimentação, o desenvolvimento de uma série de indústrias também<br />

necessárias à vida das populações. No burgo vimaranense e nos seus arredores habitavam variados<br />

mesteres – ferreiros, oleiros, ourives, sapateiros, cutileiros, curtidores, tecelãos, espingardeiros, pedreiros,<br />

escultores… – os quais, a par de uma nobreza e clero influentes, fizeram de Guimarães um entreposto<br />

comercial de certa importância.<br />

Toalha de Altar, pormenor<br />

Século XIX, 2ª metade<br />

3


Toalha de rosto, pormenor<br />

Ca. de 1860<br />

Podemos afirmar que o bordado de Guimarães é antes de mais produto de um território fértil em águas<br />

e em terras úberes para receberem o cultivo do linho. De facto, a riqueza natural do território vimaranense<br />

vai ser propícia à fixação do homem e é esse homem que vai encontrar, no seu engenho e neste território,<br />

os meios necessários ao cultivo do linho e à feitura do pano. Essas mesmas águas que alimentam um sem<br />

fim de rios e riachos também facilitaram o estabelecimento de engenhos do linho onde, desde tempos<br />

arcaicos, se produzia um bom pano que servia as terras vimaranenses e muitas outras por esse Norte fora.<br />

O linho, como sabemos, é o suporte vulgarmente usado para conter o bordado de Guimarães. E, se ao<br />

linho em terras vimaranenses podemos apontar data longínqua (no foral dado por D. Henrique a<br />

Guimarães, em 1096, este já aparece referido), o mesmo não podemos afirmar quanto ao bordado.<br />

Encontramos referências documentais a tecidos bordados existentes em solo vimaranense desde o<br />

século X, mas, temos que esperar pelo final do século XIX, para encontrarmos a primeira referência<br />

documental a bordados feitos em solo vimaranense.<br />

Não se faria, antes dessa data, bordado em Guimarães? É provável que sim, mas os documentos<br />

pouco nos contam.<br />

E, se pouco sabemos sobre o bordado feminino realizado em Guimarães antes do último quartel do<br />

século XIX, também pouco sabemos sobre o que se bordava, onde se bordava, quem bordava e como<br />

se bordava no resto do País. O que subsiste de séculos anteriores é geralmente peças de traje civil, mas<br />

principalmente paramentaria religiosa, de um modo geral ricamente bordadas e feitas por mestres tecelões<br />

nacionais e estrangeiros. Poucos vestígios chegaram até nós, quer do traje civil usado pelo povo e pela


<strong>BORDADO</strong> <strong>DE</strong> <strong>GUIMARÃES</strong> Caderno de especificações<br />

burguesia de menores posses, quer da roupa doméstica usada no lar de cada um. Estes têxteis, se até<br />

nós houveram chegado em maior quantidade, poderiam dar-nos a conhecer o que era o bordado feminino<br />

desses tempos, em que ocupavam as mãos as senhoras das diversas classes sociais de então.<br />

Mas, se não existe nenhum exemplar bordado, há pelo menos alguma referência documental ao que<br />

hoje designamos como bordado de Guimarães? Não, não há. Até porque, como constataremos de<br />

seguida, o «bordado de Guimarães» parece só começar a ganhar alma no final do século XIX, início<br />

do século XX. É só nessa altura que encontramos as suas raízes.<br />

Quer-nos parecer que o bordado de Guimarães entronca no que designamos por «bordado rico», ou seja,<br />

um bordado executado a linha branca normalmente sobre pano de linho cru e fino, por vezes de origem<br />

estrangeira, e no qual são utilizados diversos pontos minuciosa e delicadamente bordados por mãos<br />

femininas bem treinadas. O termo «bordado rico» é usado ainda hoje pelas bordadeiras vimaranenses,<br />

querendo com ele fazer a destrinça entre o bordado atrás descrito – o «bordado rico», e o bordado<br />

popular, executado pelo povo e para o povo. Este «bordado rico» português, em que eram feitos os<br />

bragais das jovens casadoiras da burguesia e da nobreza endinheirada oitocentista, fazia-se e<br />

usava-se em todo o País, talvez com sentidas influências dos bordados de outros países europeus.<br />

No entanto, até ao momento, está por fazer a história geral deste bordado rico português, a branco –<br />

os locais de produção, os modelos utilizados…<br />

O bordado rico, executado por senhoras vimaranenses e destinado a ornamentar principalmente<br />

roupa de cama e roupa interior, esteve presente na Exposição Industrial de Guimarães, que decorreu<br />

na cidade, em 1884, e que é documentalmente referido em diversos textos. Mas, naquela<br />

exposição não foram expostas peças usadas pelo povo – a camisa do lavrador, a camisa e o colete<br />

de «rabichos» (também designados «rabos») da lavradeira. Na exposição industrial apareceu<br />

apenas o «bordado rico», e, é a este e aos seus pontos que julgamos ter ido o «bordado de Guimarães»<br />

beber influências.<br />

Na sua origem documentada, que podemos situar no final do século XIX início do século XX, o bordado<br />

de Guimarães, que nestes seus primórdios talvez fosse preferível designar por «bordado popular de<br />

Guimarães» vai ser utilizado principalmente no traje do povo. Vai ornamentar a camisa de linho do<br />

lavrador, numa zona muito específica, o peitilho, bordado profusamente à cor branca, e complementado<br />

pela utilização da cor vermelha no nome bordado na ratoeira ou tabuleta. Era vulgar o nome bordado na<br />

tabuleta ser executado a ponto de cruz e não em bordado de Guimarães. O Bordado popular de<br />

Guimarães vai também ornamentar quer a camisa da mulher rural (usando-se linha de cor branca, mas<br />

podendo também ser bordada no peitilho, com a mistura de bordado a branco e a vermelho, esta<br />

última cor apenas num ou outro motivo) quer o seu colete de rabos (usando-se neste caso, isoladamente,<br />

a cor vermelha, azul, ou preta).<br />

Neste bordado – que como vemos podia ser por vezes bordado a duas cores (mas apenas no caso das<br />

camisas) –, eram usadas as cores branca, bege, vermelha, azul e preta (cor usada na colete de rabos<br />

caso a mulher fosse viúva), de belo efeito decorativo mas sem grande rigor de execução, utilizando-se<br />

pontos do dito «bordado rico» e preenchendo-se, por vezes, quase completamente o tecido.<br />

Haveria este bordado antes do final do século XIX início do século XX? Desconhecemos. Como já atrás<br />

referimos o bordado popular vimaranense anterior ao final do século XIX não chegou até nós. Ao<br />

serviço de classes sociais de menores recursos, o traje bordado, a existir, foi usado enquanto foi<br />

possível e, em muitos casos, acompanhou o seu dono até à tumba.<br />

5


Colete de «rabos» de mulher<br />

Século XX, 1º quartel<br />

Camisa de homem<br />

Século XX, 1º quartel<br />

Por outro lado, quer-nos parecer que o bordado popular de Guimarães, no qual entronca directamente o<br />

«bordado de Guimarães», deve ter surgido com a vulgarização da linha de algodão, o que sucede na<br />

2.ª metade do século XIX e corresponde à implementação da indústria têxtil em Guimarães. O algodão<br />

substitui, provavelmente, o bordado a lã, e isto, por vários motivos – resiste muito melhor ao uso, e<br />

conserva-se durante mais tempo.<br />

Utilizar-se-ia este bordado apenas no traje popular vimaranense ou seria ele também usado no traje<br />

rural dos concelhos em redor de Guimarães? Também para esta pergunta não temos resposta cabal,<br />

sendo certo que até ao momento não encontrámos referências documentais a este tipo de bordado<br />

popular vimaranense a linha de algodão nos concelhos mais próximos como Braga, Famalicão,<br />

Póvoa de Lanhoso ou Barcelos, apesar de conhecermos uma camisa de homem bordada com bordado<br />

de Guimarães numa colecção particular de Braga, mas sem que seja possível dizer qual a sua<br />

proveniência de fabrico ou de uso. Talvez este modo de bordar a camisa do homem, e a camisa e o<br />

colete de rabos da mulher fosse também utilizado, por exemplo, em Felgueiras, cujo território e cujas<br />

gentes estão desde há muito anos ligados à cidade vimaranense e que sabemos produzirem, desde<br />

as primeiras décadas do século XX, o bordado de Guimarães.<br />

Quanto mais não seja, é difícil espartilhar um tipo de bordado dentro de fronteiras criadas de modo<br />

administrativo. O mais certo é que o bordado que hoje designamos por bordado de Guimarães correspondesse<br />

ao gosto de uma região, de uma época, à moda no trajar e ao gosto pessoal de quem<br />

o usava. Por isso, se bem que seja seguro afirmar que o bordado de Guimarães se produzia no concelho<br />

de Guimarães, não é seguro dizer que a ele se confinava. Quanto mais valorizado é um produto –<br />

ou porque é moda, ou porque é interessante a sua relação qualidade preço, ou porque é interessante a<br />

relação uso/ergonomia –, maior é a sua área de influência.


<strong>BORDADO</strong> <strong>DE</strong> <strong>GUIMARÃES</strong> Caderno de especificações<br />

Mas outras perguntas deverão ser feitas. O bordado de Guimarães apenas se aplicaria na camisa<br />

do homem, e na camisa e no colete de rabos da mulher? Não seria também utilizado para bordar<br />

outras peças? De novo os documentos e os bragais são mudos, ou quase mudos. Manuel de Melo<br />

Nunes Geraldes, em 1913, refere a produção do «bordado de Guimarães», a recheio e a crivo em<br />

Vila Cova da Lixa, Vila Fria e «sobretudo em Figueiró da Lixa, concelhos de Felgueiras e Amarante,<br />

precisando que aí faziam «o serviço completo de quarto (um lençol, uma toalha de rosto e quatro<br />

travesseiros), quer bordado em recheio, quer em crivo, trabalho que leva, termo médio, quinze dias<br />

a fazer».<br />

De facto, a primeira referência conhecida ao termo «bordado de Guimarães» surge em 1913, no livro<br />

do autor acima citado. Mas, será que ele chama bordado de Guimarães ao bordado que encontramos<br />

nas camisas de lavrador, e nas camisas e nos coletes de rabichos da mulher?<br />

É apenas na década de 40 do século XX que o «bordado de Guimarães» começa a merecer a atenção<br />

de estudiosos como A. L. de Carvalho, o qual dedica aos «bordados de Guimarães» várias páginas,<br />

referindo quer os bordados «em cheio» quer «em crivo», e apresentando diversos desenhos.<br />

O bordado de Guimarães começa a ganhar nome e a ele se passam a referir vários autores:<br />

Alfredo Guimarães, em 1940, sem contudo o designar como tal; Calvet de Magalhães, em 1956,<br />

que inclui no «bordado de Guimarães»: o bordado de crivo, o de canutilho, e o cheio; e Clementina<br />

Carneiro de Moura, em 1961. Esta autora informa que «os bordados apareceram no mercado<br />

não há muitos anos, mas a indústria local encontra-se em pleno desenvolvimento, o que é a<br />

prova de bom acolhimento que o público lhes faz. Actualmente estes bordados aparecem alguns<br />

só em branco; outros em cru e ainda outros em cinzento, todos eles de efeito discreto e agradável.<br />

Esta é a primeira e única autora que conhecemos a referir a utilização do cinzento no bordado<br />

de Guimarães.<br />

É de facto entre as décadas de 40 e 60 do século XX, depois de artigos como o de A. L. de<br />

Carvalho e de Maria Clementina de Moura, e da aprendizagem teórico-prática feita pelas alunas da<br />

Escola Francisco de Holanda no curso de Formação Feminina, no final dos anos 50, que se principia a<br />

teorização e a estabelecimento de normas para a execução do bordado de Guimarães.<br />

Começa nessa altura a buscar-se as características do bordado de Guimarães, a teorizar uma arte<br />

que era do povo e ao povo servia. É então que se lhe pesquisam tanto os motivos e os pontos que<br />

o caracterizam como aquilo que o torna diferente de outros bordados, por exemplo do bordado de<br />

Viana. É, de facto, uma época em que, em Portugal, se procura sintetizar o que se entende ser a<br />

«arte popular» de cada localidade ou região – o galo de Barcelos, o bordado de Viana do Castelo, as<br />

rendas de Vila do Conde, o bordado de Guimarães.<br />

Também sabemos que o «bordado de Guimarães» extravasa as fronteiras concelhias e é produzido,<br />

em quantidade não despicienda no concelho de Felgueiras. Nada que espante. Com outros produtos<br />

tem sucedido fenómeno semelhante: o artefacto produzido numa região mais vasta, adquire o nome<br />

de um local mais conhecido por todos e onde é mais comercializado (assim sucede com o Vinho do<br />

Porto ou com a alheira de Mirandela).<br />

Guimarães é terra de pergaminhos, terra de indústria, terra de comércio, terra rica, por isso, não se<br />

pode estranhar que, quando por motivos da industrialização oitocentista, as mulheres do mundo<br />

rural vimaranense começam a empregar-se nas fábricas, os comerciantes de Guimarães se virem<br />

7


8<br />

<strong>BORDADO</strong> <strong>DE</strong> <strong>GUIMARÃES</strong> Caderno de especificações<br />

para terras mais distantes e mais rurais – várias freguesias do concelho de Felgueiras – para encontrarem<br />

a mão-de-obra de que necessitavam para produzir o bordado de Guimarães, que possuía um<br />

mercado de venda consolidado – Porto, Lisboa e outros mercados ricos do País.<br />

Já em 1913, Manuel de Melo Nunes Geraldes atenta nessa produção executada no concelho de<br />

Felgueiras: «Muito naturalmente perguntamos a nós próprios, porque se localizaria esta indústria<br />

nesta região tão pobre e retirada, que é Figueiró da Lixa. Achamos a resposta provável na vinda para<br />

aí de vimaranenses conhecedores desse género de trabalhos, e que, pelas menores exigências do<br />

meio, começaram de produzir mais barato, e como consequência a deslocação da indústria de<br />

Guimarães para ali». Deixou, por isto que atrás se indica, de ser este bordado, «bordado de<br />

Guimarães»? Não, de maneira nenhuma! Como tudo na vida, o bordado de Guimarães foi-se adaptando<br />

a novos usos e a nova clientela.<br />

O bordado que hoje se produz em Guimarães, mas também em Felgueiras é a evolução do bordado<br />

popular usado nos trajes rurais vimaranenses, desde pelo menos o final do século XIX início<br />

do século XX, e que por sua vez foi influenciado pelo bordado rico oitocentista. Hoje o bordado<br />

de Guimarães, tem características bem definidas – nos materiais (suporte e linha), nos motivos, na<br />

Braga<br />

Vila Nova<br />

de Famalicão<br />

Sto. Tirso<br />

<strong>GUIMARÃES</strong><br />

Vizela<br />

Póvoa de<br />

Lanhoso<br />

Fafe<br />

Felgueiras


<strong>BORDADO</strong> <strong>DE</strong> <strong>GUIMARÃES</strong> Caderno de especificações<br />

gama de pontos utilizados, nas cores usadas isoladamente (branco, bege, azul, vermelho e cinzento),<br />

na perfeição do desenho e da execução – e um mercado seguro que se pretende venha a<br />

ser alargado.<br />

3. Delimitação geográfica da área de produção<br />

O bordado de Guimarães extravasa os limites do concelho vimaranense e produziu-se ou produz-<br />

-se nos seguintes concelhos limítrofes:<br />

Guimarães, Braga, Fafe, Felgueiras, Póvoa de Lanhoso, Santo Tirso, Vila Nova de Famalicão, Vizela.<br />

4. A identificação e caracterização das matérias-primas utilizadas:<br />

Na definição dos materiais que compõe o bordado de Guimarães consideraram-se dois aspectos:<br />

o suporte sobre o qual se borda e o fio usado para bordar.<br />

Mas, a principal característica do bordado de Guimarães encontra-se mais nos motivos do bordado,<br />

no tipo de fio e na sua cor do que nas características do suporte em que é bordado.<br />

Suporte<br />

Usualmente borda-se em linho antigo ou em linho industrial (sendo o mais vulgar o «Linho 20»), no<br />

entanto, e desde que se mantenha a qualidade do bordado, do tipo de fio e da cor, poder-se-á usar<br />

outro tipo de suporte tais como algodão, seda, voile, etc.<br />

Fio<br />

Fio de algodão branco, tingido e mercerizado da<br />

DMC Perlé 8.<br />

Cor<br />

As cores, que como sabemos só poderão ser usadas<br />

individualmente, vão a seguir especificadas.<br />

CORES DO FIO DMC. FIO<br />

Azul 796<br />

Bege 644<br />

Branco<br />

___<br />

Cinza 415<br />

Preto 310<br />

Vermelho 321<br />

5. Identificação das principais características físicas dos produtos<br />

Comecemos por explicar que o actual bordado de Guimarães se caracteriza por:<br />

Grande diversidade quanto às formas e às dimensões das peças bordadas;<br />

Desenho sempre simétrico de cariz geometrizado ou estilizado;<br />

Uso de vinte e um pontos diferentes;<br />

Motivos tão variados como, por exemplo, folhas, flores, grinaldas, corações, silvas;<br />

9


10<br />

<strong>BORDADO</strong> <strong>DE</strong> <strong>GUIMARÃES</strong> Caderno de especificações<br />

O uso numa mesma peça de motivos sortidos, habilmente distribuídos de modo a formar um<br />

todo harmonioso;<br />

A diversidade dos motivos usados cria uma grande diversidade de padrões e conduz a uma criatividade<br />

constante.<br />

O bordado de Guimarães tem como suporte quase sempre um pano de linho que adquire dimensões<br />

muito diversas porque diversas são, também, as funções a que a peça bordada se destina.<br />

O gosto característico de cada época determina a tipologia e forma das peças. De um conjunto vasto<br />

de peças bordadas na actualidade aqui referimos, por ordem alfabética, as mais procuradas:<br />

Argola de guardanapo, avental de garrafa, babete de caneca, babete de garrafa, base de caneca,<br />

base de copo, bomboneira, caixa de lenços, camilha, jogo de banho, lenço de namorados, marcador<br />

de livros, naperão, pano de cesto do pão, pano para pão-de-ló, porta-lenços, porta-óculos,<br />

porta-rolo, queijeira, saco de amêndoas, saco de cheiro, saco de garrafa, saco de guardanapo,<br />

saco de nozes, saco de disco de algodão, saco do pão, saco redondo, tapa-rolo, tira de garrafa,<br />

tira de tabuleiro, toalha de baptizado, toalha de bidé, toalha de chá, toalha de franja, toalha de<br />

mãos e toalha de rosto.<br />

Peças vendidas na loja “Oficina” 1997-2005 1 1 Dados recolhidos e analisados por Alexandra Pacheco<br />

2000<br />

1800<br />

1600<br />

1400<br />

1200<br />

1000<br />

800<br />

600<br />

400 340<br />

200<br />

0<br />

49 120<br />

Argola de guardanapo<br />

Avental de garrafa<br />

Babete de caneca<br />

Babete de garrafa<br />

Base de caneca<br />

Base de copo<br />

Bomboneira<br />

124<br />

Caixa de lenços<br />

Camilha<br />

Jogo de banho<br />

Lenço de namorados<br />

Marcador de livros<br />

Naperão<br />

Pano cesto pão<br />

Pão-de-ló<br />

Porta-lenços<br />

Porta-óculos<br />

Porta-rolo<br />

Queijeira<br />

Saco de amêndoas<br />

Saco de cheiro<br />

Saco de garrafa<br />

Saco de guardanapo<br />

Saco de nozes<br />

Saco de disco algodão<br />

Saco do pão<br />

Saco redondo<br />

Tapa rolo<br />

Tira de garrafa<br />

Tira de tabuleiro<br />

Toalha de baptizado<br />

Toalha de bidé<br />

Toalha de chá<br />

Toalha de franja<br />

396<br />

102<br />

113<br />

1<br />

71 1<br />

554<br />

419<br />

283<br />

186<br />

77<br />

6<br />

64<br />

1<br />

42 109<br />

1753<br />

80<br />

172<br />

6 3 75 111 316<br />

17 5 5 1 3<br />

168<br />

6 1<br />

Toalha de mãos<br />

Toalha de rosto


Cores<br />

O bordado de Guimarães apenas pode ser executado com seis cores, usadas separadamente,<br />

nunca em conjunto. Note-se que este bordado não admite, em caso algum, a mistura de cores.<br />

As cores do fio usadas no bordado são: azul, bege, branco, cinza, vermelho e preto.<br />

6. Descrição do modo de produção, designadamente técnicas, ferramentas utilizadas e equipamento<br />

auxiliares<br />

Técnica<br />

O bordado de Guimarães caracteriza-se pelo uso dos vinte e um pontos abaixo referidos, sendo<br />

frequente a utilização de uma gama variada de pontos num mesmo bordado. Essa diversidade de<br />

pontos, aplicados com perícia, destreza e mão segura é que confere ao bordado o seu ser e a sua<br />

alma. Note-se também que apesar da variedade de pontos há dois que são quase obrigatórios no<br />

bordado de Guimarães – o ponto de canutilho e o ponto de gradinha.


<strong>BORDADO</strong> <strong>DE</strong> <strong>GUIMARÃES</strong> Caderno de especificações<br />

Executam-se os seguintes pontos (ver mapa de pontos):<br />

Areia, atrás, cadeia, canutilho, cheio, espinha, formiga, gradinha, ilhó de recorte, ilhó de rolinho,<br />

lançado, margarida, margarida dupla, nozinho, pé-de-flor, pé-de-flor duplo, pé-de-flor apanhado,<br />

pé-de-galo, pena simples, recorte e veludo.<br />

Remate das peças<br />

Para além dos pontos já especificados é também importante referir o modo como as peças são<br />

rematadas. De facto, os remates usuais são:<br />

Bainha aberta, franja e picote.<br />

Ferramentas utilizadas<br />

Agulha, compasso (utensílio para desenhar motivos arredondados nas peças), dedal, fita métrica,<br />

furador (utensílio de metal, osso ou marfim que se emprega para fazer furos ou ilhós), lápis, papel químico<br />

(tipo de papel usado para marcar o desenho a ser bordado no suporte), papel vegetal, régua e tesoura.<br />

Equipamentos auxiliares<br />

Tábua de passar a ferro, ferro de engomar<br />

7. Condições de inovação no produto e no modo de produção que, abrindo essa possibilidade,<br />

garantam a preservação da identidade do produto<br />

O «bordado Guimarães» caracteriza-se por: uso de uma única cor no bordado, mas podendo ser<br />

este executado em seis cores diferentes, desde que usadas isoladamente (azul, vermelho, branco,<br />

bege, cinza, e preto); qualidade do fio; diversidade dos pontos usados, num total de vinte e um;<br />

diversidade de pontos contidos num mesmo bordado; qualidade dos motivos, preferentemente<br />

geométricos e usados simetricamente; rigor e perfeição do ponto bem como no acabamento do trabalho.<br />

Os velhos bragais que encontramos em algumas habitações vimaranenses não nos deixam esquecer<br />

que o bordado de Guimarães antigo se usava quase só na camisa de lavrador e no invulgar «colete de<br />

rabichos» da mulher rural, hoje, ambas as peças caíram em desuso. Mas, o desuso das peças em que<br />

era aplicado, levadas na voragem do tempo e das mudanças socio-económicas da sociedade portuguesa,<br />

não fez sucumbir o bordado de Guimarães. Ele voltou a ganhar o ser na aplicação em novas peças para<br />

novos usos, mantendo, no entanto as suas características quer nas cores usadas, quer nos pontos do<br />

bordado, quer em alguns dos motivos decorativos a que as bordadeiras lançam mão.<br />

Hoje, o bordado de Guimarães mantém a tradição na inovação e abre-se aos desafios da contemporaneidade,<br />

sem no entanto pôr em causa a genuinidade, autenticidade e qualidade que o caracterizam.<br />

O bordado de Guimarães da actualidade, foi ao Passado em busca do seu Futuro, tendo-se conseguido,<br />

neste «recuar para avançar» o seguinte:<br />

A recuperação de pontos antigos, que praticamente se tinham deixado de usar, como o ponto de<br />

gradinha, o ponto pé-de-galo e o ponto de pena simples;<br />

Toalha de mesa, pormenor<br />

Século XX, 3º quartel<br />

13


16<br />

<strong>BORDADO</strong> <strong>DE</strong> <strong>GUIMARÃES</strong> Caderno de especificações<br />

Toalha de mesa, pormenor<br />

Século XX, 3º quartel


Vestido de noiva<br />

2000<br />

Vestido de noiva<br />

2001<br />

A aceitação de novos pontos, usados desde há já algum tempo pelas bordadeiras actuais: ponto de<br />

pé-de-flor apanhado e ponto pé-de-flor duplo;<br />

A reintrodução da cor preta, usada desde o início do bordado de Guimarães nos coletes de «rabichos»,<br />

mas que entretanto tinha caído em desuso;<br />

A utilização de novos suportes como a seda e o voile, procurando-se deste modo agradar ao<br />

consumidor e procurar novos rumos para o bordado de Guimarães. 1<br />

1<br />

Texto elaborado pela equipa do Museu de Alberto Sampaio – Isabel Maria Fernandes, Maria José Queirós Meireles,<br />

Patrícia Dias Moscoso – que acompanhou o processo de estudo e inventariação de peças com bordado de Guimarães,<br />

tendo em vista a sua certificação. Note-se que para um cabal conhecimento do bordado de Guimarães: a sua história,<br />

os seus desenhos, as suas peças, é fulcral a leitura do catálogo «Bordado de Guimarães – renovar a tradição»,<br />

também editado com o apoio da ON.


18<br />

<strong>BORDADO</strong> <strong>DE</strong> <strong>GUIMARÃES</strong> Caderno de especificações<br />

5<br />

“Ponto de areia“<br />

1<br />

Areia<br />

5 4<br />

Ponteado simples que, usado repetidamente,<br />

origina um fundo leve.<br />

2<br />

Atrás<br />

“Ponto atrás“<br />

MUSEU ALBERTO SAMPAIO - Processo de C<br />

Desenho de pontos<br />

“Ponto pé de galo“<br />

Ponto de contorno, trabalhado da direita para<br />

a esquerda, que cria uma linha fina de pontos<br />

contíguos, podendo ser usado em linha recta<br />

3<br />

ou em curva. 2<br />

1<br />

1 2<br />

3<br />

5<br />

4


3<br />

“Ponto de cadeia“<br />

<strong>BORDADO</strong> <strong>DE</strong> <strong>GUIMARÃES</strong> Caderno de especificações<br />

MUSEU ALBERTO SAMPAIO - Processo de Certificação de Bordados<br />

Desenho de pontos<br />

1<br />

“Ponto de recorte“<br />

Cadeia<br />

2<br />

Ponto que pode ser trabalhado numa única linha,<br />

em espiral ou em carreiras múltiplas, que se<br />

assemelha aos elos de uma corrente.<br />

“Ponto de espinha de arenque“<br />

1<br />

3 2<br />

4<br />

3<br />

5<br />

“Ponto de areia“<br />

5 4<br />

19


20<br />

<strong>BORDADO</strong> <strong>DE</strong> <strong>GUIMARÃES</strong> Caderno de especificações<br />

4<br />

Canutilho<br />

“Ponto de canutilho”<br />

3<br />

3<br />

1<br />

2<br />

Júlia Fernandes, V. Castelo, Nov 2005<br />

Ponto executado isoladamente, que resulta do<br />

enrolamento da linha em volta da agulha cinco<br />

a sete vezes, consoante o comprimento desejado<br />

para o ponto. É usado principalmente para<br />

encher ou contornar o desenho.<br />

4


“Ponto de recorte“<br />

“Ponto de areia“<br />

MUSEU ALBERTO SAMPAIO - Processo de Certificação de Bordados<br />

Desenho de pontos<br />

<strong>BORDADO</strong> <strong>DE</strong> <strong>GUIMARÃES</strong> Caderno de especificações<br />

TO SAMPAIO - Processo de Certificação de Bordados<br />

ntos<br />

. 2005<br />

5<br />

Cheio<br />

“Ponto cheio simples”<br />

“Ponto de espinha de arenque“<br />

“Ponto cheio folha grande”<br />

1<br />

3 2<br />

Júlia Fernandes, V. Castelo, Nov. 2005<br />

Júlia Fernandes, V. Castelo, Dez. 2005<br />

Ponto executado num conjunto de pontos paralelos<br />

muito próximos uns dos outros, apostos<br />

sobre outros pontos previamente bordados,<br />

como o ponto corrido ou de alinhavo.<br />

6<br />

Espinha<br />

“Ponto de espinha de arenque“<br />

1<br />

3 2<br />

Júlia Fernandes, V. Castelo, Nov. 2005<br />

5 4<br />

Ponto que forma um ziguezague cruzado, criando<br />

uma cercadura aberta.<br />

21


22<br />

<strong>BORDADO</strong> <strong>DE</strong> <strong>GUIMARÃES</strong> Caderno de especificações<br />

1<br />

3 2<br />

PAIO - Processo de Certificação de Bordados<br />

7<br />

“ Ponto de formiga “<br />

“Ponto de pena simples“<br />

1<br />

Formiga<br />

3<br />

2<br />

MUSEU ALBERTO SAMPAIO - Processo de Certificação de Bordados<br />

Desenho de pontos<br />

Júlia Fernandes, V. Castelo, Nov. 2005<br />

Ponto composto, feito por duas vezes, em que<br />

um primeiro fio se prende, efectivamente, ao tecido,<br />

formando um zig-zag feito em ponto lançado<br />

e o outro 4 corre sempre por cima do tecido entrelaçado<br />

no primeiro.<br />

5<br />

7<br />

6<br />

8<br />

4<br />

5<br />

Gradinha<br />

Ponto de fios tirados (à trama ou à urdidura) do<br />

tecido base. Os fios restantes são agrupados em<br />

feixes e totalmente enrolados com linha de bordar<br />

formando um padrão que pode ser em escada ou<br />

em ziguezague.<br />

7<br />

6


sso de Certificação de Bordados<br />

Fase 1<br />

<strong>BORDADO</strong> <strong>DE</strong> <strong>GUIMARÃES</strong> Caderno de especificações<br />

MUSEU ALBERTO SAMPAIO - Processo de Certificação de Bordados<br />

23<br />

Desenho de pontos<br />

“Ponto de gradinha”<br />

MUSEU ALBERTO SAMPAIO - Processo de Cert<br />

Desenho de pontos<br />

“Ponto de gradinha”<br />

Fase<br />

Júlia Fernandes,<br />

6<br />

V. Castelo, Dez. 2005<br />

Fase 2<br />

Fase 1<br />

Fase 4 Fase 5<br />

Fase 3<br />

Fase 2<br />

Fase 4<br />

Fase 3<br />

Fase 7 Fase 8<br />

Fase 7<br />

Fase 5 Fase Júlia<br />

6<br />

Fernandes, 6 V. Castelo, Dez. 2005<br />

Fase 3<br />

Fase 8<br />

Fase 6<br />

Fase 1<br />

Fase 4<br />

Fase 7<br />

MUSEU ALBERTO SAMPAIO - Processo de Cert<br />

Desenho de pontos<br />

“Ponto de gradinha”<br />

Júlia Fernandes, V. Castelo, Dez. 2005


24<br />

orrigido: 6 Fev. 2006)<br />

<strong>BORDADO</strong> <strong>DE</strong> <strong>GUIMARÃES</strong> Caderno de especificações<br />

9<br />

Ilhó de recorte<br />

Um pequeno orifício central, o ilhó, é rematado<br />

com ponto de festão ou de cobertor.<br />

MUSEU ALBERTO SAMPAIO - Processo de<br />

Desenho de pontos<br />

“ Ilhó de rolinho e de recorte ”<br />

MUSEU ALBERTO SAMPAIO - Processo de Certificação de Bordados<br />

Desenho de pontos<br />

“ Ilhó de rolinho e de recorte ”<br />

Júlia Fernandes, V. Castelo, Dez. 2005 (corrigido: 6 Fev. 2006)<br />

10<br />

Júlia Fernandes, V. Castelo, Dez. 2005 (corrigido: 6 Fev. 2006)<br />

Júlia Fernandes, V. Castelo, Dez. 2005 (corrigido: 6 Fev. 2006)<br />

Ilhó de rolinho<br />

“ Pt. pé-de-flor apanhado” (substituir)<br />

Ponto plano, em forma de rolinho, executado à<br />

volta de um orifício circular.


de pontos<br />

rte e de rolinho”<br />

stelo, Dez. 2005<br />

11<br />

Lançado<br />

“Ponto de lançados”<br />

de rolinho<br />

“Ponto de margarida simples”<br />

Júlia Fernandes, V. Castelo, Dez. 2005<br />

Executado num pequeno conjunto de pontos<br />

paralelos sem qualquer 3 enchimento interior.<br />

de rolinho<br />

MUSEU ALBERTO SAMPAIO - Processo de Ce<br />

Desenho de pontos<br />

<strong>BORDADO</strong> <strong>DE</strong> <strong>GUIMARÃES</strong> Caderno de especificações 25<br />

de recorte<br />

“Ponto de margarida simples”<br />

“Ponto de margarida duplo“<br />

3<br />

1<br />

1<br />

2<br />

de recorte<br />

MUSEU ALBERTO SAMPAIO - Processo de Certificação 2 de Bordados<br />

Desenho de pontos<br />

3<br />

1<br />

3<br />

2<br />

“Ponto de margarida duplo“<br />

1<br />

2<br />

Júlia Fernandes, V. Castelo, Nov 2005<br />

12<br />

5<br />

Margarida<br />

Júlia Fernandes, V. Castelo, Nov 2005<br />

6<br />

Ponto de cadeia trabalhado isoladamente, em<br />

círculo 4e<br />

a partir de um ponto central, e preso<br />

com um pequeno ponto lançado numa extremidade<br />

para criar o efeito de pétala.<br />

4<br />

4<br />

5


1<br />

AIO - Processo de Certificação 33<br />

2 de Bordados<br />

26<br />

<strong>BORDADO</strong> <strong>DE</strong> <strong>GUIMARÃES</strong> Caderno de especificações<br />

“Ponto de margarida duplo“<br />

“Ponto de margarida duplo“<br />

“Ponto de margarida duplo“<br />

11<br />

22<br />

1<br />

33<br />

2<br />

Júlia Fernandes, V. Castelo, Nov 2005<br />

Júlia Fernandes, V. Castelo, Nov 2005<br />

4<br />

13<br />

3<br />

5<br />

3<br />

Margarida dupla<br />

4<br />

Júlia Fernandes, V. Castelo, Nov 2005<br />

6<br />

44<br />

Igual ao ponto margarida simples, mas executado<br />

duplamente, criando o efeito de uma pétala no<br />

interior de outra.<br />

4<br />

55<br />

5<br />

4<br />

7<br />

66<br />

6


<strong>BORDADO</strong> <strong>DE</strong> <strong>GUIMARÃES</strong> Caderno de especificações<br />

MUSEU ALBERTO SAMPAIO - Processo de Certificação de Bordados<br />

Desenho de pontos<br />

“Ponto de nó francês”<br />

O SAMPAIO - Processo de Certificação de Bordados<br />

tos<br />

2005<br />

14<br />

2<br />

Nozinho<br />

“Ponto de canutilho”<br />

Ponto executado isoladamente, de forma arre-<br />

Júlia Fernandes, V. Castelo, Nov 2005<br />

dondada e em relevo e que resulta do enrolamento<br />

da linha na agulha duas vezes. É indicado principalmente<br />

para bordar centros de flores. Este<br />

ponto também é designado de nó.<br />

1<br />

3<br />

1<br />

2<br />

2<br />

3<br />

27<br />

4<br />

3


28<br />

MUSEU ALBERTO SAMPAIO - Processo de Certificação de Bordados<br />

Desenho de pontos<br />

<strong>BORDADO</strong> <strong>DE</strong> <strong>GUIMARÃES</strong> Caderno de especificações<br />

“Ponto de pé de flor simples e duplo“<br />

rocesso de Certificação de Bordados<br />

1<br />

3<br />

AMPAIO - Processo de Certificação de Bordados<br />

. 2006)<br />

15<br />

2<br />

“ Ponto pé de flor apanhado“<br />

Júlia Fernandes, V. Castelo, Nov. 2005<br />

Pé-de-flor<br />

Trata-se sobretudo de um ponto de contorno, trabalhado<br />

da esquerda para a direita.<br />

“ Pt. pé-de-flor apanhado” (substituir)<br />

16<br />

Pé-de-flor apanhado<br />

Ponto feito por duas vezes, onde na segunda<br />

passagem a agulha se enrola nos pontos previamente<br />

executados a pé-de-flor simples.


17<br />

“Ponto pé de galo“<br />

Pé-de-flor duplo<br />

3<br />

1<br />

1 2<br />

Conjunto de duas linhas de ponto pé-de-flor simples,<br />

executadas paralelamente para tornar o<br />

bordado mais volumoso.<br />

2<br />

3<br />

Júlia Fernandes, V. Castelo, Nov. 2005<br />

<strong>BORDADO</strong> <strong>DE</strong> <strong>GUIMARÃES</strong> Caderno de especificações<br />

18<br />

5<br />

4<br />

Pé-de-galo<br />

3<br />

1<br />

2<br />

Júlia Fernandes, V. Castelo, Nov. 2005<br />

Ponto trabalhado isoladamente, mas que também<br />

pode ser feito em fila e usado como barra. Este<br />

ponto é semelhante a uma pata de galo.<br />

6<br />

7<br />

29<br />

5


1<br />

2<br />

1<br />

3 2<br />

30<br />

“ Ponto de formiga “<br />

<strong>BORDADO</strong> <strong>DE</strong> <strong>GUIMARÃES</strong> Caderno de especificações<br />

1<br />

3 2<br />

de pena “Ponto simples“ de pena simples“<br />

1<br />

3<br />

2<br />

1<br />

“Ponto de pena simples“<br />

2<br />

1<br />

3<br />

3<br />

rnandes, Júlia V. Fernandes, Castelo, Nov. V. Castelo, 2005 Nov. 2005<br />

2<br />

Júlia Fernandes, V. Castelo, Nov. 2005<br />

19<br />

Pena simples<br />

4<br />

5<br />

4<br />

5<br />

Ponto de linha leve, semelhante a uma pena, que<br />

resulta do ponto ser executado alternadamente<br />

para a esquerda e para a direita. Antigamente utilizado<br />

nos coletes de «rabos», hoje pode ser usado<br />

para barras em margens e bainhas.<br />

4<br />

5<br />

7<br />

6<br />

7<br />

6<br />

7<br />

6


1<br />

“Ponto de recorte“<br />

“Ponto de espinha de arenque“<br />

20<br />

2<br />

3 2<br />

Recorte 1<br />

Ponto plano, utilizado frequentemente para criar o<br />

efeito de aresta.<br />

Júlia Fernandes, V. Castelo, Nov. 2005<br />

4<br />

3<br />

<strong>BORDADO</strong> <strong>DE</strong> <strong>GUIMARÃES</strong> Caderno de especificações<br />

5<br />

“Ponto de areia“<br />

21<br />

Veludo<br />

5 4<br />

Ponto que torna o bordado com o avesso liso e o<br />

lado de fora coberto de pêlos cerrados, curtos, formando<br />

motivos relevados.<br />

31


32<br />

<strong>BORDADO</strong> <strong>DE</strong> <strong>GUIMARÃES</strong> Caderno de especificações<br />

1<br />

Camisa de homem<br />

Cronologia Século XX, 1º quartel<br />

Desenho Júlia Fernandes


<strong>BORDADO</strong> <strong>DE</strong> <strong>GUIMARÃES</strong> Caderno de especificações<br />

33


34<br />

<strong>BORDADO</strong> <strong>DE</strong> <strong>GUIMARÃES</strong> Caderno de especificações<br />

2<br />

Camisa de homem<br />

Cronologia Século XX, 1º quartel<br />

Desenho Júlia Fernandes


<strong>BORDADO</strong> <strong>DE</strong> <strong>GUIMARÃES</strong> Caderno de especificações<br />

35


36<br />

<strong>BORDADO</strong> <strong>DE</strong> <strong>GUIMARÃES</strong> Caderno de especificações<br />

3<br />

Toalha de mesa<br />

Cronologia Século XX, 3º quartel<br />

Desenho Júlia Fernandes


<strong>BORDADO</strong> <strong>DE</strong> <strong>GUIMARÃES</strong> Caderno de especificações<br />

37


38<br />

<strong>BORDADO</strong> <strong>DE</strong> <strong>GUIMARÃES</strong> Caderno de especificações<br />

4<br />

Toalha de rosto<br />

Cronologia Século XX, 3º quartel<br />

Desenho Júlia Fernandes


<strong>BORDADO</strong> <strong>DE</strong> <strong>GUIMARÃES</strong> Caderno de especificações<br />

39


40<br />

<strong>BORDADO</strong> <strong>DE</strong> <strong>GUIMARÃES</strong> Caderno de especificações<br />

5<br />

Pano de tabuleiro<br />

Cronologia 2004<br />

Desenho Júlia Fernandes a partir do original


<strong>BORDADO</strong> <strong>DE</strong> <strong>GUIMARÃES</strong> Caderno de especificações<br />

41


42<br />

<strong>BORDADO</strong> <strong>DE</strong> <strong>GUIMARÃES</strong> Caderno de especificações<br />

6<br />

Centro para lençol<br />

Cronologia Década de 1950-60<br />

Autor Escola Industrial e Comercial de Guimarães<br />

Desenho Desenho actual de Júlia Fernandes<br />

a partir do original<br />

MUSEU ALBERTO SAMPAIO - Processo de Certificação de Bordados<br />

Desenhos antigos, formato vectorial<br />

Centro para lençol


<strong>BORDADO</strong> <strong>DE</strong> <strong>GUIMARÃES</strong> Caderno de especificações<br />

43


44<br />

<strong>BORDADO</strong> <strong>DE</strong> <strong>GUIMARÃES</strong> Caderno de especificações<br />

7<br />

Cercadura para bordar<br />

Cronologia Década de 1950-60<br />

Autor Escola Industrial e Comercial de Guimarães


<strong>BORDADO</strong> <strong>DE</strong> <strong>GUIMARÃES</strong> Caderno de especificações<br />

45


46<br />

<strong>BORDADO</strong> <strong>DE</strong> <strong>GUIMARÃES</strong> Caderno de especificações<br />

8<br />

Barras para bordar<br />

Cronologia Década de 1950-60<br />

Autor Escola Industrial e Comercial de Guimarães


<strong>BORDADO</strong> <strong>DE</strong> <strong>GUIMARÃES</strong> Caderno de especificações<br />

47


48<br />

<strong>BORDADO</strong> <strong>DE</strong> <strong>GUIMARÃES</strong> Caderno de especificações<br />

9<br />

Cercadura para bordar<br />

Cronologia Década de 1950-60<br />

Autor Escola Industrial e Comercial de Guimarães


<strong>BORDADO</strong> <strong>DE</strong> <strong>GUIMARÃES</strong> Caderno de especificações<br />

49


50<br />

<strong>BORDADO</strong> <strong>DE</strong> <strong>GUIMARÃES</strong> Caderno de especificações<br />

10<br />

Cercadura para naperão<br />

Cronologia Década de 1950-60<br />

Autor Escola Industrial e Comercial de Guimarães

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!