A moção sectorial apresentada pela distrital de Aveiro do PSD, liderada por Salvador Malheiro — o nadador salvador e professor universitário que chegou a presidente da Câmara de Ovar e a diretor de campanha de Rui Rio — foi rejeitada pela Mesa do Congresso social-democrata por não respeitar os requisitos do regulamento.

De acordo com o jornal Público, a moção foi entregue sem ter sido “apresentada, discutida ou votada” pela assembleia distrital do PSD/Aveiro — o único órgão que tem competência para validar aquele documento estratégico. Foi esse o argumento invocado pela Mesa do Congresso do PSD para justificar a decisão, alegando que moção Da região para o país: Aveiro uma região mais forte, uma nação mais coesa “não cumpre os requisitos previstos no artigo 14º do regulamento do 37º Congresso do PSD”.

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Em declarações ao mesmo jornal, Fernando Ruas, presidente da Mesa do Congresso, explicou que o documento estratégico patrocinado pela distrital do PSD de Aveiro não podia ser aceite “porque não estava acompanhada da acta da reunião da assembleia distrital”. “Nós não podíamos aceitar uma moção que não tinha sido aprovada pela assembleia distrital e da qual não constava a respectiva acta”, justificou Ruas.

Salvador Malheiro, por sua vez, já veio refutar a argumentação utilizada pela Mesa do Congresso. Ao Público, o diretor de campanha de Rui Rio lembrou que a moção fora subscrita pelo líder da assembleia distrital do PSD, António Topa, o que bastaria para a sua validação. “Segundo o Direito Administrativo, o presidente da assembleia distrital é quem representa o órgão”, explicou o presidente da Câmara de Ovar, garantindo que a distrital de Aveiro já apresentou recurso da decisão da Mesa do Congresso.

A moção de Salvador Malheiro só foi aprovada em assembleia distrital na sexta-feira, dia 9 de fevereiro, nove dias depois da data final para aceitação dos documentos estratégicos que vão ser discutidos no congresso do PSD. O conclave social-democrata acontece este fim-de-semana, nos dias 16, 17 e 18 de fevereiro.

Salvador Malheiro foi um dos protagonistas de uma investigação do Observador que revelava práticas pouco recomendáveis envolvendo transporte de militantes e métodos de cacicagem nas eleições internas do PSD. Mais recentemente, o Observador dava conta que o diretor de campanha de Rio promoveu obras de 2,2 milhões e que beneficiaram outro dirigente do PSD que se tornaria seu vereador.

Diretor de campanha de Rio promoveu obras de 2,2 milhões que beneficiaram dirigente do PSD