Por Mara Puljiz, G1 DF


Crianças sobreviventes em Auschwitz - foto tirada de imagens gravadas pelas forças soviéticas — Foto: US Holocaust Memorial Museum

Comunidades judaicas do Distrito Federal e de outras unidades da federação se reúnem, nesta quarta-feira (27), para o Dia Internacional em Memória das Vítimas do Holocausto. A data homenageia as vítimas do genocídio de judeus pelo regime nazista durante a Segunda Guerra Mundial.

O dia 27 de janeiro marca a libertação dos prisioneiros do campo de extermínio de Auschwitz, na Polônia, pelas tropas soviéticas, em 1945. Geralmente, a data é lembrada pela comunidade judaica em espaços públicos. Em 2020, a frase "Holocausto nunca mais" foi projetada no Congresso Nacional.

Este ano, por causa da pandemia de Covid-19, a ideia é unir a comunidade pelas redes sociais. Sobreviventes do holocausto no Brasil darão depoimentos inéditos, em uma live, a partir das 19h.

Segundo a Associação Cultural Israelita de Brasília, estão confirmadas as participações do caçador de nazistas Efraim Zuroff; do diretor fundador do Instituto de Estudos do Holocausto em Washington, Rafael Medoff; e da diretora da Daia (Delegación de Asociaciones Israelitas Argentinas), Marisa Braylan, além do ator Dan Stulbach e do jornalista Ricardo Lessa.

Mais de 6 milhões de judeus – entre homens, mulheres, idosos e crianças – foram vítimas de um massacre coordenado por Adolf Hitller. Tamara Socolik, presidente da Associação Cultural Israelita de Brasília (Acib), afirma que a data é importante para manter o genocídio na memória.

"A nossa missão é manter a memória das vítimas do holocausto para que as pessoas entendam o quão grave foi, e não deem espaço para o negacionismo. Temos que manter essa chama acesa, para que isso nunca mais volte a acontecer", disse Tamara.

Sobreviventes no DF

O Distrito Federal conta com cerca de 200 famílias judaicas e, até dois anos atrás, era o lar de dois sobreviventes do holocausto: Efraim Frajmund e a romena Lulu Landwehr. Ambos morreram em 2019.

Lulu chegou ao Distrito Federal em 1962 e trabalhou na construção de Brasília junto com o marido. Ela morreu vítima de complicação nos rins.

A romena Lulu Landwehr, sobrevivente do Holocausto, morreu aos 93 anos em Brasília — Foto: Associação Cultural Israelita de Brasília/Reprodução

A filha, Viviene Landwehr, conta que a mãe era uma defensora da liberdade e da educação.

"A minha mãe escreveu um livro, fez palestras em escolas e universidades e o que ela defendia muito era: mantenha a liberdade. Liberdade de ser um ser humano, de existir. Somos absolutamente iguais a gente começa igual e termina igual. O que leva as pessoas acharem que um é melhor que o outro? Pra quê? Por quê?", questiona.

Serviço

Solenidade em lembrança aos 6 milhões de judeus e demais minorias que foram exterminados vítimas do holocausto nazista:

  • Data: 27 de janeiro
  • Horário: a partir das 19h
  • De graça
  • Pela internet

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