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Divulgado vídeo de indígenas isolados dos Awá, na Amazónia

Este artigo tem mais de 4 anos

"Há uma necessidade de mostrar que eles existem e que correm risco de vida", refere o responsável por uma associação de cineastas indígenas que quer alertar para o perigo dos ataques de madeireiros.

O vídeo foi captado em agosto do ano passado no estado do Maranhão por um grupo dos indígenas Guajajara
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O vídeo foi captado em agosto do ano passado no estado do Maranhão por um grupo dos indígenas Guajajara

O vídeo foi captado em agosto do ano passado no estado do Maranhão por um grupo dos indígenas Guajajara

Estão espalhados por 155 aldeias e são cerca de 14 mil pela floresta da Amazónia. Os indígenas Guajajara lutam para sobreviver e esta segunda-feira comprovaram a existência de elementos de um outro povo que vive isolado do exterior naquele local: os Awá. A Mídia Índia, uma associação de cineastas indígenas do Brasil, divulgou um vídeo que mostra imagens raras dos Awa, uma tribo que também está em perigo com as ameaças dos madeireiros (traficantes ilegais de madeira). Um dos objetivos com a divulgação destas imagens, diz a associação, é também dar a conhecer ao mundo a existência deste grupo e alertar para os perigos que enfrenta. 

O vídeo foi captado em agosto do ano passado no estado do Maranhão, precisamente por um grupo dos Guajajara. Nas imagens é possível ver um jovem sem camisa, com colares castanhos à volta do pescoço e uma faca na mão no meio da floresta. Ao seu lado estava outra pessoa, cujo rosto não é possível ver. Quando os dois se aperceberam da presença de desconhecidos e que estariam a ser vigiados, foram embora de imediato. As imagens fazem parte do filme “Ka’a Zar Ukyze Wà – Os Donos da Floresta em Perigo”, que será lançado esta quarta-feira.

Fly Guajajara, o autor do vídeo, faz parte de um grupo chamado “Guardiões da Floresta”, que tem como objetivo defender os territórios ameaçados pelo avanço das atividades agrícolas e pela extração ilegal de madeira ao monitorizar as invasões e expulsar madeireiros. O grupo estava a caçar numa zona próxima das suas aldeias quando viu os Awá e decidiu captar o vídeo como prova da existência desta tribo.

“Esperemos que este filme traga um resultado positivo e faça uma repercussão internacional com um olhar voltado para a questão de proteger um povo, uma floresta, uma nação, uma terra e uma história”, explicou Fly, citado por uma publicação da organização não-governamental Survival International. Já Erisvan Guajajara, da Mídia Índia, referiu que não tinham autorização para gravar, mas decidiram fazê-lo porque sabem “da importância de usar estas imagens do Awá”. “Se não as divulgarmos para o mundo, eles vão acabar por ser assassinados pelos madeireiros”, acrescentou.

Há uma necessidade de mostrar que eles existem e que estão a correr risco de vida. Por isso, estamos a usar esta imagem para pedir ajuda para que as autoridades possam proteger a vida dos nossos parentes que não querem contacto”, acrescentou ainda Erisvan Guajajara.

Segundo esta associação, a mata onde este povo se encontra está a ser destruída pelos madeireiros e muitos dos “Guardiões da Floresta” chegaram a ser assassinados por estarem a proteger o local. A associação refere ainda o nome do Presidente do Brasil, Jair Bolsonaro, por ter “declarado guerra contra os povos indígenas” do país. “Com a sua retórica e ações anti-indígenas, madeireiros e fazendeiros sentem-se encorajados e a quantidade de ataques às terras indígenas aumentou”, atirou.

“Este vídeo é mais uma prova de que os Awá isolados realmente existem. E uma rápida olhada pelas imagens de satélite mostra o tamanho do perigo que eles correm”, explicou o diretor da Survival International, Stephen Corry, acrescentando que “os madeireiros já mataram muitos dos seus parentes e forçaram outros a sair da floresta”.

A Constituição do Brasil refere que “são terras tradicionalmente ocupadas pelos índios as por eles habitadas em caráter permanente, as utilizadas para suas atividades produtivas, as imprescindíveis à preservação dos recursos ambientais necessários a seu bem-estar e as necessárias a sua reprodução física e cultural, segundo seus usos, costumes e tradições”. Só que Bolsonaro questiona este conceito, defendendo a ideia de que os indígenas devem “ser integrados na sociedade” e não “confinados como num jardim zoológico”.

Na sexta-feira passada, durante uma reunião com jornalistas, o Presidente brasileiro acusou vários grupos estrangeiros de “quererem que os nativos permaneçam num estado pré-histórico, sem acesso à tecnologia e às maravilhas da modernidade”, questionando também os dados revelados pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais que mostram um aumento de 88% no desmatamento no Brasil comparando o mês de junho deste ano com o do ano passado.

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