O ministro da Administração Interna, Eduardo Cabrita, disse esta sexta-feira que é “irresponsável e alarmista” a notícia sobre as golas antifumo com material inflamável distribuídas no âmbito do programa “Aldeias Seguras”.

O ministro sublinhou a importância do programa que está em curso em mais de 1.600 aldeias do país, assegurando que a distribuição das golas antifumo não põe em causa nem o projeto nem a segurança das pessoas.

A notícia é “verdadeiramente irresponsável e alarmista” disse o ministro, adiantando que revela “desconhecimento de questões técnicas que a Autoridade Nacional de Protecção Civil já esclareceu”.

Quando confrontado pelos jornalistas sobre o facto de as golas serem feitas com material inflamável, o responsável começou por dizer: “não me vai pedir para falar das boinas da GNR”.

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Eduardo Cabrita recusou-se a responder sobre o objetivo da distribuição destas golas com material inflamável, bem como o que as populações devem fazer com elas.

O ministro falava em Mafra, após a celebração do contrato de cooperação Interadministrativo com o município de Mafra para a construção dos Postos Territoriais da GNR do Livramento e Malveira.

Setenta mil golas antifumo fabricadas com material inflamável e sem tratamento anticarbonização, que custaram 125 mil euros, foram entregues pela proteção civil no âmbito dos programas “Aldeia Segura” e “Pessoas Seguras”.

Incêndios. Proteção Civil distribuiu 70 mil “golas” inflamáveis às populações

A Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil (ANEPC) veio entretanto esclarecer que os materiais distribuídos no âmbito dos programas não são de combate a incêndios nem de proteção individual, mas de sensibilização de boas-práticas. Num segundo momento, veio acrescentar que as golas antifumo distribuídas no âmbito do programa “Aldeia Segura” destinam-se apenas a movimentos rápidos de retirada de pessoas em caso de incêndio e que a sua segurança não está em causa.

“Quero passar uma mensagem de tranquilidade junto das aldeias, é que estes equipamentos servem sobretudo para uma proteção temporária, num movimento que se espera que seja rápido, e nunca para enfrentar um incêndio florestal”, disse à RTP a segunda comandante nacional da Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil (ANEPC), Patrícia Gaspar.